A INSTRUÇÃO
Além dos males que padece o corpo,
Medonha fome, o dessarimo, as dores,
Mortais angústias que o cidadão deplora,
Sem da justiça, sem da lei favores,
Do povo o espírito ignorante perde – se
Em noite umbrosa, oh, do poder senhores !
Daí ao povo , dai aos pobres
Embora parca instrução;
Não lhe negueis d’alma o gozo,
Não lhe negueis d’alma o pão;
Real se torne a promessa
De nossa Constituição
Nem ler ao menos do Evangelho as letras,
Doutrinas santas que a virtude geram,
O povo sabe ! Nem sequer os pobres
O nome lêem que à lustração tiveram!
Assim nas trevas – que destino ingrato!
Sombrios vícios na multidão imperam!
Daí ao povo , dai aos pobres
Embora parca instrução;
Não lhe negueis d’alma o gozo,
Não lhe negueis d’alma o pão;
Real se torne a promessa
De nossa Constituição
Ai pode o cego, encanecido e débil,
Andar seguro? – Miseranda sorte!
Ai , pode o barco , no alto mar, sem leme,
Fugir ás fúrias da procela forte?
Assim, o povo, como o cego e o barco,
Seus dias passa sem fanal, sem norte
Daí ao povo , dai aos pobres
Embora parca instrução;
Não lhe negueis d’alma o gozo,
Não lhe negueis d’alma o pão;
Real se torne a promessa
De nossa Constituição
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