A realidade do ensino e o ensino da realidade Novo!
Ivan Postigoipostigo@terra.com.br
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- 2011-07-13
No ano de 1.880, Thomas Edison patenteou o sistema de distribuição de energia elétrica. Um ano antes, 1879, havia criado a primeira lâmpada elétrica viável.
Logo após, em 1.882, o engenheiro Henry W. Seely obteria a patente do ferro elétrico.
Henry Ford fundou a Ford Company em 1903, revolucionando os métodos de produção e gestão, pois em 1914 já era capaz de fabricar um carro a cada 98 minutos, além de pagar polpudos salários a seus empregados – 5 dólares por dia.
Esses e outros tantos fatos, na prática, como o ajudam na condução dos seus negócios hoje?
Importantes, interessantes, contudo a não ser você vá desenvolver trabalhos de história empresarial a aplicabilidade deixa a desejar não?
Luca Pacioli, pai da contabilidade, nos deixou em 1.517. De lá para cá a técnica e os recursos mudaram muito, não?
Ora, porque gastar um ano na faculdade preso a seus conceitos?
E os mais populares, Taylor 1856 – 1915 e Fayol 1841 - 1925? Esses sim são unanimidades.
Pergunte a quem cursou uma faculdade de administração, contabilidade ou mesmo de economia, o que lembra de teoria de administração. A resposta será direta: - Estudei Taylor e Fayol.
- Excelente, dois gênios, mas diga o que eles fizeram?
Por favor, não espere resposta, e se derem veremos que estudaram mais a história dos personagens do que a aplicabilidade de suas técnicas. Pois é, e o curso não era de história. Quem assim ensinou, assim aprendeu! Já ta no DNA.
Para os que ainda não ingressaram na vida profissional, apenas atendem a faculdade, a conversa não empolga. Agora imagine para aqueles que estão envolvidos na problemática do dia a dia?
Há uma questão interessante. Quando cursei contabilidade, à noite, alguns colegas de classe trabalhavam comigo, na mesma empresa. Todos eram da área, menos eu, pois estava lotado em projetos econômicos.
Não tinham a menor dificuldade para fazerem lançamentos contábeis, conciliações de contas, fecharem balanços anuais com todas as suas peças, zerando saldos – poucos sabem – prepararem relatórios com índices econômicos, mas na hora de fazer os lançamentos e as “continhas com os T”, na classe, se perdiam.
Na área econômica, eu vivia envolvido em projetos com milhares de revistas com índices – naquela época a inflação comia solto – então não dava para abrir mão. Quem estudava economia e me via mexendo com aquilo tudo ficava espantado e assustado. Assim também se sentiam os já formados, que não militavam na área. A razão eu entendia, pois só fui exposto àquilo porque caí de paraquedas naquele setor. Felizmente, uma pessoa me escolheu pelo potencial e não pelo conhecimento. Dependesse disso estaria frito.
Há pouco tempo, uma pessoa da família abandonou o mestrado em engenharia. Tentei, ainda, fazer com que revisse a posição. Não teve jeito. Estava irritado com o que considerava tempo perdido. Dizia: - Não tem nada a ver com minha realidade.
Recebo constantemente de meus filhos duas lições, que insistem em repetir.
Um é jornalista e me diz “preciso de exemplos para aprender”, o outro é engenheiro civil e insiste “neste momento, para me atrair, só com alta dose de realidade”.
Jovens, dispostos a crescer, em um mundo em constante mutação, estão ávidos por materialização.
Não adianta divagar, seus amigos também são assim e dizem: - Tio, isso é que paga as minhas contas.
Quando tratarmos da realidade do ensino, da qualificação profissional, que tal ensinar “aquilo que paga as contas”?
Que nos dêem licença Taylor e Fayol, com todo apreço que lhes temos, para que, como fizeram em suas épocas, possamos tornar a realidade do ensino o ensino da realidade.
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