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12 de agosto de 2012

ZIRALDO E O SENTIDO DA EDUCAÇÃO


Meu Deus quantos anos se passaram! Nós todos seus alunos , somos hoje muito, muito mais velhos do que aquela professorinha. Agora estamos todos , agora, com idade bastante para ser seus avós , se ela tivesse ficado para sempre, do jeitinho que está fotografada em nossa memória , aprisionada no tempo. Aqui estamos todos nós de volta, quase todos.Alguns foram deixados pelo caminho, até mesmo na infância, pois sobreviver não era muito fácil no meio da pobreza de nossa pequena cidade. Os outros – cujos pais tinham emprego e salário – chegaram até esse dia , com jeito e cara de vitoriosos, e estão aqui, digamos dentro deste livro – os Mosqueteiros do rei à frente – prontos para tratar todas as saudades...
E acabamos de descobrir que este é o primeiro livro que conhecemos escrito no plural .
No plural da primeira pessoa. Achamos graça na descoberta e concordamos com nossa professora  e com o Tom Jobim “ É impossível ser feliz sozinho”.
Estamos aqui preparados para a festa de aniversário de uma bisavó muito feliz que a Ana Maria descobriu e reencontrou depois de buscá – la , sem parar , pelo mundo. Mas não estamos muito certos se queremos rever nossa Professora Maluquinha .
Sua presença em nossa memória , porém , ela voa pela sala, tem estrelas no olhar , tem voz e jeito de sereia um sorriso solto como um voo de ave e o vento sopra o tempo todo em seus cabelos..
Talvez seja melhor mandar ampliar o retrato que tiramos , um dia em frente à matriz, pendurá – ló – sem dor – na parede de nossas casas e agradecer à vida o privilégio de termos tido ....
Uma professora inesquecível!!!
ZIRALDO EM UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA , MELHORAMENTOS, 1995

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