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11 de fevereiro de 2012

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DESABAFO



A Educação sofre uma revolução tecnológica e os professores que não acompanham essa mudança, ficarão para trás. Isso é um fato. Enquanto as escolas investem em equipamentos moderníssimos, mesmo sem saber se os pais possuem planejamento financeiro para tal aquisição, os professores são encurralados a entrarem nessa mudança, nesse avanço, mesmo que não queiram, pois os que se rebelam a essa ideia, são taxados de antigos, desatualizado e que certamente estarãofora do processo educacional moderno.
Concordo que as ideias são atrativas, os equipamentos surpreendentes ( eu mesma até comprei um desses tablets , mas o desabafo é outro. Os professores em dois ou três meses devem desenvolver uma habilidade incrívelcom esses equipamentos. Ele deverá montar aulas com textos modernos, atualizados e que faça uso de pelo menos três competências dos Parâmetros Curriculares. Mas treinamento e tempo para essas atividades não existe, pois o professor como uma pessoa evoluída e dinâmica (não me avisaram isso na faculdade, olhe que a minha não é das piores), deve “se virar”.
Eu, como uma professora de sala de aula de ensino médio, atenta às novas tecnologias, amante da era digital, reafirmo que as pessoas acham que as novas tecnologias são a tábua de salvação da Educação. Que pena que esse pensamento é equivocado, as aulas não possuem um melhor aproveitamento por causa de um fenômeno muito mais simples e bem antigo: a disciplina.
Depois do processo de democratização do pensamento, as pessoas acham que faltar com respeito com o professor, ou com qualquer outra pessoa,é perfeitamente normal e bem aceitável. Nos almoços de algumas famílias isso virou assunto e existem pais que sentem até orgulho de saber que seu filho xingou um professor na escola, ficou imitando sons ridículos ou que o aborreceu tanto, que este “empregado”( porque é esse pensamento que o jovem tem hoje sobre o professor)desistiu de dar sua aula.

A docência tornou-se um estorvo, pois você é treinado na faculdade a tornar-se o melhor especialista da sua área (pelo menos na minha é assim), mas não é treinado para lidar com um grupo de adolescentes com problemas que não possuem o mínimo de educação (e eu estou falando de dar bom dia), até porque isso é um papel de psicólogo. Esses adolescentes são cheios de problemas e são autorizados a dizerem o que querem ao professor, mesmo que isso o magoe ou o fira mortalmente.
A educação familiar apesar de ser classificada pelos estudiosos como educação informal, ela é imprescindível na construção do cidadão. Eu lanço aqui um desafio, quero ver se esses cientistas são bons mesmos. Quero está viva para ver uma máquina que substitua o papel do professor, que consiga transpor de uma forma maternal o conteúdo que servirá algum momento para a vida dele, que promova debates para confrontar ideias, que chame a atenção desses alunos tecnológicos para as Artes, mas quero ver mesmo e aguardo ansiosa para presenciar como essa máquina lidará com a falta de respeito e a indisciplina na sala de aula.
Até a próxima, a professorinha.

Karolina Torres
karoltorresufc@yahoo.com.br
professora
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO JORNAL DO LEITOR - O POVO, FORTALEZA - CEARÁ 

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