Deficiência no ensino básico afeta superior
23 de janeiro de 2011 | 0h 00
Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo
Em 2002, o Brasil publicou cerca de 12 mil artigos em revistas científicas da Web of Science, rede internacional de periódicos. Em 2008, foram mais de 26 mil.
Tal aumento deveria corresponder a um aumento no número de pessoas que ingressam na pós-graduação. De fato, houve um crescimento significativo nos últimos anos, mas ainda insuficiente para a crescente demanda do País.
"Como fazer ciência sem gente?", questionava Miguel Nicolelis, em entrevista ao Estado há duas semanas. "Os americanos não contam com pessoas mais capazes lá. O que eles têm de diferente é um número maior de pesquisadores..."
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, concorda: "É preciso ter muita gente jogando futebol na várzea para que surjam alguns pelés."
E reconhece que o gargalo da pós-graduação está nos níveis anteriores, especialmente nos ensinos fundamental e médio. "Muitas pessoas não chegam ao ensino superior e, quando chegam, não tem o conhecimento necessário para realizar os estudos", afirma Guimarães.
O Plano Nacional de Pós-Graduação 2005-2010 previa atingir, no ano passado, o patamar de formar 2,9 mil doutores por ano em engenharia e computação, áreas consideradas cruciais para o desenvolvimento tecnológico do País. Foi a única meta não atingida no plano, segundo Guimarães. "Ficamos um pouco acima da metade do previsto."
O próximo Plano Nacional de Pós-Graduação compreenderá o período 2011-2020. A Capes vai atuar nas políticas de educação básica oferecendo capacitação para professores nas áreas de conhecimento mais críticas. A esperança é que investimento no ensino de física e matemática, por exemplo, melhore o desempenho dos estudantes nas graduações de engenharia e diminua a evasão que, em alguns casos, chega a 50%.
Profissionalismo. O neurocientista Martin Cammarota, da PUC-RS, aponta que boa parte da ciência brasileira é feita por mestrandos e doutorandos. "Não podemos esquecer que ainda não são pesquisadores formados", afirma Cammarota. "Estão em processo de formação."
Ele defende um aumento significativo no número de pós-doutorandos. "Assim funciona lá fora e é um passo necessário para que subamos mais um patamar na pesquisa científica."
Fonte: www.estadao.com.brTal aumento deveria corresponder a um aumento no número de pessoas que ingressam na pós-graduação. De fato, houve um crescimento significativo nos últimos anos, mas ainda insuficiente para a crescente demanda do País.
"Como fazer ciência sem gente?", questionava Miguel Nicolelis, em entrevista ao Estado há duas semanas. "Os americanos não contam com pessoas mais capazes lá. O que eles têm de diferente é um número maior de pesquisadores..."
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, concorda: "É preciso ter muita gente jogando futebol na várzea para que surjam alguns pelés."
E reconhece que o gargalo da pós-graduação está nos níveis anteriores, especialmente nos ensinos fundamental e médio. "Muitas pessoas não chegam ao ensino superior e, quando chegam, não tem o conhecimento necessário para realizar os estudos", afirma Guimarães.
O Plano Nacional de Pós-Graduação 2005-2010 previa atingir, no ano passado, o patamar de formar 2,9 mil doutores por ano em engenharia e computação, áreas consideradas cruciais para o desenvolvimento tecnológico do País. Foi a única meta não atingida no plano, segundo Guimarães. "Ficamos um pouco acima da metade do previsto."
O próximo Plano Nacional de Pós-Graduação compreenderá o período 2011-2020. A Capes vai atuar nas políticas de educação básica oferecendo capacitação para professores nas áreas de conhecimento mais críticas. A esperança é que investimento no ensino de física e matemática, por exemplo, melhore o desempenho dos estudantes nas graduações de engenharia e diminua a evasão que, em alguns casos, chega a 50%.
Profissionalismo. O neurocientista Martin Cammarota, da PUC-RS, aponta que boa parte da ciência brasileira é feita por mestrandos e doutorandos. "Não podemos esquecer que ainda não são pesquisadores formados", afirma Cammarota. "Estão em processo de formação."
Ele defende um aumento significativo no número de pós-doutorandos. "Assim funciona lá fora e é um passo necessário para que subamos mais um patamar na pesquisa científica."
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