Porta-voz dos negros QUEM FOI MALCOLM X?
PALOMA OLIVETO
DA EQUIPE DO CORREIO
Arte: Kleber Sales  |
Houve um tempo em que ser negro nos Estados Unidos era pior do que ser um animal. Parece inacreditável? Pois é verdade. Simplesmente por
causa da cor da pele, as pessoas eram perseguidas, discriminadas, impedidas de freqüentar escolas… E o pior é que esse tempo é recente. Coisa de menos de um século. Muitos sofriam calados, com medo da reação dos
brancos. Mas várias pessoas desafiaram esse
sistema social injusto e tornaram-se verdadeiros líderes. Uma dessas pessoas foi Malcolm Little, mais conhecido como Malcolm X. Norte-americano
nascido em 19 de maio de 1925, em Omaha, no estado de Nebraska, ele começou cedo a sentir na pele os horrores do preconceito.
Seu pai, um trabalhador da Associação para a Melhoria Universal do Negro, foi assassinado quando Malcolm tinha apenas 6 anos de idade. Irmão de sete crianças, ele foi criado
com muita dificuldade pela mãe, Louise Little.
O problema é que ela até conseguia emprego,
porque tinha pele clara, mas, quando descobriam
que sua origem era negra, era despedida. Desse jeito, não sobrou muita opção, além de viver como pedintes. Na adolescência, Malcolm foi morar em Boston, na casa da irmã Ella.
Como muitos jovens revoltados, ele se envolveu
com bebidas e drogas. Tentava arrumar emprego, mas
só conseguia "bicos". Marginalizado, sem oportunidades na vida, ele acabou entrando para o
mundo do crime.
Assaltou, traficou maconha, envolveu-se com pessoas perigosas. Até que foi preso. Na cadeia, conheceu uma religião, o islamismo, e se converteu. Lá, teve contato com os livros, seus mais fiéis companheiros. Leu tanto que resolveu
até mesmo copiar um dicionário inteiro! Em 1952, quando saiu da prisão, Malcolm aproveitou para envolver-se mais com a religião. Se casou, visitou a cidade de Meca e passou a falar muito
sobre as injustiças do racismo. Ficou famoso, deu entrevistas, mas as pessoas sempre arranjavam um jeito de deturpar suas idéias. Diziam que era
violento, que odiava brancos. Mas isso não era verdade. Ele apenas sonhava com um mundo onde brancos e negros seriam iguais.
Ele fundou a Organização da Unidade Afro-Americana, na tentativa de unir todos os negros que viviam na América. O sonho acabou em 21
de fevereiro de 1965, na sede da organização.
Com 16 tiros, Malcolm X foi assassinado na frente
da mulher e das quatro filhas. Sua luta, porém, não foi em vão. Ele deixou várias idéias que foram
aproveitadas na luta contra o preconceito.
Até hoje é possível pinçar as mensagens de
Malcolm X no discurso de jovens artistas
que trabalham com música, como o hip-hop e o rap.
Fonte: www.correioweb.com.br
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