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5 de fevereiro de 2011

PARA REFLETIR A RELAÇÃO PAIS E ESCOLA

03/02/2011 08h00 - Atualizado em 03/02/2011 08h00

Opinião: Parceria entre pais e escolas é fundamental para o aprendizado

Família e escola têm que se complementar, têm que andar juntos.
Troca de experiências traz benefícios para a educação da criança.

Ana Cássia Maturano Especial para o G1
ilustração (Foto: Arte/G1)(Foto: Arte/G1)
Nos dias de hoje, as crianças têm surpreendido com sua sagacidade, percebendo rapidamente o que se passa ao redor delas. Opinam sobre tudo e têm argumentos para defenderem o que querem. Não está fácil lidar com essa nova geração.
Elas sabem tudo. Às vezes, o adulto fica conhecendo algo através delas. Demonstram seu jeito próprio de ser muito cedo. E muitos se perguntam de quem é a culpa: Dos pais? Da escola? Do mundo? Das próprias crianças?
Ora, culpa de ninguém. Talvez seja o modo como as idéias sobre as coisas vêm se transformando, em que a própria visão sobre as crianças se modificou: antes, alguém inferior ao adulto e sem muito espaço; hoje, um cidadão como outro qualquer, com atenção especial devido a sua frágil condição perante o adulto.

Alguns conflitos têm surgido para os pais. Vindos de outra época (e não podemos esquecer que estão exercendo a paternidade um pouco mais velhos), em que a relação entre pais e filhos era algo mais distante e com certa reserva, muitos acham que não estão sabendo lidar com os filhos. Ficam em dúvida, por exemplo, se uma criança de dois anos, ao jogar um objeto no chão com força, em um momento de raiva, é um futuro adulto violento ou se é apenas algo que fazem. Não sabem bem como agir.
Angustiam-se achando que o filho não é normal: ora, temendo o pior, exacerbam na repressão ao comportamento do pequeno; ora, sentindo-se culpados, afrouxam além do possível os limites.
A quem recorrer? A escola é uma boa opção, já que ela também vem sendo obrigada a transformar o seu papel. Ela veio de um tempo em que sua função era o de transmitir conhecimento para um indivíduo que nada sabia, além de reprimir qualquer atitude própria dele.
Hoje, é preciso que seja desafiadora deste pequeno cidadão que pouco tem aceitado as coisas impostas (são questionadores...), ajudando-o a se organizar em seus conhecimentos e criando estratégias de modo a propiciar que se desenvolva naquilo que realmente é (e não no que pais e escola gostariam que fosse).
Nem sempre a instituição educacional está apta para isso. Ela precisa de um tempo para se adequar a essa nova realidade.
A necessidade atual é de que a escola tenha conhecimento sobre desenvolvimento infantil, em seus aspectos físicos e psíquicos, para que possa lidar de maneira adequada com seus pequenos clientes – eles não são mais meros repetidores dos conteúdos escolares.
Assim, por ser um lugar (ao menos deveria ser) de excelência de conhecimento sobre crianças (e adolescentes também), é um espaço para os pais trocarem idéias sobre seus filhos e terem orientações adequadas de como lidar com eles nas várias fases da vida. Desta forma, podem distinguir aquilo que é esperado e até adequado que façam daquilo que possa estar fora de lugar e de época.
Talvez a escola seja o que de mais próximo as famílias têm para receberem algum tipo de auxílio nesse sentido. Elas têm que se complementar, têm que andar juntos. Uma dando força para a outra, com uma troca rica e constante. A escola também tem muito o que aprender com os pais.
Para isso, algo interessante que pode ser feito é, além de receberem os pais e orientá-los no que é possível (nem tudo a escola vai dar conta), promover a aproximação dos mesmos no espaço escolar. Eles costumam partilhar das mesmas dúvidas e incertezas. Aqueles que já superaram determinados conflitos podem ajudar os outros. Às vezes, isso ocorre informalmente em rápidos momentos de levar e buscar as crianças na escola. Até porque, poucas escolas fazem as reuniões coletivas de pais.
Algo que poderia voltar como uma possibilidade de troca entre escola e famílias, para que ambas possam se construir juntas para criarem com mais tranquilidade os pequenos da nova geração.
 

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