18/08/2011
Merda e ouro
“(...) Sentir tudo de todas as maneiras,Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma ideia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
E são-me simpáticos os homens inferiores porque são superiores também,
Porque ser inferior é diferente de ser superior,
E por isso é uma superioridade a certos momentos de visão. (...)’’
Do poema “Passagem das Horas’’, do heterônimo urbanoide Álvaro de Campos, extrai-se uma ideia preciosa: experimentemos de tudo. Essa ideia complementa-se com o conceito da antropofagia, que também sugere o amplo consumo de todo o material existente, com a adição do senso crítico.
Eu como de coxinha a couve de bruxelas. Aprendo com o novo e apreendo o que o velho diz. Eu assisto a “Harry Potter” e interesso-me pelo festival de cinema turco. Não preciso gostar de tudo, mas posso dizer que conheço. Se não conhecer, nunca poderei gostar. Isso, para mim, é tão óbvio, que me esqueço de que algumas pessoas desconhecem essa lógica.
A adolescência é uma fase turbulenta, durante a qual fazemos muitas escolhas. Os que possuem senso crítico (adquirido com o amplo consumo) modelam seu próprio caráter. Os que não o possuem, são moldados por aquilo o que os cerca. E quem não tem nem senso crítico, nem algo substancioso à sua volta, no futuro será... nada. Ou melhor, será desinteressante e chato.
Infelizmente, muitos adolescentes deglutem apenas o que está acessível, sem nem ao menos ter a curiosidade de procurar saber o que acontece fora do Facebook, do Twitter, da Malhação, da Capricho. É como disse Itamar Assumpção: “Porcaria na cultura, tanto bate até que fura’’. Quando surge uma opção diferente, menos macia, disforme, alienígena, logo é desprezada. E quem gosta ainda é vítima de chacota pelos aculturados.
Nunca é cedo ou tarde para alimentar a cabeça com coisas nutritivas. Vamos panfletar nossas diferenças mundo afora, porque ficar contemplando a apatia da nossa geração é o mesmo que assistir a um festival de besteiras inúteis. Careta, eu? Sou sim. Não tá vendo minha língua pra fora?
Por Julia Oliveira
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Escrito por Mayra Maldjian às 15h38
17/08/2011
SuperHeavy: a nova banda de Mick Jagger
Há mais de um mês foi divulgada uma banda nova um tanto diferente. Diferente porque nenhum de seus integrantes está em começo de carreira. Pelo contrário, já são artistas consolidados. Um deles, em especial, tem mais experiência que os outros artistas juntos multiplicados por dez. É ninguém mais, ninguém menos que ele: Mick Jagger, o líder dos Rolling Stones.Acrescente nesse grupo o som de Joss Stone, Damian Marley (filho de Bob Marley que já conquistou três Grammy), David Stewart (conhecido pelo seu trabalho nos “Eurythmics”), e A. R. Rahman (apontado pela “Time Magazine” como o maior compositor de trilha de filmes).
Não tardou para começarem todos os tipos de especulações: da estreia nos palcos ao estilo da banda. Os produtores temiam se os fãs de cada um desses artistas realmente abraçariam esse novo projeto. E eu, se a banda conseguiria criar uma identidade própria, afinal, rola uma mistura e tanto de estilos.
Bom, para matar a curiosidade, é só checar o primeiro clipe da banda, “Miracle Worker”, e tirar suas conclusões:
Será que pega?
Por Giulia Cardozo Fontes
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Escrito por Mayra Maldjian às 18h00
16/08/2011
Prepare-se para “As Bruxas de Eastwick”
Embora tenha apenas 18 anos, André Torquato já foi escalado para fazer grandes musicais.Em “Gypsy”, por exemplo, Torquato apresentava um solo de sapateado que é comentado até hoje pelos fãs do gênero. Agora, em “As Bruxas de Eastwick”, o ator volta ao palco para mais uma megaprodução e mais números de dança.
Realizado pela T4F e dirigido pelos “reis dos musicais” Charles Möeller e Claudio Botelho, a história da peça é baseada no livro e no filme homônimos.
Na história, três mulheres da pacata cidade de Eastwick estão entediadas com suas vidas. Porém, a chegada de um homem misterioso à cidade vai virar o mundo dessas mulheres de ponta cabeça!
