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28 de novembro de 2010

UMA HOMENAGEM ÀS VELHAS CARTAS

CARTAS


Sempre, em toda a minha vida, fui um constante simpatizante do mundo das cartas. Não as de baralho, evidentemente, mas as verdadeiras missivas. Gosto de escrevê-las, aprecio recebê-las e arquivá-las. Feitas, então, por pessoas célebres, tais documentos assumem retrato de sobrada importância. O volume "Correspondência", de Machado de Assis, endereçando-as a Alencar, Joaquim Nabuco, José Veríssimo e tantos outros, é, por assim dizer, qualquer coisa que nos preenche por inteiro os mais sublimes recantos da alma. Uma das cartas mais antigas que se tem registro data de milhares de anos. Foi produzida na face de um tijolo de barro cozido, originário da Babilônia. 

Em Roma existiam famosos escribas. Plínio, por exemplo, em uma de suas notáveis cartas, relata com fidelidade a destruição de Pompeia durante a erupção do Vesúvio. As epístolas de São Paulo são cartas por ele enviadas às Igrejas cristãs do mundo romano. Anteriormente ao século XV, raríssimas pessoas sabiam escrever, inclusive os próprios reis que mal conseguiam assinar as cartas redigidas pelos escribas em seus nomes. Em meados do século XV, ficou mais espalhado o hábito de se redigir mensagens. São mais ou menos desse tempo, as conhecidas Cartas de Paston, de uma família de proprietários de terras, conduzidas por servos, ou por viajantes. Mas a grande verdade é que o uso da carta é encontrado entre todos os povos antigos. Gregos e romanos a grafavam em lâminas ou tabletes de cera, daí haver surgido o termo "tabella" que davam ao escravo que a levava. Já os escravos que eram encarregados de redigir cartas, chamavam-se "amanuenses" ou "epistolis a manu". 

Na Idade Média, o material utilizado era o pergaminho, mais tarde substituído pelo papel no século XIV. Encerro o artigo, fazendo citação de pequeno trecho de uma música: "Escreva-me uma carta, meu amor, e mande-me outro beijo, por favor..."

Roberto Ribeiro- escritor e lexicógrafo

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