26/11/2010
Indecisões
Por Márcia Shimabukuro
Muitos jovens se preocupam com o que fazer, que profissão escolher para o resto da vida. Fazer uma escolha tão importante aos 17 anos é no mínimo assustador. Que experiência temos para escolher? O que conhecemos do mundo? Como poderíamos se não conhecemos nem a nós mesmos? Somos obrigados a decidir, e assim o fiz. Passei por essa fase, que se mostrou cíclica.
Hoje, aos 19 anos, no término do segundo ano de faculdade, estou infeliz. Não sei se gosto do curso, não gosto de exercer a profissão. Ao mesmo tempo que já se passaram dois anos, ainda faltam mais dois. Sinto como se estivesse me arrastando pelos corredores da faculdade, sendo levada por impulso, como se minha vontade se despendesse de mim a cada dia.
Desistir agora? Ficar a contragosto? Aguentar ‘apenas‘ mais dois anos? Estou estagnada. E, por inércia, a motivação de seguir em frente está em repouso junto de minha razão. Sei que muitos estão no mesmo dilema, e a grande questão que me resta é ter coragem. Coragem de largar e definir o que quero realmente. Coragem de encarar a realidade e assumir que preciso de ajuda. Coragem de enfrentar meus medos e sair da comodidade.
Numa conversa bastante franca, meu pai manifestou apoio a mim. Provavelmente, percebeu minha infelicidade nos últimos tempos, sentou-se no sofá e conversou comigo. ‘Saiba que a sua família te apoia, a decisão é sua. Se você decidir largar, e fazer um curso pré-vestibular ou se quiser ficar e terminar a faculdade, nós respeitaremos a sua vontade. Você é tão nova ainda, vai encontrar algo que realmente goste‘.
Gostaria muito de acreditar nas palavras de meu pai. Fico pensando: estou perdendo tempo? Perdi tempo nesses dois anos? Sou fracassada? Por que escolhi errado? Ainda não consegui concluir minha resposta, talvez não exista uma resposta totalmente verdadeira. Sei que é cada vez mais difícil continuar, mas a barreira para sair é perversa, alta. Eu, lá embaixo, tão pequena, tão frágil. Não sei se minhas forças são suficientes para essa nova jornada e se vou mais uma vez sabotar a mim mesma. As dúvidas parecem ainda maiores e mais numerosas desta vez.
Gostaria de poder dizer que serei uma vencedora, que vou me realizar profissionalmente e serei, em breve e acima de tudo, muito feliz. Mas neste momento sinto apenas o peso de minhas indecisões e de um futuro incerto e próximo. Esse peso que me desmotiva, que me persegue, que persiste. Minha maior expectativa hoje é de que aos poucos as ideias clareiem e que com o tempo eu esteja decidida. Assim, finalmente poderei aquietar o meu coração, acalmando minhas ansiedades e medos.
Muitos jovens se preocupam com o que fazer, que profissão escolher para o resto da vida. Fazer uma escolha tão importante aos 17 anos é no mínimo assustador. Que experiência temos para escolher? O que conhecemos do mundo? Como poderíamos se não conhecemos nem a nós mesmos? Somos obrigados a decidir, e assim o fiz. Passei por essa fase, que se mostrou cíclica.
Hoje, aos 19 anos, no término do segundo ano de faculdade, estou infeliz. Não sei se gosto do curso, não gosto de exercer a profissão. Ao mesmo tempo que já se passaram dois anos, ainda faltam mais dois. Sinto como se estivesse me arrastando pelos corredores da faculdade, sendo levada por impulso, como se minha vontade se despendesse de mim a cada dia.
Desistir agora? Ficar a contragosto? Aguentar ‘apenas‘ mais dois anos? Estou estagnada. E, por inércia, a motivação de seguir em frente está em repouso junto de minha razão. Sei que muitos estão no mesmo dilema, e a grande questão que me resta é ter coragem. Coragem de largar e definir o que quero realmente. Coragem de encarar a realidade e assumir que preciso de ajuda. Coragem de enfrentar meus medos e sair da comodidade.
Numa conversa bastante franca, meu pai manifestou apoio a mim. Provavelmente, percebeu minha infelicidade nos últimos tempos, sentou-se no sofá e conversou comigo. ‘Saiba que a sua família te apoia, a decisão é sua. Se você decidir largar, e fazer um curso pré-vestibular ou se quiser ficar e terminar a faculdade, nós respeitaremos a sua vontade. Você é tão nova ainda, vai encontrar algo que realmente goste‘.
Gostaria muito de acreditar nas palavras de meu pai. Fico pensando: estou perdendo tempo? Perdi tempo nesses dois anos? Sou fracassada? Por que escolhi errado? Ainda não consegui concluir minha resposta, talvez não exista uma resposta totalmente verdadeira. Sei que é cada vez mais difícil continuar, mas a barreira para sair é perversa, alta. Eu, lá embaixo, tão pequena, tão frágil. Não sei se minhas forças são suficientes para essa nova jornada e se vou mais uma vez sabotar a mim mesma. As dúvidas parecem ainda maiores e mais numerosas desta vez.
Gostaria de poder dizer que serei uma vencedora, que vou me realizar profissionalmente e serei, em breve e acima de tudo, muito feliz. Mas neste momento sinto apenas o peso de minhas indecisões e de um futuro incerto e próximo. Esse peso que me desmotiva, que me persegue, que persiste. Minha maior expectativa hoje é de que aos poucos as ideias clareiem e que com o tempo eu esteja decidida. Assim, finalmente poderei aquietar o meu coração, acalmando minhas ansiedades e medos.
Retirado do FOLHA TEEN - www.folhaonline.com.br
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