Além da presença de Torquato, Ben Ludmer –-ator e mágico conhecido nos palcos pelos seus shows de stand-up comedy– e Maria Clara Gueiros fazem sua estreia nos musicais. Renata Ricci, Sabrina Korgut, Fafy Siqueira e Eduardo Galvão completam o elenco principal.
Muito elogiado, “As Bruxas de Eastwick” é o trabalho de uma dupla já consagrada pelas suas performances anteriores, como em “Gypsy”, “A Noviça Rebelde”, “O Despertar da Primavera”, “Hair” e “Avenida Q”.
Vale a pena dar uma conferida nesse novo espetáculo que está em cartaz no Shopping Bourbon no Teatro Bradesco. Os ingressos custam entre R$ 10 a R$ 190.
Por Felipe Gonçalves Guimarães
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Escrito por Mayra Maldjian às 15h30
15/08/2011
Os livros de Mary Hogan
Nas últimas férias me acabei de ler. Nada mais agradável para uma louca por livros do que poder ler todos aqueles títulos que foram esquecidos durante o semestre por conta da escola, dos estudos, da falta de tempo... É nessa época também que eu posso gastar hooooras na livraria pesquisando novos autores, sentindo cheiro de livro novo (juro que sinto!) e comparando as capas mais atraentes.Foi nessa dita circunstância que conheci Mary Hogan, autora de livros para o público teen, especialmente o feminino. O estilo dela mistura o “clássico” de Meg Cabot com o “cômico” de Thalita Rebouças.
O humor em primeira pessoa é valorizado e as histórias comuns tratadas pela escritora são facilmente relacionadas com as experiências de muitas leitoras.
Dentre os títulos publicados por Mary Hogan, destacam-se “Um Beijo para Valer” e “Rosto Bonito”, mas em minha opinião, o melhor deles é... “Garota Perfeita”.
Ruthie Bayer é uma típica garota de 14 anos, moradora de Delaware e estudante de uma pacata escola da cidade. Mora com sua mãe, com quem não se dá muito bem e tem duas melhores amigas, Celeste e Frankie.
Tudo ia monotonamente bem até que a vida da menina fica de pernas pro ar. Jenna, uma “garota perfeita” acaba de entrar no colégio e despertar o interesse de todos os meninos, inclusive de Perry, vizinho e melhor amigo de Ruthie, por quem ela descobriu estar perdidamente apaixonada.
O que fazer nessa situação? Ruthie só consegue pensar em uma solução: pedir ajuda para sua Tia Marty, especialista em relacionamentos. A menina passa por uma completa transformação de vida e é obrigada a rever muitos conceitos. Ela, então, descobre que é preciso muito mais do que beleza e delicadeza para ser uma verdadeira deusa.
Quer saber como termina?
Fica minha dica para quem gosta de uma leitura leve e descontraída: o novo destaque da literatura juvenil, Mary Hogan.
Por Nanda Carneiro
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Escrito por Mayra Maldjian às 17h26
09/08/2011
O eletrobrega alternativo da Banda Uó
Imagine um grupo de alternativos super descolados cantando uma mistura de banda Dejavú com “Whip My Hair”, da Willow Smith. Imaginou? Então, isso é a música “Shake de Amor”, da Banda Uó, um hit na internet.Tudo teve início quando Mateus Carrilho terminou de cursar publicidade. Ele fazia vídeos, e seu amigo, Davi Sabbag, as músicas para esses vídeos.
Eles montaram uma banda só para divulgar uma festa que iam fazer na época, a festa Uó. A festa fez tanto sucesso que acabou virando o nome da banda. Em fevereiro, lançaram esse hit, que não sai da cabeça.
O clipe de “Shake de Amor” tem mais de 180 mil acessos no Youtube. A personagem principal é Candy Mel. Ela viveu um romance com o rockstar Mick Jagger, que a traiu. Começa, então, um plano de vingança. O visual colorido deles contrasta bastante com os cenários da gravação. Vale a pena ver!
Sabia que foram Rodrigo Gorky e Pedro D’eyrot, do Bonde do Rolê, que produziram essa música? Pois é, a banda fez um show com eles em dezembro do ano passado e falaram que já os conheciam pela internet.
