PROFESSORES E ELEIÇÕES
Mas
um ano de eleições e as perspectivas para os educadores da cidade não são muito
alvissareiras pois a maioria dos candidatos postos aí não tem relação alguma
com a educação de qualidade e representam partidos intimamente ligados a uma
proposta de continuísmo e manutenção do caos em uma cidade que amarga posição
vergonhosa no ranking dos municípios com deficiência em educação. O que os
educadores devem fazer? Qual deve ser a atitude destes no processo posto em
prática? Acredito piamente que é hora dos professores mostrarem a que vieram
trabalhando incessantemente formação política tanto com seus alunos como com a
comunidade e procurando unir todas as tendências ideológicas da luta dos
educadores no sentido de efetivar debates, discussões teóricas e aprendizado
sobre os processos reais da educação de qualidade.
É
preciso ver que mudar a educação não é construir prédios nem dar merenda ou transporte pois estes são
direitos da criança e do adolescente e não favor dos governantes. Assim, o
professor junto com seu povo tem de alertar para intenções de políticos que
mentem abertamente para a população e utilizam a força do marketing para
enganar antes , durante e depois do processo eleitoral. Os educadores não podem
esperar pela mudança sem agir firmemente no sentido de esclarecer o povo e tem
urgentemente de criar fóruns , debates e ações de consciência e visão antes
,durante e em meio do processo. Há partidos fortes no sentido de poder
econômicos e de discurso, mas que já provaram que não tem compromisso real com
a educação pois a mesma arca de alianças que hoje promoveu o caos na educação
está por aí a pedir votos mudando a roupagem para enganar a população.
É
vital que os professores exijam
compromisso real dos postulantes ao Paço Municipal com a educação onde os
mesmos se comprometam a acabar com apadrinhamento na gestão das escolas, gerar autonomia no ambiente escolar, promover
o funcionamento real dos Conselhos de
Escola e criar uma gestão da pasta da
Educação por pessoas do ramo visto que em Fortaleza o critério não é de
competência e sim de aproximação política o que não gera resultados. As escolas
precisam ter voz , precisam de participação coesa , precisam incentivar os
professores a produzirem e criar o que contribuirá para uma boa prática
educativa como um todo. É importante que se façam planos de governo para
educação sem encomendas de consultorias e sim que atendam os verdadeiros
interesses populares. A eleição de Fortaleza esse ano pode ser um divisor de
águas na educação, mas é, sobretudo, um momento ímpar dos professores se rebelarem
contra a forma humilhante com que foram tratados nas últimas greves e em sua
ação em sala de aula. É hora de refletir e ir além disso, agir...
FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA,
PROFESSOR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário