Meu Manifesto
Esse blog reunirá uma coletânea de depoimentos que revelam o difícil cotidiano que o professor da escola pública vem vivendo e a situação de abandono a que está submetido. Entre outras dificuldades, posso apontar: a ausência de recursos, a ambigüidade das políticas educacionais, a proposital desqualificação do seu papel, a imposição de tarefas que não lhe cabem (sem um apoio especializado), a interferência excessiva e perniciosa no trabalho e, como conseqüência disso, as constantes e desgastantes mudanças, abruptas, no cotidiano escolar.
Nos últimos anos, tem-se exigido do professor, cada vez mais, enfrentar, em sala de aula (ao mesmo tempo e praticamente sozinho) alunos menores infratores, deficientes físicos e mentais,com comportamento agressivo e desrespeitoso, condenados a permanecerem eternos "excluídos verbais" (analfabetos que não escrevem e nem lêem, até mesmo no 4º Ciclo)que nunca terão acesso a uma profissão decente, com uma remuneração digna e justa. Isso vem ocorrendo com cada vez menos apoio logístico, simbólico e moral das entidades governamentais, da imprensa e da mídia. Eu, professor da escola pública, tenho sido responsabilizado pelos problemas que esses alunos vêm apresentando e sou obrigado a resolvê-los (sem me darem a menor condição para enfrentar isso). Contudo, esses problemas resultam de um modelo sócio-econômico que prima por premiar e promover indivíduos imorais, amorais, gananciosos, irresponsáveis, nepotistas, indolentes e oportunistas que se encontram, muitas vezes, em posições de destaque na hierarquia social e governamental.
São esses indivíduos, os verdadeiros responsáveis pela situação de penúria em que nossos alunos se encontram. São eles os que marginalizam grande parte da sociedade e lucram com a ignorância e a ingenuidade da população, gerindo de modo irracional, quando não, irresponsável, os recursos que deveriam chegar às escolas. Ao invés disso, esses recursos terminam por se esvaírem em projetos mirabolantes, verdadeiras aventuras estúpidas e inócuas, sem um embasamento sólido, experimental e teórico que os justifiquem. São projetos sem pé nem cabeça, desenvolvidos por indivíduos incompetentes, que visam a, única e exclusivamente, gastar recursos disponíveis das entidades de fomento e se auto-promover. O problema está em que não há uma maneira de avaliar os resultados desses projetos e processos, como ocorre com o trabalho do professor feito nas escolas. A instalação dos mesmos, além de desviarem recursos que iriam para a educação formal, tem justificado o corte de verbas para iniciativas dentro do ambiente escolar, condenando nossos alunos ao fracasso em aprender, adequadamente, pelo menos ler, escrever e fazer as operações fundamentais. É trocar o insuficiente por coisa alguma.
Ao que parece, acreditam esses "engenheiros educacionais", esses "administradores da miséria humana" que se pode educar por osmose, pelo simples estar no mundo, que o educar é um processo lógico, simples, que se opera como os malditos números, livros e teorias com os quais "só eles sabem lidar". O dia-a-dia com o aluno desse 4º mundo, na prática, eles nem tomam conhecimento e nem querem saber o que é, simplesmente porque é uma avaliação qualitativa que não se exprime nem se reduz a números e relatórios, embora acabem refletindo nos "provões". Eles não se lembram nem de quando eram alunos!
Nos raros momentos que se reúnem conosco, colocam seus visores míopes, detrás de seu aparato burocrático, de mando e desmando, postados à distância da tragédia que vivemos todo dia e procuram nos ensinar seus dogmas - o que eles nunca souberam fazer ou já se esqueceram e, mesmo, nem querem se lembrar.
Ignoram o fato que, por mais que nos aproximemos da cultura do qual parte o aluno, nunca teremos consciência de sua complexidade (fruto de uma vivência única) e jamais iremos substituí-los em seu processo de auto-afirmação, pois algum tipo de conflito cultural irá existir e é bom que exista. O que não podemos fazer, é mantê-los nos seu estado ingênuo, idiossincrático, como se tenta fazer com algumas tribos indígenas, ignorando o quão é violento não lhes permitir o acesso aos bens culturais, aos instrumentos e conhecimentos que permitem enfrentar os desafios que a civilização nos impõe. Se assim o fizermos, os condenaremos a não buscar e obter uma autonomia que os permita se expressar e se defender, enquanto uma possibilidade do diferente, perante esse mundo formal e legal.
Desconhecem que aprender é, principalmente, trocar o prazer hedonista, imediato, por um hábito contínuo, um esforço que se compensa a médio e longo prazo - é organizar as idéias e o pensamento, ainda que se vá contestá-las. Não é só essa brincadeira aqui e ali, sem se fazer a menor conexão, que esses pedantes querem acreditar que, por si só, eduque. Ficar reproduzindo, aleatoriamente, a cultura popular ou de massa a fim de valorizar o universo do aluno não é suficiente. É preciso lhes dar acesso a outras possibilidades, outros mundos, outras culturas, outros códigos a que eles, sem a escola, nunca poderão ter acesso. Se não for assim, se nos mantivermos sempre nessa relação especular distorcida com eles, seremos sempre a sua caricatura, pois, não nos assumindo, não estaremos instigando eles a fazer o mesmo, pois eles também sabem ser nosso espelho quando lhes é conveniente.
É tremendamente ingênuo e errôneo pensar que o simples estar no mundo da Internet, do celular, das ONGS, etc. permite ao aluno ter acesso pleno aos bens culturais. Não! Esse acesso só é permitido através do domínio dos "códigos", a fim de se fazer a distinção entre "o joio e o trigo". Não se trata de impingir ao aluno um só tipo de conhecimento, mas de lhe dar aqueles que permita-o operar criticamente esse mundo e interferir nele.
Não é àtoa que, além do acesso à Internet, as nações socialmente mais igualitárias investem em fantásticos, bem equipados e conservados museus e bibliotecas. São locais onde o conhecimento está suficientemente organizado para ser assimilado. É dessa forma que se permite o acesso democrático ao conhecimento. O acesso à Internet não proporciona isso e é muito dispendioso. Se o aluno não é convocado e desafiado a desvendar outros códigos além dos "monológicos" da moda, do senso comum e do seu meio, ele não irá tirar proveito das possibilidades que o acesso democrático à Internet lhe proporciona.
Por essa razão que, nós professores, estamos na contramão dessas políticas educacionais e temos sofrido com elas. Não somos nós que destratamos, discriminamos, excluímos e depreciamos esses alunos, como insistentemente vem sendo veiculado pela imprensa e por essa corja de "corvos especialistas". É essa política pseudo-inclusiva que impõe ao aluno marginalizado ir à escola (despreparada e descapitalizada para recebê-lo) e lhe dá a falsa impressão que ele está sendo cuidado de alguma forma. Muitos deles, antes de serem brutalmente mortos, se escondem, por um tempo, na escola, fazendo dela uma refém de suas atividades ilícitas, com a cumplicidade e omissão das autoridades. Entretanto, no retorno desse aluno à sociedade, nada terá mudado, e ele será ainda mais marginalizado, pois não cavou, honestamente, seu próprio caminho e nem buscou seu próprio meio de sustento, já que lhe foi incutida a idéia de que o simples passar pela escola pública (com essa política de "pão e circo") o coloca em condições de competir com os filhos bem encaminhados dessa Nomenclatura que, certamente, não estuda em escola pública, muito menos "Plural".
É nessa situação (mafiosa) de deturpação da realidade educacional, de difamação da figura do professor, de proposital falta de bom senso, de caos social, de inversão de valores, de tudo pelo avesso, que precisamos guardar e divulgar os nossos problemas, narrando e denunciando (como pretendo que se faça nesse blog) todo tipo situações absurdas e degradantes com que a escola e o professor vêm lidando no seu cotidiano. Caso contrário, seremos sempre, descaradamente ignorados pelas pessoas que ocupam postos chave das entidades educacionais. Afinal, nossas reivindicações não têm alcançado a imprensa e o Estado tem sido cada vez mais omisso e ausente.
Enquanto isso, por outra via (às vezes, até pela mesma via), o "Crime Organizado" se faz, cada vez mais ostensivo e presente. A prefeitura, pressionada em manter os inúmeros cargos políticos e os programas populistas, vem fechando turmas e dispensando professores. Como justificativa desse crime, promovem alternativas de atendimento ao aluno que não passam de pseudo-experimentos educacionais. E mais recentemente, além do já desgastado e falacioso discurso da inclusão, estão reproduzindo, igual papagaios (até pior que os tucanos), que devemos deixar de ser tão corporativistas, abrindo mão de nossos direitos trabalhistas em prol de uma "justiça social" que renderá vultuosos recursos para seus apadrinhados. Essa "conversa mole" pretende esconder uma realidade terrível. Não é preciso lembrar a eles que o que deveria estar em questão, não é um modelo de educação ou uma concepção de escola, ou a redenção e re(in)clusão de bandidos, nem mesmo a redefinição do papel do professor, desqualificado como um mero "trabalhador da educação". Muito menos, a provável repetição, aqui, do que ocorreu nas eleições em São Paulo e Porto Alegre. Não se trata, também, da enganosa adequação dos programas educacionais aos parâmetros, estatísticas e verbas do Banco Mundial. O que realmente está em questão, é o futuro dos nossos amigos alunos, que estão sendo condenados, toda uma geração, a ter uma vida ainda mais medíocre que aquela, quando entraram na escola e, certamente, nós cidadãos e a Nação que vamos pagar caro por esse ato criminoso.
*É ponto passivo e virou até moda, criticar a prática do professor sem se fazer uma reflexão aprofundada e pontual do problema! Sempre se recorre aos mesmos chavões e clichês para se conseguir isso. Woodson Fiorini de Carvalho
Nos últimos anos, tem-se exigido do professor, cada vez mais, enfrentar, em sala de aula (ao mesmo tempo e praticamente sozinho) alunos menores infratores, deficientes físicos e mentais,com comportamento agressivo e desrespeitoso, condenados a permanecerem eternos "excluídos verbais" (analfabetos que não escrevem e nem lêem, até mesmo no 4º Ciclo)que nunca terão acesso a uma profissão decente, com uma remuneração digna e justa. Isso vem ocorrendo com cada vez menos apoio logístico, simbólico e moral das entidades governamentais, da imprensa e da mídia. Eu, professor da escola pública, tenho sido responsabilizado pelos problemas que esses alunos vêm apresentando e sou obrigado a resolvê-los (sem me darem a menor condição para enfrentar isso). Contudo, esses problemas resultam de um modelo sócio-econômico que prima por premiar e promover indivíduos imorais, amorais, gananciosos, irresponsáveis, nepotistas, indolentes e oportunistas que se encontram, muitas vezes, em posições de destaque na hierarquia social e governamental.
São esses indivíduos, os verdadeiros responsáveis pela situação de penúria em que nossos alunos se encontram. São eles os que marginalizam grande parte da sociedade e lucram com a ignorância e a ingenuidade da população, gerindo de modo irracional, quando não, irresponsável, os recursos que deveriam chegar às escolas. Ao invés disso, esses recursos terminam por se esvaírem em projetos mirabolantes, verdadeiras aventuras estúpidas e inócuas, sem um embasamento sólido, experimental e teórico que os justifiquem. São projetos sem pé nem cabeça, desenvolvidos por indivíduos incompetentes, que visam a, única e exclusivamente, gastar recursos disponíveis das entidades de fomento e se auto-promover. O problema está em que não há uma maneira de avaliar os resultados desses projetos e processos, como ocorre com o trabalho do professor feito nas escolas. A instalação dos mesmos, além de desviarem recursos que iriam para a educação formal, tem justificado o corte de verbas para iniciativas dentro do ambiente escolar, condenando nossos alunos ao fracasso em aprender, adequadamente, pelo menos ler, escrever e fazer as operações fundamentais. É trocar o insuficiente por coisa alguma.