O primeiro clipe deles, o que foi a divulgação daquela festa, "Não Quero Saber", com um minuto e meio de duração, também é ótimo, mesmo sem a doce figura de Candy Mel.
Por Vitor dos Santos Amaral
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Escrito por Mayra Maldjian às 15h36
05/08/2011
Parabéns atrasados
Eu tinha meus sete anos quando todos começaram a falar de uns rapazes meio sujos, que aparentemente tinham feito algo muito grande por um tipo de música aparentemente destruído depois da onda pop do fim dos anos 90.
Obviamente, eu não sabia (nem ligava em saber) de nada disso, afinal, eu tinha sete anos e estava mais interessada nos meus bons Pokémons.
O motivo para o barulho que eu ignorava, e continuei ignorando até meus 13 anos, era o tal do “Is This It” (2001), que completa dez anos.
“Eles vieram nos salvar!”, bradavam os críticos musicais órfãos de um bom rock desde, não sei, talvez o início dos anos 90?
Era o álbum que nos levaria de volta aos bons tempos do passado com seu som retrô e ao mesmo tempo nos mostraria o caminho rumo a uma nova era onde tudo seria rock despretensioso com guitarras aceleradas e voz desinteressada. Praticamente um messias que vinha nos trazer a salvação.
Passaram-se dez anos. Os meninos sujos agora são adultos, quase tiozões, um pouco menos sujos, casados, com filhos. Três outros álbuns vieram. Como fã da banda, acho todos especiais e incríveis a seu próprio modo.
Já a crítica não teve a mesma opinião. Vieram também outros falsos messias: Arctic Monkeys, Jet, Klaxons, Vaccines. Um novo a cada mês na capa da NME. Mas nenhum deles causou o mesmo impacto.
Agora, com meus 17 anos, entendo perfeitamente o barulho. Não, talvez eles não tenham sido os salvadores do rock. Talvez o rock nem mesmo precisasse ser salvo. Mas é preciso admitir, mesmo vocês que não gostam da banda, que a sensação de ouvir “Is This It” inteiro pela primeira vez é algo que se consegue apenas com alguns outros poucos álbuns.
Aquela sensação de “oh, meu deus, o que foi isso?!”, no bom sentido, aquele que te faz querer ter escrito aquelas músicas, que te faz querer abraçar, agradecido, quem as escreveu. Foi como me senti ao ouvir “Barely Legal”. Ou “New York City Cops”. “Hard To Explain”, “Last Nite”, “The Modern Age” e até mesmo a subestimada “Soma”. Enfim, o álbum inteiro. E continuo sentindo toda vez que coloco o CD para tocar.
Então, se você nunca ouviu “Is This It” inteiro, OUÇA. Com calma, atenção e aparelho de som apropriado. E aproveite muito bem esses 36 minutos. É uma sensação única.
Por Laura Viana
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Escrito por Mayra Maldjian às 18h38
03/08/2011
Música = homogeneização?
Uma lógica surgiu na minha cabeça enquanto tentava dormir de ontem para hoje. E como precisava falar para alguém, aproveito a situação para colocar no blog.A música perdeu aquele poder que tinha. Ela não faz parte da sua vida mais. Pode ser que com o aumento da tecnologia e a pressão constante por sucesso e reconhecimento na mídia, a música de qualidade é aquela lançada em um dia e que dura alguns poucos meses na memória de quem a escuta.
Não ouvimos música pela qualidade e sim por passatempo. Se a ouvirmos anos depois, lembramos dela, mas não a guardamos para o resto da vida. É difícil imaginar uma pessoa no auge de seus cinquenta anos ouvindo Restart ou Justin Bieber, não é mesmo?
Hoje a música sofre de homogeneização. Está cada vez mais raro ver bandas/artistas que ultrapassam essa barreira da normalidade e atinjam algo novo. Pode ser uma característica da nova geração que ainda está sendo formada, mas gerações anteriores aproveitavam a música de uma forma melhor. Obviamente que o mundo era outro e as músicas eram restritas a CDs e LPs, não tendo esse fluxo absurdo de informação fácil e gratuita.
Infelizmente, essa normalidade musical é deficitária para nós, já que não expande nosso universo musical, ficando restritos às mesmas coisas sempre. Trata-se, portanto, de uma espécie de dominação da informação.
