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Tributo aos educadores

9/1/2011

Aludi, há duas semanas, aos problemas que hoje caracterizam a escola brasileira como um ambiente hostil para professores e boa parte dos alunos. A violência infelizmente tem imperado e, com a omissão da lei e das autoridades, o panorama se afigura cada vez mais dramático. Muito diferente, portanto, da tradicional escola de décadas passadas, quando havia uma relação de respeito e de urbanidade com nossos mestres, onde a disciplina realmente predominava, sem resvalar para a mediocridade atual.

Relembro com saudade a minha primeira escolinha, onde a diretora, professora Joanita Filgueiras, comandava o corpo docente de forma tranquila e onde aprendi, com meus colegas, os rudimentos da religião e do conhecimento. Sábia educadora, irradiava simpatia e formou turmas seguidas no pequeno, porém querido Centro Educacional Santo Antônio - santo do qual era devota - , nunca recorrendo à imposição do medo como meio de intimidação dos alunos.

A seguir, continuei meus estudos nos colégios Redentorista, dos padres irlandeses, e Cearense, dos irmãos maristas, recebendo, em ambos, sólida formação religiosa e intelectual que me habilitou a progredir nos estudos. Ao render tributo aos três estabelecimentos de ensino responsáveis por minha formação - hoje extintos, por sinal - , homenageio também educadores como o paulista Lourenço Filho, que atuou no Ceará na década de 20 do século passado, e outros como Filgueiras Lima, Edilson Brasil Soárez e Roberto de Carvalho Rocha, ícones da educação nesta terra, que criaram colégios até hoje respeitados pela qualidade no ensino e a boa prática disciplinar que deve reger o contato entre mestres e discípulos. Quanto à escola pública, remonto ao auspicioso tempo em que o Liceu do Ceará e a velha Escola Normal eram também exemplos do bom ensino, como ocorria em outros colégios da capital. Fazendo estas considerações, espero que os responsáveis pela educação no país acordem para a urgência de restaurar padrões que possam resgatar a boa e velha escola, onde o respeito, o bom ensino e a disciplina de fato prevaleciam entre os docentes e os alunos.

GILSON BARBOSAjornalista
publicado originalmente no JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE