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17 de janeiro de 2011

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BRINCADEIRA É COISA SÉRIA
Ainda há muitos adultos que acreditam que brincar é um ato sem significado, uma simples ação para passar o tempo, uma atividade fútil e improdutiva. Grande equívoco! Trata-se de uma experiência rica e complexa. Há algumas décadas, o brincar vem sendo valorizado como ação essencial para a formação de sujeitos culturais e sociais ativos e reflexivos. A brincadeira, como atividade típica da vida humana, proporciona alegria, liberdade, contentamento e, sobretudo, aprendizado, uma vez que o lúdico em ação é permeado de sentido e significações.

Brincar é um direito que foi garantido por lei no final da década de 1950, na Declaração Universal dos Direitos das Crianças, documento elaborado pela Unicef/ONU. Diz o princípio VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil: “(...) A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.”

A brincadeira é meio de comunicação, elaboração, compreensão, prazer e recreação. Ao brincar, as crianças desenvolvem capacidades importantes para o seu desenvolvimento cognitivo, cultural, emocional e social como, por exemplo, a atenção, a memorização, a imaginação, a imitação, a criatividade, a capacidade de resolver conflitos e, consequentemente, de se apropriar de habilidades e competências para vivenciar uma fase adulta feliz e reflexiva.

É por meio do brincar que a criança constrói e reconstrói a sua compreensão de mundo e, assim, se desenvolve como pessoa. Quando brinca, ela transfere suas ações simbólicas para o mundo real e as transforma em ações reais. Mesmo sem ter a intenção de aprender, ela aprende!

A criança transita entre aquilo que é subjetivo e imaginário e o que é objetivo e real. Esse movimento é essencial para a elaboração da vida cotidiana e das relações que nela se estabelecem, bem como para a superação de conflitos, o que certamente contribui para a construção da sua identidade e da sua autonomia.

Uma característica interessante é a possibilidade de exercitar a vida na coletividade, uma vez que toda brincadeira apresenta, implícita ou explicitamente, normas que a norteiam. Brincar com os colegas significa compartilhar com eles a vida em sociedade e, assim, construir coletivamente um conjunto de valores que orientam as relações interpessoais no grupo.

Acredita-se que o brincar, como promotor do desenvolvimento de capacidades e potencialidades, deve ocupar lugar especial na prática educativa, seja no ambiente familiar ou no escolar. A criança aprende a brincar e aprimora sua ação com base nas relações que estabelece com os adultos que cuidam dela e a educam. O adulto, como mediador, deve proporcionar-lhe experiências diversificadas em que o brincar possa ocorrer, seja de modo livre ou orientado.

É fundamental que o mundo adulto, que um dia já foi criança, leve em consideração toda a riqueza da cultura lúdica infantil se, de fato, almeja o comprometimento e a responsabilidade social dos seus pequenos.

Anita Adas - Coordenadora pedagógica da Divisão de Sistemas de Ensino da Editora Saraiva

fonte: jornal opovo

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