TEATRO
As sutilezas do belo
Publicado em 20 de julho de 2011
Produção final da turma do Curso de Princípios Básicos do TJA, "Contradizes" traz uma investigação sobre o belo e os valores humanos
Iniciado pelos filósofos gregos da Antiguidade, o debate sobre as questões inerentes ao belo ganha novas ramificações e sentidos na sociedade contemporânea. Padrões de beleza cada vez mais rigorosos são estabelecidos e determinados pelo mercado. A prática do culto ao corpo perpassa todas as classes sociais e faixa etárias. Todos querem a beleza, a juventude e a magreza.
O sociólogo francês Pierre Bourdieu mostra-nos que a linguagem corporal é marcada pela distinção social que põem o consumo alimentar, cultural e o aspecto visual (a aparência), como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos e ser aceito pela coletividade.
A peça
Assim, considerando uma investigação poética sobre o belo e as oposições da alma humana, o espetáculo "Contradizes" apresenta uma série de situações onde essas questões são exploradas sutilmente.
Com direção da atriz Juliana Veras, a montagem de conclusão do Curso Princípios Básicos de Teatro do Theatro José de Alencar (TJA) nasceu de experimentações realizadas pelos alunos no decorrer das aulas. "A peça é parte de uma pesquisa sobre o belo a partir de vários pontos de vista. Dentre nossas referências estão o livro ´O retrato de Dorian Gray´, de Oscar Wilde, e o filme ´O homem elefante´, de David Lynch", conta.
Para a diretora, a peça visa despertar, nos jovens atores e no espectador, a sensibilização para o significado da beleza e dos sentimentos humanos, reconhecendo que somos repletos de dualidades. "É a contradição que define os caminhos da humanidade e é o conflito que conduz o artista em sua obra. A filosofia nos traz o pensamento de que somos todos dotados de sensibilidade estética, e que em algum momento de nossas vidas nos deparamos com a desvalorização do que nos é caro, em nome de conceitos que nos são impostos pelas contradições do mundo", ressalta. Humanos, sensíveis, frágeis e fortes, passamos constantemente pela experiência da rejeição e aceitação, sendo o nosso próprio desejo resignificado à medida que amadurecemos. "Contradizes" vem oferecer um caminho ao público, para que este se reconheça diante de tais reflexões. Aqui, o espelho é a consciência.
MAIS INFORMAÇÕES:
COntradizes - Espetáculo dos alunos do CPBT do Theatro José de Alencar. Estreia hoje, em duas sessões, às 15 horas e às 18 horas, no TJA (Rua Liberato Barroso, 525 - Centro). Outras apresentações acontecem de 21 a 24 de julho. Gratuito. Contato: (85) 3101.2583
ANA CECÍLIA SOARESREPÓRTER
Iniciado pelos filósofos gregos da Antiguidade, o debate sobre as questões inerentes ao belo ganha novas ramificações e sentidos na sociedade contemporânea. Padrões de beleza cada vez mais rigorosos são estabelecidos e determinados pelo mercado. A prática do culto ao corpo perpassa todas as classes sociais e faixa etárias. Todos querem a beleza, a juventude e a magreza.
O sociólogo francês Pierre Bourdieu mostra-nos que a linguagem corporal é marcada pela distinção social que põem o consumo alimentar, cultural e o aspecto visual (a aparência), como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos e ser aceito pela coletividade.
A peça
Assim, considerando uma investigação poética sobre o belo e as oposições da alma humana, o espetáculo "Contradizes" apresenta uma série de situações onde essas questões são exploradas sutilmente.
Com direção da atriz Juliana Veras, a montagem de conclusão do Curso Princípios Básicos de Teatro do Theatro José de Alencar (TJA) nasceu de experimentações realizadas pelos alunos no decorrer das aulas. "A peça é parte de uma pesquisa sobre o belo a partir de vários pontos de vista. Dentre nossas referências estão o livro ´O retrato de Dorian Gray´, de Oscar Wilde, e o filme ´O homem elefante´, de David Lynch", conta.
Para a diretora, a peça visa despertar, nos jovens atores e no espectador, a sensibilização para o significado da beleza e dos sentimentos humanos, reconhecendo que somos repletos de dualidades. "É a contradição que define os caminhos da humanidade e é o conflito que conduz o artista em sua obra. A filosofia nos traz o pensamento de que somos todos dotados de sensibilidade estética, e que em algum momento de nossas vidas nos deparamos com a desvalorização do que nos é caro, em nome de conceitos que nos são impostos pelas contradições do mundo", ressalta. Humanos, sensíveis, frágeis e fortes, passamos constantemente pela experiência da rejeição e aceitação, sendo o nosso próprio desejo resignificado à medida que amadurecemos. "Contradizes" vem oferecer um caminho ao público, para que este se reconheça diante de tais reflexões. Aqui, o espelho é a consciência.
MAIS INFORMAÇÕES:
COntradizes - Espetáculo dos alunos do CPBT do Theatro José de Alencar. Estreia hoje, em duas sessões, às 15 horas e às 18 horas, no TJA (Rua Liberato Barroso, 525 - Centro). Outras apresentações acontecem de 21 a 24 de julho. Gratuito. Contato: (85) 3101.2583
ANA CECÍLIA SOARESREPÓRTER
fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
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