Não estou generalizando, dizendo que todas as músicas lançadas são descartáveis, mas é clara a maior concentração de descartes do que de verdadeiras músicas, que você ouve milhares e milhares de vezes, seja em casa, no quarto, no carro, na escola...
Não sei se estou “viajando” muito, mas foi um pensamento que eu tive e achei necessário comentar.
Por Rodolfo P. Vicentini
Escrito por Mayra Maldjian às 17h16
Achados musicais
Venho por meio deste post compartilhar com vocês dois dos meus melhores achados musicais.O primeiro é a banda californiana de meninas “The Like”. Confesso que o primeiro disco, “Are You Thinking What I’m Thinking?’’, até tem uma ou duas músicas mais ou menos, mas nada de extraordinário.
No segundo álbum, “Release Me”, a banda passou por uma reforma: foi produzida por Mark Ronson, ganhou uma tecladista, mudou de baixista e passou a ter um ar sessentinha que eu adoro.
Depois dessa revolução, elas tiveram o videoclipe de “Fair Game” dirigido por Gia Coppola (neta do consagrado cineasta Francis Ford Coppola), além de uma participação no seriado 90210.
Se depois de ouvi-las abaixo você tiver se apaixonado (o que provavelmente acontecerá), não deixe de ouvir “The Supremes’’ e “The Shirelles”, bandas de garotas da década de 1960 que inspiraram o “The Like’’.
O segundo é Marina and the Diamonds. A artista é Marina Diamandis, uma greco-galesa de voz diferente e poderosa. “The Diamonds’’, ou “os diamantes’’, são os fãs, e não a banda como se pensa.
Seu passado é meio embaraçoso. O nervosismo de estreante às vezes atrapalhava suas apresentações, e suas demos são bem trash. Mas seu presente e seu futuro são maravilhosos: ela já foi atração do Glastonbury no ano passado e neste ano abre os shows da turnê americana de Katy Perry.
Apesar de se tratar de música pop, Marina não se utiliza de pirotecnia nem de coreografias rebolativas para fazer uma senhora performance. Sua voz ao vivo é tão incrível quanto no álbum ‘’Family Jewels’’. Ela é talento puro. É claro que pop é pop, e nunca será muito profundo, mas as letras de suas músicas têm uma substância diferente.
É por esses motivos e outros que eu torço muito pelo sucesso de Marina. Não sei o porquê, mas sinto por ela uma empatia absurda, e a considero a melhor coisa que já aconteceu para a cena pop atual.
Por Julia Oliveira
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Escrito por Mayra Maldjian às 16h35
02/08/2011
Um papo com Wanessa
Por Gabriel JustoNo começo, ela era apenas a filha do Zezé e cantava baladinhas pop românticas bem melosas, como “O Amor Não Deixa” e “Eu Quero Ser o Seu Amor”.
Hoje, Wanessa Camargo se tornou apenas Wanessa, e já grava ao lado de artistas internacionais, como o rapper Ja Rule e vários DJs.
“Stuck on Repeat”, um dos seus mais novos singles, foi até elogiado num respeitado blog de crítica musical do jornal americano “New York Post”.
Wanessa hoje é considerada por muitos como a diva brasileira do pop. Em contrapartida, não são poucos o que apedrejam o trabalho da cantora nas redes sociais.
Preferências à parte, o fato é que Wanessa consegue realmente animar seu público, colocando todos para pular no embalo de sucessos novos e antigos de sua carreira, juntamente com covers de grandes cantoras pop internacionais, como Britney Spears e Shakira.
“Hoje eu me sinto uma cantora muito mais completa, madura e centrada. Sei o que eu quero. Desde a criação de uma música até a maneira de me apresentar no palco”, disse ela ao Folhateen, que esteve presente num show exclusivo para o público teen --o primeiro de sua carreira--, numa matinê em São Paulo.
Sobre a carreira internacional, Wanessa prefere não arriscar muita coisa, mas garante: “Eu tenho vontade de fazer um trabalho que chegue ao mundo inteiro”.
No mês passado, ela se apresentou na matinê EazyTeen, e foi lá que conversamos com ela. Leia abaixo a entrevista completa com a cantora.
