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26 de setembro de 2009

UMA LEITURA QUE VALE SER DISCUTIDA NA ESCOLA E NA VIDA EM GERAL

Como criar profissionais medíocres? (VOCÊ S/A On-Line, agosto/2003)

Tenho certeza que, nos casos não patológicos ou psíquicos, os pais realmente erram na educação dos filhos por ignorância, não por negligência. Pois, se sua intenção deliberada for transformar seus filhos em bundões corporativos, aqui vão algumas dicas de atitudes e comportamentos extremamente eficientes. Se não for essa a intenção, basta fazer o contrário. Note que as lições abaixo foram extraídas de várias entrevistas e situações vividas com executivos e funcionários em “fraldários corporativos”, também chamados de sala de reunião da diretoria.

1) Sempre que uma criança bater no seu filho, ensine-o que, ao invés de pedir que a “tia” tome alguma providência, o melhor é a revanche, ou seja, bater de volta. Assim, sempre que o chefe partir para cima, você já terá aprendido como aplicar uma rasteira e uma “cruzeta” no pescoço;

2) Faça ameaças do tipo “se não comer vai para o médico”, ou “cuidado, se cair vai para o hospital”, ou ainda “se não escovar os dentes vai para o dentista”. Isso criará nele tanto ódio aos profissionais da área, que o transformará em um especialista em auto-medicação. Sem contar que com esse aprendizado ele também detestará a idéia de solicitar a consultoria de algum especialista;

3) Um remédio para a auto-estima da criança: sempre que seu filho tentar lhe “ajudar” em algo, carregando as compras do mercado, lavando louças, ou consertando algo, por exemplo, diga a ele que “pare de atrapalhar... o papai (a mamãe) está tentando fazer direito e você ainda não sabe como se faz”. Sinceramente, nunca vi uma técnica mais eficiente para inibir a vontade do profissional de aprender coisas novas. E isso é ótimo, pois a empresa não corre o risco de ter alguém “inventando” a toda hora.

4) Essa é excepcional. Dê a ele sempre essa lição de moral: “se não estudar, vai trabalhar”. Isso irá construir a idéia de que trabalho “não” é castigo, como também o fará “amar” o estudo (e não há nenhum problema nisso, afinal, depois que a gente se forma não precisa mais estudar, mesmo...);

5) Escolha uma escola que coloque as crianças levadas de castigo na biblioteca, LENDO. Afinal, ler é um excelente castigo. E outra: quem precisa de leitura?;

6) Sempre que possível, diga aos seus filhos que dinheiro é coisa suja. Assim, quando adultos, eles não vão correr o risco de ter que ficar lidando com ele;

7) Quando o filho estiver no seu escritório (na empresa, ou em casa), jamais o deixe brincar nesse ambiente. Diga firmemente: “filho, isso aqui é local de trabalho, não é local de brincadeira”. Isso será excelente, pois o garotão se transformará em um profissional sério, avesso a esses ambientes descontraídos que alguns têm tentado transformar as organizações. Afinal, quem consegue produzir em ambiente descontraído?;

8) Finalmente, se ele escolher um outro caminho de volta do colégio para casa, não deixe passar em branco. Sempre diga que é mais seguro seguir os mesmos caminhos. Nada de ficar inventando ou descobrindo coisas novas. Afinal, na empresa, ele precisará seguir regras. E são os mais obedientes que mais ascendem na escada do chefe;

Não posso garantir que todas as dicas irão funcionar com seus filhos. Mas asseguro que os profissionais que entrevistei, e que passaram por essas “experiências educativas” em sua infância e adolescência, inegavelmente se transformaram nos mais célebres espécimes da raça dos medíocres, ou bundões, como ela é mais conhecida. Bem, agora é com você.

Paulo Angelim Consultor e palestrante nacional em Marketing, Vendas e Crescimento Pessoal pauloangelim@uol.com.br

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