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17 de outubro de 2011

UMA REFLEXÃO SOBRE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO


GREVE DE UM POVO SEM – VERGONHA
                O  país e no mundo todo o povo está começando a questionar os poderes constituídos e entendendo a crise que se instala no mundo do capital e que é resultado da ânsia dos poderosos por dinheiro a todo custo promovendo a exaustão da riqueza e claro que as perdas são transferidas aos trabalhadores com redução de direitos, corte de demandas sociais e completo desrespeito aos anseios dos que vivem de míseros salários. No entanto, não vemos que os grupos que estão no poder e que representam as elites perderem nada nos processos, pois os grandes banqueiros, empresários e donos do capital continuam a obter cifras enormes com a crise e utilizando a especulação para garantir lucros e prosperidade.
                De repente a sociedade vai tendo que conviver com greves de todos os setores e acaba sendo impelida a acreditar que as greves são instrumentos de crise em seus atendimentos e na geração do seu suposto bem – estar. Os meios de comunicação infelizmente acabam promovendo uma situação onde os trabalhadores passam a ser antipatizados pela população que ao não ter serviços mesmo de forma precária passam a acusar os grevistas de irresponsáveis, baderneiros ou castradores de seus direitos. A greve dos setores de serviço à população não ocorrem pelo simples capricho dos trabalhadores , mas pela forte negação dos que estão no poder aos preceitos do que diz a boa convivência e a boa relação entre patrões e empregados. A situação de greve traz transtornos sim, mas é um momento de reflexão sobre o que se passa no mundo do capitalismo tão ávido de lucro e tão pouco igualitário na divisão da riqueza. No setor público as greves provam a completa falta de respeito dos gestores com as demandas do povo e o completo alinhamento dos serviços de governo com os interesses do grande capital.
                A situação de greves em todos os setores revela a quebra de confiança dos trabalhadores nos gestores públicos que tratam as demandas sociais com completo descompromisso e com desinteresse quase que total visto que os políticos não precisam de saúde, segurança e educação públicas, pois gozam de privilégios de toda ordem fazendo com que tal condição os faça esquecer os interesses populares. As  greves são instrumentos legais e conquistados com muita luta e sangue para serem tratadas como crimes pelo Poder Judiciário , pelos legisladores e pela mídia que acaba transferindo à população a forma errônea de entender esta forma de luta. Claro que esta atitude não é neutra , pois há interesses , há defesa de classe e corporativismo no processo de negação de reivindicações dos movimentos grevista que podem até ser prejudiciais à população que mesmo após seu fim continuarão a ter serviços de péssima qualidade e mecanismos de exclusão , avanço e de negação da vida no sentido pleno. Quem entre em greve não é o sem – vergonha que a mídia tenta passar, mas é um cidadão que tenta a todo custo lutar por seus direitos ao ver que os que estão no poder não tem nenhum tipo de interesse que o quadro mude e que o povo realmente seja ator de sua própria história.
FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA, PROFESSOR
Publicao originalmente no www.artigos.com

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