Crédito: Marisa Cauduro/Folhapress
Gostou do show na EazyTeen? Esse é o seu primeiro show “exclusivo” pra teens?
Wanessa - Adorei e me diverti bastante nessa apresentação. O público foi muito querido e cantaram junto comigo. Foi uma troca de energia muito boa. É sim a primeira vez que faço um show exclusivo para um público teen. Nos outros lugares que eu canto o público é misturado. Nunca me apresentei em matinê.
Seu público sempre foi formado por uma galera mais adolescente. Numa entrevista à revista “Veja”, em 2003, você disse: “Meu sonho não é ficar cantando eternamente para adolescentes”. Você conseguiu realizar esse sonho? Como você vê seu público hoje?
Às vezes a gente fala algumas coisas e, com o tempo, mudamos de opinião. Hoje eu não tenho pretensão nenhuma em escolha de público. Eu quero o público que curta a minha música, seja ele teen, infantil, LGTB.
Nessa mesma entrevista da “Veja”, você disse: “Não sou uma grande cantora, mas estou aprendendo. Tenho consciência de que meu trabalho é comercial. O pessoal gosta mais de ouvir baladas, elas tocam mais no rádio e ajudam a vender. Então temos que investir em baladas”. Essas suas mudanças atuais são escolhas pessoais ou comerciais?
Todas as minhas mudanças foram completamente pessoais. Até porque, se fossem comerciais, eu teria continuado no que estava dando certo, que era a música pop romântica. Mesmo nessa época eu já sentia a vontade de explorar outros formatos de trabalho, e eu precisava arriscar, dar um pontapé inicial para algo diferente. Eu precisava ser verdadeira comigo mesmo. E hoje eu sei que o que eu faço hoje é pra vida inteira. Hoje eu me sinto uma cantora muito mais completa, melhor do que quando eu comecei. Estou mais madura, mais centrada. Sei o que eu quero. Desde de a criação de uma música até a maneira de me apresentar no palco.
O nome do seu novo CD é “DNA”, e sem dúvida é o mais pop e eletrônico de todos. A música eletrônica sempre esteve no seu DNA?
Na verdade, a música sempre esteve em meu DNA. Desde criança estou envolvida com a música, que é a minha grande paixão. A música eletrônica e mais pop veio agora porque senti que este era o momento.
Nos últimos anos, a sua mudança de estilo foi muito grande. Seu single “Stuck on Repeat”, por exemplo, foi remixado por Dave Audè, que trabalha com grandes divas internacionais como Beyoncé, Madonna, Rihanna... Você se inspira nelas nessa nova fase?
Com certeza, me inspiro nas cantoras internacionais.
Eu sei que os críticos musicais são os mais difíceis de agradar. Mesmo assim, Jarett Wieselman, um crítico respeitado do “New York Post”, escreveu no blog dele que “Stuck on Repeat” é “de longe a mais épica faixa dance que eu já escutei em anos”. Como foi sua reação quando você soube disso?
Eu fiquei muito feliz em saber do elogio. Até hoje eu não sei como ele conheceu o meu trabalho, porque não mandamos nada. Mas com certeza isso foi uma ótima forma de divulgação num mercado onde eu sou desconhecida. Principalmente contando com a credibilidade do jornalista, que conhece bem o universo da música dance.
Você canta em português, inglês, já cantou em espanhol e até em italiano. Fez parcerias com DJs internacionais, com a Camila, o Ja Rule. Como está sendo trabalhar com esse pessoal e que resultados isso traz para a sua carreira internacional? Como você se enxerga mundo afora?
Eu tenho vontade de fazer um trabalho que chegue ao mundo inteiro. Apesar de atualmente não ter nada focado especificamente no público internacional, a intenção em cantar em inglês é realmente essa: poder atingir o maior número de possível de pessoas.”
No final do ano passado você começou a vender suas músicas em Music Ticket --um cartão que custa R$ 5 e dá ao comprador o direito de baixar músicas legalmente no seu site. Qual o objetivo disso? Pretende continuar?
Foi uma primeira experiência para as pessoas conhecerem algumas de minhas novas músicas. O Music ticket foi distribuído em meus shows gratuitamente para as pessoas baixarem quatro músicas inéditas e a aceitação foi imediata.
