Editorial- JORNAL O POVO
Batalha contra o crack
A campanha de prevenção do uso do crack deve ser aplaudida, mas falta uma estrutura pública de atendimento aos atuais dependentes
18 Dez 2009 - 01h06min
O Ministério da Saúde acaba de lançar a Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack, com o intuito de conscientizar os jovens a evitar consumir o entorpecente, um subproduto de cocaína vendido a preço baixo, por causa de seu alto poder de dependência e dificuldade de recuperação. A iniciativa é bem-vinda, mas não basta.
O crack, como se sabe, é uma droga obtida através da combinação de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, dando origem a grãos (pedras) que são fumados em cachimbos. Surgiu no início da década de 80 e ganhou uma expansão avassaladora, nos últimos tempos, pelo fato de ser barata e acessível aos segmentos sociais mais pobres. No entanto, essa barreira de classe já foi rompida e o entorpecente é cada vez mais utilizado pela classe média (40%). Sua natureza estimulante provoca a dependência química, comprometendo o sistema nervoso central e o cardíaco, aumenta os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a dilatação das pupilas, suores intensos, tremores e excitação física e mental.
Os efeitos psicológicos traduzem-se em euforia, sensação de poder e aumento da autoestima. Porém, os resultados são devastadores sobre o cérebro, destruindo neurônios e levando à morte. As crises de abstinência são terríveis, induzindo a violência contra as pessoas da família, a degradação moral e a prática de atos criminosos para a obtenção do produto, a qualquer custo, o que coloca os usuários mais facilmente nas mãos dos traficantes.
A situação dos que convivem com o dependente de crack não é menos infernal, graças ao comprometimento da saúde psicológica dos familiares, que são também atingidos pelos danos patrimoniais. O mais grave de tudo é que a maioria não dispõe de recursos financeiros, nem planos de saúde para tratar seus entes queridos e não existe uma rede pública de atendimento específica para os usuários do crack. É essa especificidade que ainda não foi percebida devidamente pelas autoridades públicas.
Diferentemente de outras drogas, suas vítimas necessitam de atendimento de urgência. Não se trata de uma desintoxicação clássica, com psiquiatras. É um atendimento, às vezes, de pronto socorro, de emergência. Tirando clínicas particulares, não existe local especializado. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) não estão capacitados para dar esse atendimento.
Enquanto isso cresce o desespero das famílias, sem ter a quem apelar. Os próprios usuários pedem socorro, mas não há uma estrutura montada para possibilitá-lo. É necessário, portanto, que o governo aja rápido e tome como prioridade a montagem de uma rede de unidades voltadas unicamente
para o tratamento dos viciados em crack.
Quanto à prevenção, a articulação com a sociedade civil é imprescindível: é preciso que os cidadãos tenham noção da ameaça que paira sobre suas cabeças, pois não há mais segmento social invulnerável ao seu efeito devastador.
O crack, como se sabe, é uma droga obtida através da combinação de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, dando origem a grãos (pedras) que são fumados em cachimbos. Surgiu no início da década de 80 e ganhou uma expansão avassaladora, nos últimos tempos, pelo fato de ser barata e acessível aos segmentos sociais mais pobres. No entanto, essa barreira de classe já foi rompida e o entorpecente é cada vez mais utilizado pela classe média (40%). Sua natureza estimulante provoca a dependência química, comprometendo o sistema nervoso central e o cardíaco, aumenta os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a dilatação das pupilas, suores intensos, tremores e excitação física e mental.
Os efeitos psicológicos traduzem-se em euforia, sensação de poder e aumento da autoestima. Porém, os resultados são devastadores sobre o cérebro, destruindo neurônios e levando à morte. As crises de abstinência são terríveis, induzindo a violência contra as pessoas da família, a degradação moral e a prática de atos criminosos para a obtenção do produto, a qualquer custo, o que coloca os usuários mais facilmente nas mãos dos traficantes.
A situação dos que convivem com o dependente de crack não é menos infernal, graças ao comprometimento da saúde psicológica dos familiares, que são também atingidos pelos danos patrimoniais. O mais grave de tudo é que a maioria não dispõe de recursos financeiros, nem planos de saúde para tratar seus entes queridos e não existe uma rede pública de atendimento específica para os usuários do crack. É essa especificidade que ainda não foi percebida devidamente pelas autoridades públicas.
Diferentemente de outras drogas, suas vítimas necessitam de atendimento de urgência. Não se trata de uma desintoxicação clássica, com psiquiatras. É um atendimento, às vezes, de pronto socorro, de emergência. Tirando clínicas particulares, não existe local especializado. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) não estão capacitados para dar esse atendimento.
Enquanto isso cresce o desespero das famílias, sem ter a quem apelar. Os próprios usuários pedem socorro, mas não há uma estrutura montada para possibilitá-lo. É necessário, portanto, que o governo aja rápido e tome como prioridade a montagem de uma rede de unidades voltadas unicamente
para o tratamento dos viciados em crack.
Quanto à prevenção, a articulação com a sociedade civil é imprescindível: é preciso que os cidadãos tenham noção da ameaça que paira sobre suas cabeças, pois não há mais segmento social invulnerável ao seu efeito devastador.
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