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31 de janeiro de 2009

VOCÊ CONHECE EDGARD MORIN?

Veja algumas idéias deste pensador sobre educação
Questionamentos
Morin afirma que diante dos problemas complexos que as sociedades contemporâneas hoje enfrentam, apenas estudos de caráter inter-poli-transdisciplinar poderiam resultar em análises satisfatórias de tais complexidades: "Afinal, de que serviriam todos os saberes parciais senão para formar uma configuração que responda a nossas expectativas, nossos desejos, nossas interrogações cognitivas?.” MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 116. Os 7 saberes necessários Morin escreve o livro Os sete saberes necessários à educação do futuro, apresentando o que ele mesmo chama de inspirações para o educador e que é comumente chamado de " Os 7 saberes", onde se refere aos saberes necessários para uma boa prática educacional. 1º Saber: Erro e ilusão Não afastar o erro do processo de aprendizagem, íntegrar o erro ao processo, para que o conhecimento avance. 2º Saber: O conhecimento pertinente Juntar as mais variadas áreas de conhecimento, contra a fragmentação 3º Saber: Ensinar a condição humana Não somos um algo só. Somos indivíduos mais que culturais, somos psíquicos, físicos, míticos, biológicos, etc. 4º Saber: Identidade terrena Saber que a Terra é um pequeno planeta, que precisa ser sustentado a qualquer custo. Idéia da sustentabilidade terra-pátria. 5º Saber: Enfrentar as incertezas Princípio da incerteza. Ensinar que a ciência deve trabalhar com a idéia de que existe coisas incertas 6º Saber: Ensinar à compreensão A comunicação humana deve ser voltada para a compreensão. Introduzir a compreensão; compreensão entre departamentos de uma escola, entre alunos e professores, etc. 7º Saber: Ética do gênero humano É a antropo-ética. Não desejar para os outros, aquilo que não quer para você. A antropo-ética está ancorada em três elementos: Indivíduo Sociedade Espécie
Morin defende a interligação destes três elementos desde O paradigma perdido: a natureza humana. Na questão prática de aplicar os 7 saberes, a questão fundamental é que o objetivo não é transformá-los em disciplinas, mas sim em diretrizes para ação e para elaboração de propostas e intervenções educacionais. O pensamento complexo Como poderá ser entendido o verdadeiro significado do chamado: “Pensamento complexo” de Edgar Morin? Antes de termos uma resposta a essa pergunta, precisamos primeiramente responder outra. O que quer dizer complexo? Complexo vem do Latim complexus, que quer dizer “Aquilo que é tecido em conjunto”. Segundo o próprio Morin, nós somos: Homo (gênero) Homo sapiens sapiens Edgar Morin diz que é sistemático demais possuirmos um sapiens ou dois, em nossa autodenominação, é preciso acrescentar um demens, ficando: Homo sapiens sapiens demens, que mostra o quanto somos descomedidos, loucos, etc. Todo homem é duplo, ao mesmo tempo que é racional apresenta certa demência. Na busca do verdadeiro pensamento complexo de Morin, esbarramos no entendimento de outros conceitos, entre eles, é o de operadores de complexidade: Operador dialógico que é diferente de operador dialético Operador recursivo Operador hologramático O operador dialógico envolve o entrelaçar coisas que aparentemente estão separadas: Exemplos: Razão e emoção Sensível e inteligível O real e o imaginário A razão e os mitos A ciência e a arte Trata-se da não existência de uma síntese, tudo isto consiste o chamado: dialogizar. O operador recursivo, trata principalmente do fato de que sempre aprendemos que uma causa A produz um efeito B. Na recursividade a causa produz um efeito, que por sua vez produz uma causa. Exemplo: Somos produto de uma união biológica, entre um homem e uma mulher e por nossa vez seremos geradores de outras uniões. O operador hologramático, trata de situações em que você não consiga separar a parte do todo. A parte está no todo, assim como o todo está na parte. Esses três operadores são as bases do pensamento complexo. Em resumo temos: Juntar coisas que estavam separadas Fazer circular o efeito sobre a causa Idéia de totalidade: Não dissociar a parte do todo. O todo está na parte assim como a parte está no todo. Com esses três operadores, você criará a noção de totalidade, mas ao mesmo tempo, criará uma concepção de que a simples soma das partes não leva a esse total. A totalidade (no pensamento complexo), é mais do que a soma das partes e simultaneamente menos que a soma das partes. - Nós somos considerados seres que: Falam; Fabricam seus próprios instrumentos; Simbólicos, pois criamos nossos símbolos, nossos mitos, e nossas mentiras. O pensamento complexo afirma também que, além disso, somos complexos. Isto porque estamos inscritos numa longa ordem biológica e porque somos produtores de cultura. Logo, somos 100% natureza e 100% cultura. O conhecimento complexo não está limitado à ciência, pois há na literatura, na poesia, nas artes, um profundo conhecimento. Todas as grandes obras de arte possuem um profundo pensamento sobre a vida. Segundo o próprio Morin, devemos romper com a noção de que devemos ter as artes de um lado e o pensamento científico do outro. Tetragrama organizacional Qualquer atividade de seres vivos é guiada por uma tetralogia. Envolve relações de: Ordem; Desordem; Interação; (re)Organização. Isto é o tetragrama organizacional. Unindo este tetragrama aos operadores de complexidade, temos as bases do pensamento complexo. Diz Marx: “Qualquer reforma do ensino e da educação começa com a reforma dos educadores.” Isto constituiu uma das citações mais utilizadas por Morin quando trata da questão do pensamento complexo, e da reforma dos educadores no processo de criação de uma nova educação. A razão cartesiana impôs um paradigma. Ela nos ensinou a separar a razão do dês-razão. Temos que religar tudo, que a ciência cartesiana separou, segundo Morin

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