Diário do Nordeste
Sábado - 13 de agosto de 2011Cidade
NOVAS TECNOLOGIAS
Escolas reinventam o saber
Publicado em 14 de agosto de 2011
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Os novos suportes tecnológicos favorecem a compreensão da matéria e permitem aos alunos aperfeiçoar o raciocínio
Quando poderíamos imaginar que um dia as aulas contariam com tablets, livros digitais, laptops e até computadores? Hoje, isso já é uma realidade bem próxima dos alunos. Essas novas tecnologias funcionam como ferramentas pedagógicas que reinventam métodos de estudo. É uma nova maneira de estudar e aprender e um mundo que está sendo descoberto.
O interesse das crianças por equipamentos de nova geração é grande. Até porque os laptops, os tablets e outros surgiram junto com elas. Os suportes favorecem, ainda, a compreensão da matéria, permitem aos alunos aperfeiçoar o raciocínio e ajudam especialmente a articular os conceitos da disciplina. Além disso, despertam o gosto pela leitura, sobretudo quando são usados os livros digitais.
Para a professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Xênia Diógenes Benfatti, as novas tecnologias estão chegando tardiamente às escolas. "Há mais tempo as crianças já deveriam estar usufruindo desses equipamentos. Pensar a escola sem esses recursos é pensar em um isolamento. As unidades escolares não podem se alijar desse processo, afinal, vivemos numa época de globalização".
De acordo com a professora, o papel dos equipamentos de nova geração é levar o que há de bom para os alunos. Porém, Xênia alerta que é preciso haver organização, planejamento e uma reflexão crítica. A administração do tempo de uso é fundamental. "O exagero leva á nocividade. A introdução dos equipamentos não pode ser de maneira aleatória. Temos de dar um tratamento necessário a todo o processo. Compete ao professor aproveitar bem os recursos. Existe um universo de possibilidades no mundo tecnológico".
O colégio 7 de Setembro já trabalha tablets na sala de aula e lousas digitais. Atualmente, o equipamento é utilizado em atividades extras, mas, aos poucos, está sendo introduzido nos conteúdos programático. As turmas podem interagir com os planetas do sistema solar ou dissecar uma rã na tela do iPad.
Diversão
Aquela figura chata da crosta terrestre do livro de Geografia se tornou divertida com a utilização do aplicativo. Os tablets são uma ferramenta pedagógica maravilhosa, mas são eles que se adequam ás aulas dos professores e não o contrário. Os alunos chegam ao ponto de pedir aulas. "Aprendi a apagar e a desenhar no tablet. Acho melhor as aulas em que podemos mexer nos iPads", diz Gabriel Mota da Silva, de seis anos.
Não só as escolas particulares estão se adequando à essa nova realidade, mas também as públicas. A unidade municipal Monteiro Lobato, hoje, trabalha com laptops na sala de aula, por meio do programa "Um Computador por Aluno" (Prouca), do Ministério da Educação, implementado desde 2005.
Para o coordenador do Departamento de Tecnologia da Informação da Secretaria Municipal de Educação (SME), David dos Santos Lima, trata-se de um projeto que veio para fortalecer as tecnologias da informação. "O programa se expandiu para mais 100 escolas e, atualmente, são 240 laboratórios". O propósito é complementar as aulas tradicionais.
Segundo a diretora Carolina Oliveira, a introdução das novas tecnologias na escola deu certo. "Contribuimos para o aprendizado. As crianças trocam informações e têm vontade de frequentar as aulas. Hoje, não temos evasão escolar, mas briga por vagas". Para Mardyla Lopes, de 10 anos, tudo se tornou mais interessante com os laptops. Podemos pesquisar os assuntos das matérias no computador e descobrir um novo mundo".
PROJETO
100Escolas já fazem uso do programa Prouca, do Ministério da Educação, que levou computadores portáteis como ferramentas pedagógicas para incrementar as aulas
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
A tecnologia abre novas possibilidades
Hoje, existem um fenômeno que as crianças já nascem com o computador. Elas saem do berço direto para o teclado. Mas não é só isso. Existe a necessidade de socialização. Hoje, a internet não é só meio de comunicação, mas é uma ferramenta de convivência. Algumas escolas adotam, inclusive, computadores initerruptamente.
Os tablets vieram para trazer um outro tipo de interação na sala de aula, que é mais natural. Eles respeitam o paradigma de uso do caderno e do livro, que é o manual. Com esses equipamentos é possível imitar o que usualmente fazemos durante as aulas, ou seja, anotar rápido, rabiscar e ver figuras.
Os tablets não são recentes. Eles já existem desde 2000, mas não vingaram porque os sistemas operacionais eram os mesmos dos PC´s. Antes, utilizávamos as canetas como instrumentos de acessar as telas dos tablets. Porém, com o dedo o processo fica mais natural, mais parecido com o livro. O tablet é a versão eletrônica do livro e do caderno.
