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7 de julho de 2011

Reflita sobre nossa educação

Opinião

Quinta, 07 de Julho de 2011
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Um retrato do ensino universitário do Brasil. Esta foi a conclusão do último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quando nada menos do que 90 escolas de Direito conseguiram a proeza de não aprovar nenhum aluno na prova. De fato, o exame unificado da OAB teve os piores índices da história da entidade, quando apenas 9,7% dos candidatos que se submeteram à prova foram aprovados, ou seja, somente um em cada dez bacharéis em Direito estavam aptos a vencer o teste. Mais uma vez as universidades públicas foram a salvação da lavoura, evitando uma tragédia maior. A Universidade Federal do Ceará, por exemplo, destacou-se como uma das 12 instituições com maior média no exame, um atestado indiscutível de competência característica do estudante cearense.
A realização da prova, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, e que teve pouco mais de 100 mil bacharéis inscritos, divide opiniões de especialistas e advogados, todavia, é inegável que o exame serve, sim, como parâmetro para se verificar a qualidade dos cursos de Direito em todo o País. Não se pretende, aqui, entrar no mérito da obrigatoriedade do exame, nem muito menos no formato atual da prova. O fato grave é que milhares de profissionais, a maioria composta por jovens, saem da universidade e, não obstante terem concluído o curso, não estão prontos para servir à sociedade nem com qualificação adequada para ocupar um lugar no concorrido mercado de trabalho.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, apressou-se em validar o teste, e criticou a baixa qualidade do ensino no Brasil. O Ministério da Educação, responsável pela fiscalização dos cursos, tem a obrigação de tornar mais rigorosos os critérios de abertura e reconhecimento das faculdades, e o primeiro passo nesta direção poderia ser a realização de um “pente fino” nas universidades caça-níqueis que pululam Brasil afora.

Fonte: JORNAL O ESTADO , FORTALEZA - CEARÁ

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