Meu filho está no 6º ano do ensino fundamental. E, pela sexta vez, em disciplina da área de estudos sociais, teve de fazer um trabalho sobre a linha do tempo. É a tarefa que inaugura o assunto “o que é história”. Dessa vez, não mediu esforço: foi olhar o que fizera nos anos anteriores e apenas acrescentou o que aconteceu de novidade em 2010. Como mãe, intercalei a possibilidade dele reinventar a tarefa, respondê-la de forma diferente. Como educadora, observo o fenômeno em diferentes níveis e instituições de ensino. A mim, denota a ausência de criatividade docente, entendida aqui como a reinvenção do ensino. Ser criativo é reelaborar o método, possibilitando, por meio dessa interação, que o estudante reinvente o conteúdo. Acontece que, ao observar a repetição de estratégias em anos sequenciais, os professores não estão desenvolvendo metodologias mais próximas de si e dos discentes. Por exemplo, em escolas autodenominadas construtivistas, é fácil perceber a repetição de projetos por anos seguidos sem que haja apropriação do movimento que sabemos existir a cada nova turma/ano. Entendo que as metodologias de ensino são a materialização ou proposição de finalidades para o desenvolvimento dos estudantes, crianças ou não. Nascem de projetos maiores para a sociedade e destinam-se a incluir estes sujeitos na cultura. Assim, as teorias pedagógicas que preconizam a transformação social não conseguem enraizamento no cotidiano escolar, uma vez que epistemologicamente não provocam a redescoberta do tempo, do espaço e da força das interações com o conhecimento, dificilmente provocando a ação ou elaboração que radicalizem com a simultaneidade e massificação precursoras da escola moderna. Para que haja uma escola diferente é imprescindível que os sujeitos percebam de modo distinto o conhecimento, a sociedade, sendo capazes de deslocarem-se do plano individual, desenvolvendo uma educação integral que prime pela formação de valores éticos e morais, criando (e recriando) o ensino para a cidadania e autonomia, baseando-se nos princípios de justiça, igualdade e diversidade
BERNADETE PORTO = JORNAL O POVO EDUCAÇÃO
BERNADETE PORTO = JORNAL O POVO EDUCAÇÃO
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