Atualmente, nós temos cultura tecnológica que emerge naturalmente e temos tecnologia disponível para aproveitar essa cultura como catalisador do processo educativo. No entanto, é preciso ter cuidado com a segurança das crianças. Afinal, esses equipamentos estão conectados á internet que expõe conteúdos impróprios. É necessário criar aplicativos para que elas não tenham acesso a tudo. São novas possibilidades que se abrem para os alunos.
Pablo Ximenes
Professor de Ensino Superior
DOM HÉLIO CAMPOS
Rádio Escola estimula aprendizagem
A escola estadual Dom Hélio Campos inovou com a introdução de uma Rádio Escola que, hoje, é referência como o único projeto neste estilo, no portal do professor do Ministério da Educação. Tudo é feito virtualmente e o projeto trabalha leitura, escrita, a oralidade e redação, como destaca a diretora da escola, Maria da Conceição Alexandre. A Rádio Escola tem em sua programação as rádios novelas nos moldes das que eram realizadas antigamente. "Eles fazem a escolha dos personagens, planejam e montam os episódios", conta a diretora. Segundo Conceição, tudo é discutido entre os alunos que fazem parte da rádio e os professores, desde a trilha sonora até a etapa final dos programas. Fora isso, todas as atividades comemorativas fazem parte da programação da rádio, além da divulgação de notícias, até o cardápio da merenda, tudo ao vivo, veiculado na hora do intervalo das aulas. A diretora acrescenta que esta é uma ferramenta que as escolas particulares não têm.
Para que a Rádio Escola funcione, são utilizados equipamentos, como microfones, mesa de som, fones de ouvido, gravador digital e os computadores, adquiridos pela escola por meio do programa "Mais Educação", do MEC.
Conceição destaca que a rádio acaba sendo atrativo da comunidade que está no entorno do colégio, localizado no Pirambu. "O projeto tem uma função educativa. É uma verdadeira ferramenta metodológica para os estudantes", afirma.
Além disso, a escola conta, hoje, com dois laboratórios de informática, com 25 computadores. "Isso tudo incentiva para que os professores usem novas tecnologias", ressalta da diretora. Segundo ela, os docentes se planejam e levam novas propostas de trabalho para a unidade.
Quando não têm aula, os alunos sentem falta das atividades na Rádio Escola que são realizadas no turno oposto. De acordo com Conceição, houve uma melhoria no interesse dos alunos com a implementação do projeto Rádio Escola. "Os meninos faltam menos e nós conseguimos muitas matrículas". O Ideb cresceu de 1.9 para 3.2, de 2008 para 2009.
Para Janeson Araújo, de 12 anos, integrante da equipe da rádio, o projeto ajuda na aprendizagem. "Ficamos com vontade de frequentar as aulas". Já Tailane Moraes, de 13 anos, também da equipe, acredita que é educativo.
LINA MOSCOSO
REPÓRTER
Quando poderíamos imaginar que um dia as aulas contariam com tablets, livros digitais, laptops e até computadores? Hoje, isso já é uma realidade bem próxima dos alunos. Essas novas tecnologias funcionam como ferramentas pedagógicas que reinventam métodos de estudo. É uma nova maneira de estudar e aprender e um mundo que está sendo descoberto.
O interesse das crianças por equipamentos de nova geração é grande. Até porque os laptops, os tablets e outros surgiram junto com elas. Os suportes favorecem, ainda, a compreensão da matéria, permitem aos alunos aperfeiçoar o raciocínio e ajudam especialmente a articular os conceitos da disciplina. Além disso, despertam o gosto pela leitura, sobretudo quando são usados os livros digitais.
Para a professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Xênia Diógenes Benfatti, as novas tecnologias estão chegando tardiamente às escolas. "Há mais tempo as crianças já deveriam estar usufruindo desses equipamentos. Pensar a escola sem esses recursos é pensar em um isolamento. As unidades escolares não podem se alijar desse processo, afinal, vivemos numa época de globalização".
De acordo com a professora, o papel dos equipamentos de nova geração é levar o que há de bom para os alunos. Porém, Xênia alerta que é preciso haver organização, planejamento e uma reflexão crítica. A administração do tempo de uso é fundamental. "O exagero leva á nocividade. A introdução dos equipamentos não pode ser de maneira aleatória. Temos de dar um tratamento necessário a todo o processo. Compete ao professor aproveitar bem os recursos. Existe um universo de possibilidades no mundo tecnológico".
O colégio 7 de Setembro já trabalha tablets na sala de aula e lousas digitais. Atualmente, o equipamento é utilizado em atividades extras, mas, aos poucos, está sendo introduzido nos conteúdos programático. As turmas podem interagir com os planetas do sistema solar ou dissecar uma rã na tela do iPad.
Diversão
Aquela figura chata da crosta terrestre do livro de Geografia se tornou divertida com a utilização do aplicativo. Os tablets são uma ferramenta pedagógica maravilhosa, mas são eles que se adequam ás aulas dos professores e não o contrário. Os alunos chegam ao ponto de pedir aulas. "Aprendi a apagar e a desenhar no tablet. Acho melhor as aulas em que podemos mexer nos iPads", diz Gabriel Mota da Silva, de seis anos.
