Os professores e a pedagogia do exemplo
28.05.2011| 01:30
O degradante espetáculo proporcionado pelos professores municipais em greve, quando invadiram o plenário da Câmara Municipal na última quarta-feira e expulsaram os vereadores, mostra o nível de radicalização a que está submetido o movimento paredista dos docentes em Fortaleza.
Como se não bastasse o aspecto da ilegalidade caracterizada pelo fato, os organizadores do protesto ainda se acharam no direito de simular uma sessão na qual aprovaram todas as propostas que consideram favoráveis ao professorado.
Aqui não se discute a justeza das reivindicações dos professores, muito menos o direito de greve garantido na legislação. O que não se pode admitir é a inabilidade para encontrar outras formas de protesto, que não sejam as tradicionais e de pouca eficácia. Ora, nos últimos anos, os professores municipais já pararam por quase 200 dias, sendo que praticamente em todos os períodos letivos houve interrupções em virtude de greves.
Mesmo com essa quantidade de dias parados, o que conquistaram os professores efetivamente? O que fica claro é que esse tipo de manifestação não mais sensibiliza o poder público. Prova disso é que a secretária de Educação nem trata mais com os grevistas. Os únicos prejudicados, portanto, são os alunos. Muitos deles morando em áreas de risco da cidade e vulneráveis às mazelas que todos conhecem.
Para além disso, o espetáculo na Câmara Municipal ainda funciona como péssimo exemplo dado por quem deveria servir de estímulo para os alunos. Que tipo de exemplo os grevistas acham que passaram aos estudantes com o fato?
Fico imaginando como agiriam os professores se os alunos passassem a adaptar essas situações para conseguir seus objetivos. Como seria, então, se os estudantes se rebelassem e resolvessem dar aulas uns aos outros, e eles mesmos definissem suas notas? Tudo isso, claro, é surreal. Como foi na invasão da Câmara. O que não é surreal são os números da educação em Fortaleza mostrados nessa semana.
Luiz Henrique Campos
lhcampos@opovo.com.br Editor adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO
Vejam comentário que fiz sobre este artigo
Nobre Jornalista, permita - me discordar firmemente de seu artigo. O que o senhor chama de espetáculo degradante significa lua por direitos. É muito cômodo ficar aí na cadeira refrigerada do jornal julgando os educadores. Qual o espaço que seu jornal tem para publicar o lado bom da educação? Em vário momentos já enviei atividades e ações e o jornal sequer responde meus e - mails. Seu objetivo de criminalizar um direito não vai ser alcançado, pois a população sabe quem está errado no fato. O senhor sabia que na Cãmara Municipal tem vereadores acusados de improbidade administrativa, falsificação de documentos e de comprar fogos com o dinheiro dos bombeiros? O senhor sabia que na prefeitura tem pessoas que sem concurso estão ganhando o triplo de um professor concursado e com mestrado. Por que o senhor faz isso, por que odeia os professores. O senhor se lembra de algum professor seu ? Ou foi daqueles que viviam pertubando as aulas, desmoralizando os professores o que é comum nos colégios da burguesia cearense.
Não podemos aceitar a baderna, claro, mas que baderna ocorreu? Não houve nenhum tipo de dano à Câmara Municipal , não houve agressão a ninguém , houve apenas a tentativa dos professores em mostrar aos vereadores que eles não podiam aprovar uma lei que era imoral e descabida e violentava a Lei do Piso que é Nacional e Constitucional.
Vou ler seu artigo na Próxima Assembléia para ver o que os professores acham. Aliás como o senhor participa das lutas de sua categoria ? Não vi o senhor nas manifestações na Defesa do Diploma de Jornalista.
Com professor estou indignado com a cobertura distorcida que o jornal faz da greve onde os professores são acusados de baderneiros ou violentos.
Saiba que professor tem direito a se indignar, pode falar palavrão, pode lutar, pode até enfrentar a Guarda Municipal que hoje está armada até os dentes para reprimir trabalhadores.
O senhor sabia que professores tem que fazer cota para beber água e café? O senhor sabia que os alunos do EJA IV e V ainda não chegaram? O senhor sabia que os direitores de escolas são nomeados por vereadores e cometem assédio moral e outras atrocidades? Não o senhor não sabe , pois dentro do gabinete e gozando de todos os privilégios que os professores com carga horária excessiva e sujeito a todo tipo de violência é muito fácil julgar a ação dos outros.
Dê uma pequena olhada no Código de Ética do Jornalismo e faça o favor de ouvir as partes e não publicar artigos que somente tem o objetivo de confundir a população e fazer cortesia aos que estão no poder.
Obrigado pela atenção, mas sei que talvez o senhor nem leia nem responda este artigo. Não estou querendo com isso entimidá -lo ou praticar censura, mas seu artigo foi um pouco pesado para um classe que já tem tantos inimigos.
Veja o filme TODOS ODEIAM O CRIS...
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