Editorial
Números da educação
A maior permanência de estudantes na sala de aula contrasta com o que o IPEA identificou como oportunidades limitadas ao deixarem a Escola
05 Dez 2009 - 16h01min
Em 1998, por exemplo, a média de anos de estudo nessa faixa etária era de 6,8 anos. Uma década depois, a média passou a ser de 8,7 anos de estudo entre jovens de 18 a 24 anos. Enquanto que no grupo de 25 a 29 anos, a média chegou a 9,2 - 3,2 anos de estudo a mais do que entre a população acima dos 40 anos.
A maior permanência de estudantes na sala de aula, todavia, contrasta com o que o Ipea identificou como oportunidades limitadas desse público ao deixar a escola. Isso decorre das desigualdades no processo de aprendizagem entre pobres e ricos, brancos e não brancos, e moradores de áreas urbanas e rurais e das diferentes regiões.
Outro dado preocupante é que apenas a metade dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos frequenta o ensino médio na idade adequada. O reflexo disso é o acesso restrito ao ensino superior com frequência de apenas 13,6% dos jovens de 18 a 24 anos. A dificuldade do acesso ao ensino superior é tanta, que cerca de 30% dos que completam o ensino médio desistem de tentar seguir a carreira universitária.
Tão grave quanto os números anteriores é a questão do analfabetismo. Se por um lado a pesquisa aponta que o maior nível de escolaridade também se reflete na menor taxa de analfabetismo entre os jovens, por outro, a redução desse índice não implicou na diminuição das disparidades regionais, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Com relação ainda a taxa de analfabetismo, o estudo do Ipea indica que um em cada 10 brasileiros nessa faixa de idade não consegue escrever um bilhete simples, significando 14,2 milhões de brasileiros nessa situação. No Ceará, o percentual de analfabetos diminuiu, mas ainda está longe da média nacional. Enquanto no Brasil a taxa é de 9,96%, no Estado o índice de pessoas que não sabem ler nem escrever é de 19,04%, quase o dobro.
É preciso que se entenda que os números apresentados pelo Ipea são graves, ao levarmos em conta que o Brasil está entrando em uma condição favorável na sua economia e precisa de massa crítica para dar continuidade a esse processo.
EDITORIAL DO JORNAL O POVO.
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