Greve dos professores municipais: limites exauridos
Tanto a sociedade como os professores merecem que a Educação seja tratada como prioridade
15.06.2011| 01:30
A greve dos professores da rede pública municipal já supera todos os limites de tolerância por parte da opinião pública, diante dos prejuízos que recaem sobre milhares de alunos que estão sem aulas há quase dois meses. As implicações vão além do calendário escolar e afetam as próprias condições de vida das crianças que dependem da escola para muito mais do que a simples aquisição de conhecimento.
A comunidade sensibiliza-se com a situação dos professores, reconhecidamente uma das categorias profissionais mais sacrificadas de quantas dependem de uma remuneração digna de seus serviços para uma contraprestação de qualidade. Mas entende também que a realidade objetiva das limitações dos recursos financeiros do Município é um fator impeditivo real para obtenção do que seria ideal.
Evidentemente, tanto a sociedade como os professores merecem que a Educação seja tratada como uma prioridade, sob pena de o País continuar a patinar na construção das balizas necessárias ao seu desenvolvimento. Há necessidade de uma maior consciência dos cidadãos para pressionar não só o segmento político, mas as forças econômicas e sociais que não abrem mão de seus interesses específicos para que a visão do todo nacional prevaleça. Isso exigiria mudança no próprio modelo do desenvolvimento.
Essa é uma tarefa de médio e longo prazo e exige a articulação das forças políticas e sociais comprometidas com essa visão. Até lá, os avanços vão ser obtidos por etapas. Desenvolver uma estratégia de tudo ou nada em relação a apenas uma instância de poder, como a municipal, não é realista e serve mais para reforçar os elementos resistentes a qualquer transformação. Não se deve exigir o que não pode ser dado. Quem faz isso está sacrificando tudo a uma pura estratégia de desgaste do poder constituído com fins eminentemente políticos.
Parece, porém, razoável a cobrança de acesso às contas da Prefeitura a fim de se ter a noção da disponibilidade real dos recursos financeiros. Isso não seria incompatível com uma administração comprometida com a transformação social e serviria para isolar os que buscam outros propósitos.
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