Você tem se apresentado muito em boates gays. Como é sua relação com o público LGBT? Li que você quer conversar com a presidenta Dilma. É verdade?
Tenho uma identificação muito positiva com eles, são exigentes e tem bom gosto e se identificaram com essa nova fase da minha carreira. Estive em Brasília para participar de um seminário relacionado à união civil no país ao lado de deputados e formadores de opinião. Foi uma experiência muito interessante, porque tive acesso a mais informações sobre o assunto.
Você também é embaixadora da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG que desenvolve um ótimo trabalho a favor da preservação do verde, e você até ganhou um prêmio por conta disso. Como andam seus trabalhos com a ONG?
Sim, sou Embaixadora do SOS Mata Atlântica. Mesmo com agenda lotada (shows, divulgação do novo álbum e gravações) tenho me dedicado à ONG e, recentemente, tive a honra de participar da festa de aniversário do SOS Mata Atlântica.
Lá no Folhateen, nós temos uma sessão que se chama “Quando eu tinha a sua idade...” onde vários famosos contam para os leitores como foi a adolescência deles. E você foi convidada a gravar seu primeiro disco com apenas 17 anos. Como foi isso?
Desde os 11 anos eu sabia que eu queria fazer qualquer coisa, desde que fosse num palco. Por isso desde pequena foquei meus estudos em piano, coral, teatro, dança... Comecei no teatro aos 12, na dança aos 14. Cantei até na Disney e em Nova York. Eu queria ter feito uma faculdade, mas acabei não tendo tempo devido ao convite de uma gravadora para gravar um CD. A partir daí eu deixei tudo e me dediquei exclusivamente a isso, para ir me aperfeiçoando. Eu lembro que no começo era tudo muito rápido e muito grande. Era um mundo novo que eu estava descobrindo, que é o mundo do trabalhador, onde você tem que pagar suas contas, lidar com responsabilidade. E com isso eu fui aprendendo várias coisas com esse mundo completamente diferente do que eu vivia antes.
Por Gabriel Justo
Escrito por Mayra Maldjian às 16h06
01/08/2011
O neo soul brasileiro por Miranda Kassin
No post sobre o neo soul mundial, publicado em junho, prometi falar também sobre os representantes brasileiros do estilo. Pois bem, aqui está uma delas: Miranda Kassin!Miranda Kassin, junto com o seu marido, André Frateschi, gravaram um CD não autoral, com reinterpretações de músicas do chamado “underground”. O intuito é dar um mérito maior a elas, já que muitas não tiveram sua importância devidamente reconhecida.
Miranda Kassin esbanja simpatia e carisma. Começou abalando a noite de São Paulo com seu projeto “I Love Amy”, em tributo à Amy Winehouse.
Com o passar o tempo, incorporou ao repertório diversos hits de outras divas da soul music e sensacionais versões de clássicos do rock e do r&b.
André Frateschi é cantor e ator, e está há anos em cartaz com sua banda tributo a David Bowie na casa mais conceituada dessa nova cena musical, o Studio SP. A banda foi a primeira a abrir espaço para esse cover diferenciado existente hoje na noite paulistana.
Eu (Lucas Marini) e alguns colegas do grupo de apoio do Folhateen acompanhamos um ensaio da banda, para ver como Miranda Kassin e André Frateschi se saem ao lado de sua banda, os “No No No’s”. Confira o vídeo!
Por Lucas Marini
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Escrito por Mayra Maldjian às 15h35
A extinção dos emos
Rodrigo Alves, 18, e Melissa Guebara, 18, os entrevistados para a reportagem de capa do Folhateen desta segunda-feira, “A extinção dos emos”, contam como foi participar das entrevistas e do ensaio fotográfico --em que eles reassumiram o estilo e se imaginaram adultos, exercendo as mais diferentes profissões.Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress
RODRIGO ALVES, 18, EX-EMO
Estar com o pessoal do Folhateen foi uma experiência incrível!
Quando recebi o convite para a reportagem sobre ex-emos, por meio de um colega do grupo de apoio do Folhateen, fiquei com um pouco de receio, achando que não serviria para a matéria. Mas achei que seria divertido e resolvi aceitar.