Não só as escolas particulares estão se adequando à essa nova realidade, mas também as públicas. A unidade municipal Monteiro Lobato, hoje, trabalha com laptops na sala de aula, por meio do programa "Um Computador por Aluno" (Prouca), do Ministério da Educação, implementado desde 2005.
Para o coordenador do Departamento de Tecnologia da Informação da Secretaria Municipal de Educação (SME), David dos Santos Lima, trata-se de um projeto que veio para fortalecer as tecnologias da informação. "O programa se expandiu para mais 100 escolas e, atualmente, são 240 laboratórios". O propósito é complementar as aulas tradicionais.
Segundo a diretora Carolina Oliveira, a introdução das novas tecnologias na escola deu certo. "Contribuimos para o aprendizado. As crianças trocam informações e têm vontade de frequentar as aulas. Hoje, não temos evasão escolar, mas briga por vagas". Para Mardyla Lopes, de 10 anos, tudo se tornou mais interessante com os laptops. Podemos pesquisar os assuntos das matérias no computador e descobrir um novo mundo".
PROJETO
100Escolas já fazem uso do programa Prouca, do Ministério da Educação, que levou computadores portáteis como ferramentas pedagógicas para incrementar as aulas
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
A tecnologia abre novas possibilidades
Hoje, existem um fenômeno que as crianças já nascem com o computador. Elas saem do berço direto para o teclado. Mas não é só isso. Existe a necessidade de socialização. Hoje, a internet não é só meio de comunicação, mas é uma ferramenta de convivência. Algumas escolas adotam, inclusive, computadores initerruptamente.
Os tablets vieram para trazer um outro tipo de interação na sala de aula, que é mais natural. Eles respeitam o paradigma de uso do caderno e do livro, que é o manual. Com esses equipamentos é possível imitar o que usualmente fazemos durante as aulas, ou seja, anotar rápido, rabiscar e ver figuras.
Os tablets não são recentes. Eles já existem desde 2000, mas não vingaram porque os sistemas operacionais eram os mesmos dos PC´s. Antes, utilizávamos as canetas como instrumentos de acessar as telas dos tablets. Porém, com o dedo o processo fica mais natural, mais parecido com o livro. O tablet é a versão eletrônica do livro e do caderno.
Atualmente, nós temos cultura tecnológica que emerge naturalmente e temos tecnologia disponível para aproveitar essa cultura como catalisador do processo educativo. No entanto, é preciso ter cuidado com a segurança das crianças. Afinal, esses equipamentos estão conectados á internet que expõe conteúdos impróprios. É necessário criar aplicativos para que elas não tenham acesso a tudo. São novas possibilidades que se abrem para os alunos.
Pablo Ximenes
Professor de Ensino Superior
DOM HÉLIO CAMPOS
Rádio Escola estimula aprendizagem
A escola estadual Dom Hélio Campos inovou com a introdução de uma Rádio Escola que, hoje, é referência como o único projeto neste estilo, no portal do professor do Ministério da Educação. Tudo é feito virtualmente e o projeto trabalha leitura, escrita, a oralidade e redação, como destaca a diretora da escola, Maria da Conceição Alexandre. A Rádio Escola tem em sua programação as rádios novelas nos moldes das que eram realizadas antigamente. "Eles fazem a escolha dos personagens, planejam e montam os episódios", conta a diretora. Segundo Conceição, tudo é discutido entre os alunos que fazem parte da rádio e os professores, desde a trilha sonora até a etapa final dos programas. Fora isso, todas as atividades comemorativas fazem parte da programação da rádio, além da divulgação de notícias, até o cardápio da merenda, tudo ao vivo, veiculado na hora do intervalo das aulas. A diretora acrescenta que esta é uma ferramenta que as escolas particulares não têm.
Para que a Rádio Escola funcione, são utilizados equipamentos, como microfones, mesa de som, fones de ouvido, gravador digital e os computadores, adquiridos pela escola por meio do programa "Mais Educação", do MEC.
Conceição destaca que a rádio acaba sendo atrativo da comunidade que está no entorno do colégio, localizado no Pirambu. "O projeto tem uma função educativa. É uma verdadeira ferramenta metodológica para os estudantes", afirma.
Além disso, a escola conta, hoje, com dois laboratórios de informática, com 25 computadores. "Isso tudo incentiva para que os professores usem novas tecnologias", ressalta da diretora. Segundo ela, os docentes se planejam e levam novas propostas de trabalho para a unidade.
Quando não têm aula, os alunos sentem falta das atividades na Rádio Escola que são realizadas no turno oposto. De acordo com Conceição, houve uma melhoria no interesse dos alunos com a implementação do projeto Rádio Escola. "Os meninos faltam menos e nós conseguimos muitas matrículas". O Ideb cresceu de 1.9 para 3.2, de 2008 para 2009.
Para Janeson Araújo, de 12 anos, integrante da equipe da rádio, o projeto ajuda na aprendizagem. "Ficamos com vontade de frequentar as aulas". Já Tailane Moraes, de 13 anos, também da equipe, acredita que é educativo.
LINA MOSCOSO
REPÓRTER
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