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31 de janeiro de 2011

SOCIEDADE DOENTE

- O Estado de S.Paulo
A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) pediu à Universidade de Brasília (UnB) explicações sobre trote realizado no início do mês por estudantes da Faculdade de Agronomia e Veterinária. Na ocasião, calouras se ajoelharam para lamber linguiças com leite condensado. Em nota, a secretaria considerou o ato de simulação de sexo oral "um gesto de violência e desqualificação das mulheres".
A UnB deve montar uma comissão de sindicância para apurar o trote, informou o reitor José Geraldo de Sousa Junior. "A comissão não terá um caráter demonizador, mas educador", disse ele, observando que será investigado se houve lesão corporal ou atentado ao pudor. Os alunos que participaram serão ouvidos e estão sujeitos a penalidades como suspensão e expulsão.
A secretaria foi informada do episódio por denúncia feita à ouvidoria. Um ofício foi encaminhado à UnB e ao Ministério Público Federal, solicitando providências a respeito do caso.
Para a estudante Luísa Wirthmann, caloura de Agronomia, a "brincadeira" da qual participou foi "inofensiva". "Não me senti humilhada, não entendo essa repercussão. Não faz sentido o argumento de que tentamos denegrir a imagem da mulher numa brincadeira fechada de um curso. Colocar mulheres rebolando na TV todo sábado é bem pior."
O trote com a linguiça já ocorreu outras vezes, segundo o presidente do Centro Acadêmico de Agronomia, Caio Batista. "O pessoal dentro do curso fez e não se sentiu agredido. Aí vem gente de fora e faz interpretação negativa, vendo humilhação onde não tem." Questionado se teve de lamber linguiça e leite condensado ao entrar na UnB, o estudante respondeu que, quando calouro, participou de uma "briga de bode" numa lona de sabão.

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