No dia da entrevista, um desencontro com o motorista da Folha me deixou ainda mais nervoso. No caminho, fui mentalmente ensaiando o que iria dizer e o que ela, a repórter, iria perguntar (como se eu soubesse, rs). Cheguei ao Starbucks por volta das 13h, e lá estava à minha espera a jornalista de cabelos loiros enroladinhos, Anna Virginia.
Tudo foi muito natural, e, conforme a entrevista foi se desenrolando, entre uma tosse e outra, fui me soltando e me divertindo a cada pergunta. A entrevista durou cerca de 1h e, ao final, recebi uma “proposta indecente”...
Mentira, não foi nada indecente, mas no mínimo curiosa. Anna me convidou para fazer um ensaio de fotos com o tema “E se os emos dominassem o mundo”. Eu, claro, não hesitei em aceitar!
No dia do ensaio eu estava muito ansioso, bem como meus pais, que até então achavam que eu ia tirar umas fotos sobre “estilo”. Bem, não deixa de ser sobre estilo, não é?!
Enfim... Fui superbem recebido pelos produtores, Paulinho e Aline, pela Anna, pelo Ricardo [Mioto, editor do Folhateen] e pelo fotógrafo. Nas primeiras fotos, no prédio da Folha, encarnei um presidente emo, e... Cara, acho que nunca me senti tão importante!
Olhando de frente, claro. Porque, visto de costas, minha moral de presidente ia por água a baixo: para ajustar o terno ao meu corpo, eram milhares de alfinetes!
Algo curioso que rolou foi entrar, ainda vestido de presidente, num elevador cheio de estranhos... O que será que pensaram da gente?
Na segunda parte das fotos me vesti de executivo e, junto da Mel e da Julia [também ex-emos], fomos fotografados ao receber os dados de uma pesquisa importantíssima sobre o “Produto Infeliz Bruto”. Triste, muito triste! Entre uma foto e outra, várias risadas rolavam, principalmente ao ver o fotógrafo-contorcionista se matando para achar o ângulo perfeito!
A ultima sessão foi a mais engraçada! Botamos a mão na massa e fomos fotografar de mecânicos, NUMA BORRACHARIA DE VERDADE! O que será que aqueles caras pensaram da gente? No mínimo, devem estar nos zoando até agora.
De todas, essas foram as fotos que mais gostei de tirar... E acho que nunca tinha pegado num carburador na minha vida... Aliás, aquilo era um carburador? Enfim, carburadores e chaves inglesas à parte, a melhor parte do dia ainda estava por vir! Fomos com o Ricardo e a repórter Mayra Maldjian comer um super, hiper, mega, master lanche na padaria. Delicioso! Muito bom mesmo! Recomendo!
Foi uma experiência marcante que vai ficar pra sempre na memória. Não só pela diversão, mas também pelo fato de poder me expressar e falar sobre um assunto que, apesar de tudo, ainda é visto com muito preconceito.
MELISSA GUEBARA, 18, EX-EMO
Ela chora, se veste de preto e é adolescente. Ela é emo. Ele chora, se veste de preto e é adulto. Ele é depressivo.
É questão de opinião e isso não se discute, mas é difícil de aceitar os diferentes.
Quem sabe o Folhateen consiga, através dessa matéria, fazer com que as pessoas percam um pouco do preconceito com o emo e vejam que essa foi a forma que nós achamos de aproveitar nossa adolescência.
E eu ainda cultivo minha franja sim, viu?! Hahaha! Muito bacana participar da entrevista e me diverti pra caramba na sessão de fotos. Bom, aproveitem a matéria!”
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Escrito por Mayra Maldjian às 13h52
29/07/2011
O fardo de Ziggy Marley
Ziggy Marley carregará um fardo por toda sua vida: ser filho do homem mais importante do reggae e que popularizou o gênero iniciado na Jamaica no fim da década de 1960.“Wild and Free” é seu quarto álbum de estúdio e foi lançado no mês passado. Surpreende o quão semelhante é a voz de Ziggy a do seu pai. Muitas vezes é como escutar Bob Marley em músicas inéditas.
A faixa homônima do álbum começa bem. Com um ritmo amigável e alegre, é uma defensora da plantação de maconha: “Eu vejo árvores de maconha soprando em nossos brisa [..] campos para sempre crescendo selvagem e livre”, diz um trecho.
