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1 de agosto de 2010

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Rossana Kopf

Combate ao crack

Com a vida corrida que os pais levam, a descoberta de que os filhos usam drogas só é notada depois de muito tempo...
31/07/2010 02:00
O crack é hoje a droga mais danosa e vem penetrando com avidez em todas as classes sociais, produzindo uma legião de mortos-vivos. A sua investida em todos os patamares da pirâmide social brasileira tem preocupado o governo e autoridades no assunto. Muitos pais ainda não percebem o que acontece com os filhos, embora haja uma epidemia no Brasil, que ultrapassa todas as condições socioeconômicas. Hoje, é totalmente falsa a ideia de que os usuários de crack são pessoas pobres. Na verdade, é o crack que os empobrece e marginaliza. Psiquiatras especialistas em dependência química relatam que recebem em suas clínicas pessoas das mais diversas profissões, advogados, juizes, médicos....políticos.

A família, ao perceber os primeiros sinais de que o filho está usando crack, precisa tomar medidas, mesmo que dolorosas. Não tomar uma atitude só agrava a situação que, com o correr dos dias vai se tornando insustentável para o usuário do crack e para os que o rodeiam, transformando-se num caso crônico.

O mais trágico é que, com a vida corrida que os pais levam, parecendo ter perdido as rédeas da vida, a descoberta de que os filhos usam drogas só é notada depois de muito tempo. O mais desolador é descobrir que meninos e meninas, antes mesmo de entrarem na puberdade, já estão se transformando em usuários em potencial. Ainda acontece que certos pais, inocentes ou irresponsáveis, creditam o fato à difícil fase da adolescência e que, passada essa, tudo voltará ao normal. O crack é campão no ranking das drogas não liberadas, batendo a maconha, as drogas sintéticas e a cocaína.

Hoje, as internações em decorrência do uso do crack correspondem a quase 100% dos viciados. E, para muitos estudiosos, é a droga que vicia em menos tempo e que mais rapidamente destroça seu usuário. Por causa da alta combinação de efeitos maléficos tais usuários têm uma expectativa de vida bem reduzida. O combate ao crack deve ganhar prioridade, pois age diferentemente de todas as drogas até então conhecidas, comungam as autoridades mundiais. A maldita “venda casada” que pode ser resumida assim: à medida que o crack foi chegando às mãos dos traficantes, esses passaram a só vender a maconha, se os usuários comprassem junto pedras de crack.

Por ser bem mais barata e produzir um “barato” rapidamente, os jovens foram deixando a maconha de lado, optando pelas pedras. A rapidez com que o crack mata seu usuário poderia parecer, à primeira vista, um mau negócio para os traficantes, ao fazerem uso da “venda casada”, uma vez que o mercado definha. Mas não é bem assim. Os do ramo são especialistas no assunto e não jogam para perder. Possuem objetivos a curto, médio e longo prazo, como quaisquer outros empresários. Se eles perdem com o óbito de sua clientela, ganham na margem estratosférica do lucro obtido. Morreu um, uma dezena de outros ocupa o seu lugar, pois a droga é extremamente viciante e barata. Temos que nos unir contra essa pedra maldita. Temos que nos unir contra os traficantes. Cadeia para todos eles.

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