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27 de agosto de 2011

TABLES SUBSTITUEM PROFESSORES?

Meras reflexões de um pai preocupado



Confesso que relutei em abordar neste espaço o tema relativo à adoção de tablets em “substituição ao livro”, como tem sido propagandeado em outdoors pela cidade. Não resisti, porém, ao ser provocado nesta semana por minha filha de nove anos, que quer, porque quer, estudar naquela instituição de ensino.

E olhe que os argumentos dela são convincentes: comodidade por não gerar peso na mochila, inserção à modernidade e até mesmo um certo charme, por não precisar mais riscar tanto os livros escolares. Justo ela que adora as feiras literárias da escola em que estuda e vibra a cada Bienal do Livro em Fortaleza.

Em vista desses argumentos, apesar de não ser profissional da Educação, mas educador na condição de pai, me sinto no direito de tecer modestos comentários.

Primeiro, é bom que fique claro, não poderia jamais ser contra a adoção desses instrumentos como ferramenta de aprendizado. O tempo é implacável, como diz um amigo meu, e o futuro virá, queiramos, ou não.


O que me intriga nessa situação toda é o aproveitamento da situação como diferencial de mercado.Para mim, isso vindo de quem deveria prezar pela formação de crianças e adolescentes é preocupante.


Nada contra, portanto, ao avanço tecnológico. A partir do momento, todavia, que isso passa a ser usado de forma agressiva em ternos de propaganda para fins mercadológicos, como está sendo feito, tenho minhas restrições. Sou daqueles que aprenderam a gostar de ler porque via em casa os adultos lendo.

Com minha filha foi assim. Mas como será com meu filho de três anos, que agora também já quer usar o tablet em substituição ao livro como alardeado pela propaganda?

Receio que, em breve, venham a propagar que não se precise mais de professores, pois a tecnologia também será capaz de substituí-los. Por falar nisso, será que nesses colégios os alunos ainda sabem o nome dos professores?

Luiz Henrique Campos
lhcampos@opovo.com.br
Editor adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO

Um comentário:

Tais disse...

E não existe uma indústria mercadológico dos livros, de certo? As editoras não são um lobby infalível? O preço da maioria dos livros é, de certo, acessível? A diferença é que UM tablet, ainda que custe 1000 reais, pode armazenar infinitos livros, no lugar de ter que comprar volume por volume...