Ao que parece, acreditam esses "engenheiros educacionais", esses "administradores da miséria humana" que se pode educar por osmose, pelo simples estar no mundo, que o educar é um processo lógico, simples, que se opera como os malditos números, livros e teorias com os quais "só eles sabem lidar". O dia-a-dia com o aluno desse 4º mundo, na prática, eles nem tomam conhecimento e nem querem saber o que é, simplesmente porque é uma avaliação qualitativa que não se exprime nem se reduz a números e relatórios, embora acabem refletindo nos "provões". Eles não se lembram nem de quando eram alunos!
Nos raros momentos que se reúnem conosco, colocam seus visores míopes, detrás de seu aparato burocrático, de mando e desmando, postados à distância da tragédia que vivemos todo dia e procuram nos ensinar seus dogmas - o que eles nunca souberam fazer ou já se esqueceram e, mesmo, nem querem se lembrar.
Ignoram o fato que, por mais que nos aproximemos da cultura do qual parte o aluno, nunca teremos consciência de sua complexidade (fruto de uma vivência única) e jamais iremos substituí-los em seu processo de auto-afirmação, pois algum tipo de conflito cultural irá existir e é bom que exista. O que não podemos fazer, é mantê-los nos seu estado ingênuo, idiossincrático, como se tenta fazer com algumas tribos indígenas, ignorando o quão é violento não lhes permitir o acesso aos bens culturais, aos instrumentos e conhecimentos que permitem enfrentar os desafios que a civilização nos impõe. Se assim o fizermos, os condenaremos a não buscar e obter uma autonomia que os permita se expressar e se defender, enquanto uma possibilidade do diferente, perante esse mundo formal e legal.
Desconhecem que aprender é, principalmente, trocar o prazer hedonista, imediato, por um hábito contínuo, um esforço que se compensa a médio e longo prazo - é organizar as idéias e o pensamento, ainda que se vá contestá-las. Não é só essa brincadeira aqui e ali, sem se fazer a menor conexão, que esses pedantes querem acreditar que, por si só, eduque. Ficar reproduzindo, aleatoriamente, a cultura popular ou de massa a fim de valorizar o universo do aluno não é suficiente. É preciso lhes dar acesso a outras possibilidades, outros mundos, outras culturas, outros códigos a que eles, sem a escola, nunca poderão ter acesso. Se não for assim, se nos mantivermos sempre nessa relação especular distorcida com eles, seremos sempre a sua caricatura, pois, não nos assumindo, não estaremos instigando eles a fazer o mesmo, pois eles também sabem ser nosso espelho quando lhes é conveniente.
É tremendamente ingênuo e errôneo pensar que o simples estar no mundo da Internet, do celular, das ONGS, etc. permite ao aluno ter acesso pleno aos bens culturais. Não! Esse acesso só é permitido através do domínio dos "códigos", a fim de se fazer a distinção entre "o joio e o trigo". Não se trata de impingir ao aluno um só tipo de conhecimento, mas de lhe dar aqueles que permita-o operar criticamente esse mundo e interferir nele.
