Aulas diferentes, gestores iguais
Quantos prazeres temos nós professores quando conseguimos passar novas situações de aprendizagem que vão além do simples conteúdo e da simples burocracia que os gestores querem que aconteça na educação.... Vale ressaltar que o tradicionalismo na educação está fadado ao fracasso e completamente deslocado do sentido real da educação. Há planejadores da educação que ditam regras em suas salas de ar condicionado e sem hora para chegar ou cumprir rituais nem sempre agradáveis, que por desconhecer completamente a realidade do processo educativo e sua evolução se preocupam apenas com carga horária e rituais no ensino, quando sabemos que esta dimensão humana é bem maior que um simples cumprimento de regras como assinar ponto, fazer chamada, fazer filas e, pasmem, rezar para entrar em sala de aula.
Esses que se dizem administradores não conseguem entender a dimensão da alegria proporcionada por uma aula diversificada, baseada no sentido da prática e na construção do conhecimento. A boa aula depende, sim, do bom professor, mas tem também um componente essencial que é a geração de boas condições para seu funcionamento que infelizmente é negada veementemente pelos gestores de escola que preferem o tradicionalismo da tal educação bancária, tão combatida pelo célebre Paulo Freire. Recentemente um filme baseado na obra de Ziraldo nos mostra a alegria de aprender onde Uma professora Muito Maluquinha canta com seus alunos e de repente chega uma diretora que diz “vamos parar com esta alegria aí...É assim que funciona a nossa educação onde o novo é difícil de ser aplicado quando temos cabeças velhas a gerir a educação.
Recentemente em uma aula que leva os alunos a conhecer a realidade do bairro levamos os alunos às ruas para conhecer o mundo lá fora, pois muitos só conhecem o caminho da escola para casa e vice – versa. Foi gratificante ver a alegria dos alunos ao conhecer pessoas a caminhar pelo seu espaço de vivência e a aprender como a vida realmente é. A atividade gerou muita alegria, muito desejo de aprender e muita esperança de que podemos, sim, mudar a educação em todos os sentidos. Ao finalizar a atividade esperava reconhecimento pelo menos pelo fato de tentar modificar , mas o que ganhei foi repreensão da direção por ter ousado o novo e por ter criado uma situação diferente no processo educativo. A gente sente que eles não querem a mudança, pois até os gestores da educação do município de Fortaleza se incomodaram com esta perspectiva nova de educação o que nos faz crer que eles estão parados no tempo, no espaço e , principalmente, no tempo que passou na janela e só eles não viram...Uma pena.
FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA, PROFESSOR.
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