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11 de fevereiro de 2011

PARA PENSAR

Sexta-feira , 28 de Janeiro de 2011

Escrever, contar, pensar

 
 


A educação no Brasil caiu num buraco tão fundo que se tornou urgente voltar ao básico: reaprender a ensinar português e matemática. Sem essa de comunicação e expressão, desenvolvimento de raciocínio e habilidades, o escambau. A parada é ler, escrever, fazer contas.
Nunca custa, porém, prestar atenção na experiência alheia. Os Estados Unidos já passaram por crises do sistema de ensino que levaram a programas como “No Child Left Behind” (nenhuma criança deixada para trás). A lei de 2002 exigia testes exaustivos em leitura e matemática, da terceira à oitava séries, para monitorar o desenvolvimento de cada aluno e corrigir a tempo os eventuais atrasos.
O problema de toda política pública – ou, em sentido mais geral, de qualquer intervenção em sistemas complexos – são as consequências não pretendidas. Agora os EUA têm uma nova preocupação: suas crianças andam péssimas em ciências. E tem gente culpando o No Child Left Behind.
Foi o que li no boletim ScienceInsider. Um levantamento nacional de desempenho educacional, em 2009, revelou que 40% dos alunos de ensino médio ficam abaixo de um nível básico de compreensão de ciências naturais. E só 1% alcançam o nível avançado.
A Associação Nacional de Professores de Ciência acha que parte da culpa cabe ao programa de 2002, que pôs ênfase demais em língua e matemática, deixando o ensino de ciências de lado. “Durante nove anos, diretores de escolas primárias disseram a professores para não ensinarem ciência, porque não fazia parte do No Child Left Behind”, denuncia Francis Eberle, diretor executivo da associação na Virgínia.
Não há sombra de dúvida de que, por aqui, o estado do conhecimento de português e de matemática é periclitante, e em todas as faixas etárias – sobretudo as mais jovens. Mas alguém, em sã consciência, arriscaria dizer que não é esse o caso em matéria de ciências? Se o ensino de língua e de contas é uma comédia, o de ciências é uma tragédia.
O MEC deveria criar por aqui o NCDPT – Nenhuma Ciência Deixada para Trás. O raciocínio científico, a capacidade de argumentar logicamente e de manter a objetividade são hoje – ou sempre foram – requisitos tão fundamentais para a vida plena quanto ler, escrever e contar.
fonte:http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/

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