Na sequência, “Forward to Love” traz um refrão muito marcante e transparece uma calma maravilhosa, assim com “It”.
Mas as melhores do álbum são “Changes”, que tem a parceria de seu irmão --um dos doze-- Daniel; “Road Less Traveled”, com um andamento mais sério e mais pesado; e “Reggae in my Head”.
Destaque também para “Personal Revolution”, com um bom solo de guitarra de Ziggy, e “Get Out the Town” que tem um andamento peculiar.
A música “MMMM MMMM” tem uma pegada ótima para cantarolar, assim como “Welcome to the World”.
“Elizabeth” é triste, apesar de seu ritmo rápido. Ela vende o corpo e seu marido aproveita a situação, assim como seu irmão que bebe além da conta. No final a letra é simples: “Eles lamentarão por Elizabeth”.
Como ponto negativo, pode-se citar “A Sign”, que fica um pouco apagada perto das outras.
Com um ótimo álbum, Ziggy Marley mostra ainda mais seu talento. Obviamente que ele não é o pai, mas ainda assim é competente e talentoso.
Por Rodolfo P. Vicentini
Escrito por Mayra Maldjian às 20h26
28/07/2011
Circo no Beco
Ponha um pouco de malabares, acrescente acrobacias, não exagere na pirofagia, uma pitada de mágica, poesia, arte de rua, música e pronto: você encontrou o Circo no Beco, na Vila Madalena.É uma reunião semanal, que acontece todas as segundas-feiras, de artistas, mágicos, músicos e pessoas de todas as cores e gêneros que se encontram para treinar, apresentar e ensinar suas habilidades circenses.
Alguns integrantes do Grupo de Apoio do Folhateen foram verificar esse espontâneo espetáculo e o resultado você confere no vídeo abaixo:
Escrito por Iuri de Castro Tôrres às 19h14
26/07/2011
Como dar adeus à Amy
Amy Winehouse, que foi encontrada morta em sua casa no sábado, aos 27 anos
Foto: Reprodução
Desde a notícia da morte de Amy Winehouse tenho feito o difícil exercício de ignorar todo e qualquer tipo de manifestação em que a vida pessoal dela prevaleça ao material deixado como a (grande) artista que foi.
Drogas? Sim. Problemas familiares? Claro. Descontrole emocional? Sem dúvidas. Mas nada disso é novidade quando falamos de Amy.
Desde o começo de sua carreira ficou claro de que não se tratava banalmente de uma nova “rainha do pop”. Ela era muito mais do que isso, um ícone, e isso se deve ao talento imensurável que possuía.
Por isso, negar a “personagem” criada por Amy é uma coisa, negar a qualidade e importância de sua música é outra completamente diferente. Em tempos de “Auto-Tune” (por incrível que pareça, não é mais primordial cantar bem para ser cantor), tivemos a felicidade de tê-la.
Sem mais, eu admiro Amy. Na minha mente ela sempre esteve em outro patamar artístico, ela buscou e conseguiu renovar o soul com qualidade à altura de grandes artistas do gênero, como Billie Holiday.
E isso somado a sua profunda sensibilidade --ao falar de suas próprias lamentações, fez milhares de pessoas se identificarem com ela-- faz de Amy Winehouse, sem dúvidas, a melhor artista dos últimos tempos. E perdê-la tão precocemente é no mínimo triste.
R.I.P. Amy.
Por Giulia Cardozo Fontes
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Escrito por Mayra Maldjian às 18h52
25/07/2011
PC Siqueira na "Expo Y"
"Expo Y" é maior feira de gestão e negócios da geração Y do Brasil.O evento aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de julho no pavilhão da Bienal aqui em São Paulo.
Lucas Marini e eu, Lars Rock, do grupo de apoio do Folhateen, fomos na quarta-feira (20) ao evento para assistir a palestras e entrevistar alguns presentes.
Infelizmente, a Geração Z (nós, jovens nascidos em meados dos anos 90) estava pouco presente. Fizemos gravações com palestrantes e pessoas que estavam por lá dando sua opinião sobre Geração Y e contando um pouco sobre seu trabalho.
E você, sabe o que é geração Y?
Confira!
Por Lars Rock e Lucas Marini
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