Não é àtoa que, além do acesso à Internet, as nações socialmente mais igualitárias investem em fantásticos, bem equipados e conservados museus e bibliotecas. São locais onde o conhecimento está suficientemente organizado para ser assimilado. É dessa forma que se permite o acesso democrático ao conhecimento. O acesso à Internet não proporciona isso e é muito dispendioso. Se o aluno não é convocado e desafiado a desvendar outros códigos além dos "monológicos" da moda, do senso comum e do seu meio, ele não irá tirar proveito das possibilidades que o acesso democrático à Internet lhe proporciona.
Por essa razão que, nós professores, estamos na contramão dessas políticas educacionais e temos sofrido com elas. Não somos nós que destratamos, discriminamos, excluímos e depreciamos esses alunos, como insistentemente vem sendo veiculado pela imprensa e por essa corja de "corvos especialistas". É essa política pseudo-inclusiva que impõe ao aluno marginalizado ir à escola (despreparada e descapitalizada para recebê-lo) e lhe dá a falsa impressão que ele está sendo cuidado de alguma forma. Muitos deles, antes de serem brutalmente mortos, se escondem, por um tempo, na escola, fazendo dela uma refém de suas atividades ilícitas, com a cumplicidade e omissão das autoridades. Entretanto, no retorno desse aluno à sociedade, nada terá mudado, e ele será ainda mais marginalizado, pois não cavou, honestamente, seu próprio caminho e nem buscou seu próprio meio de sustento, já que lhe foi incutida a idéia de que o simples passar pela escola pública (com essa política de "pão e circo") o coloca em condições de competir com os filhos bem encaminhados dessa Nomenclatura que, certamente, não estuda em escola pública, muito menos "Plural".
É nessa situação (mafiosa) de deturpação da realidade educacional, de difamação da figura do professor, de proposital falta de bom senso, de caos social, de inversão de valores, de tudo pelo avesso, que precisamos guardar e divulgar os nossos problemas, narrando e denunciando (como pretendo que se faça nesse blog) todo tipo situações absurdas e degradantes com que a escola e o professor vêm lidando no seu cotidiano. Caso contrário, seremos sempre, descaradamente ignorados pelas pessoas que ocupam postos chave das entidades educacionais. Afinal, nossas reivindicações não têm alcançado a imprensa e o Estado tem sido cada vez mais omisso e ausente.
Enquanto isso, por outra via (às vezes, até pela mesma via), o "Crime Organizado" se faz, cada vez mais ostensivo e presente. A prefeitura, pressionada em manter os inúmeros cargos políticos e os programas populistas, vem fechando turmas e dispensando professores. Como justificativa desse crime, promovem alternativas de atendimento ao aluno que não passam de pseudo-experimentos educacionais. E mais recentemente, além do já desgastado e falacioso discurso da inclusão, estão reproduzindo, igual papagaios (até pior que os tucanos), que devemos deixar de ser tão corporativistas, abrindo mão de nossos direitos trabalhistas em prol de uma "justiça social" que renderá vultuosos recursos para seus apadrinhados. Essa "conversa mole" pretende esconder uma realidade terrível. Não é preciso lembrar a eles que o que deveria estar em questão, não é um modelo de educação ou uma concepção de escola, ou a redenção e re(in)clusão de bandidos, nem mesmo a redefinição do papel do professor, desqualificado como um mero "trabalhador da educação". Muito menos, a provável repetição, aqui, do que ocorreu nas eleições em São Paulo e Porto Alegre. Não se trata, também, da enganosa adequação dos programas educacionais aos parâmetros, estatísticas e verbas do Banco Mundial. O que realmente está em questão, é o futuro dos nossos amigos alunos, que estão sendo condenados, toda uma geração, a ter uma vida ainda mais medíocre que aquela, quando entraram na escola e, certamente, nós cidadãos e a Nação que vamos pagar caro por esse ato criminoso.
*É ponto passivo e virou até moda, criticar a prática do professor sem se fazer uma reflexão aprofundada e pontual do problema! Sempre se recorre aos mesmos chavões e clichês para se conseguir isso. Woodson Fiorini de Carvalho
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