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28 de dezembro de 2010

para refletir

Opinião: A mesma população que reprova a prefeita não faz sua parte

 
Uma contradição: a população de Fortaleza elege e reelege Luizianne Lins prefeita da capital, em primeiro turno, e agora acha que é a pior prefeita, segundo pesquisa do Instituto DataFolha. Mas a Câmara de Vereadores não pensa assim como a população, já que garante a maioria à prefeita e elegeu, também por absoluta maioria, aquele que Luizianne já havia decidido que seria o presidente da Casa, vereador Acrísio Sena. Por isso é que ela diz que quando quer, elege até um poste sem luz.
Concordo com a população que a reconhece como péssima administradora. Ela é mais do discurso, da agitação parlamentar. Nasceu para cobrar e não para fazer. É um gênio para faturar politicamente com grandes encenações, com festas usadas para compensar o vazio das ações públicas, das soluções reais dos grandes problemas da cidade. Mas não tem perfil administrativo. A culpa é de quem a elegeu. Tem fartas soluções no discurso, mas frágeis na prática.
Uma coisa, porém, não se pode debitar à inaptidão administrativa de Luizianne Lins. Não é fácil cuidar de uma cidade quando a população ou fração dela não ajuda, não faz a sua parte. Sábado, no Natal, sai da área do Iguatemi, próxima ao Parque do Cocó, para visitar pessoas queridas no Conjunto Ceará. São dois universos totalmente diferentes: um com ruas e avenidas limpas; outro com as vias tomadas pelo lixo depositado pelos moradores ao longo das calçadas e canteiros centrais. Saí de um ambiente respirável para um irrespirável. De uma área cuidada para outra infectada.
Os mesmos caminhões de coleta do lixo que passam pela área do Iguatemi passam também no Henrique Jorge e Conjunto Ceará. Mas o comportamento das populações é diferente. É bem verdade que a precariedade da conservação das vias nessas periferias se denuncia pela buraqueira. Aí a culpa é da prefeita. Mas a sujeira que toma conta das ruas transformadas em depósitos de lixo é culpa dos moradores. É uma questão de educação que precisa ser cobrada por leis mais enérgicas. Há uma prática nos campos de persegueiros improdutivos que dá bons resultados: os agricultores surram com varas as frondes inférteis e elas voltam a produzir.
São necessárias, às vezes, leis mais duras para reeducar com vistas ao bem geral. É o caso da limpeza pública, das infrações no trânsito, do consumo de drogas e de outras práticas que se não forem combatidas com certo rigor, vão se somando na caudal da insalubridade e da violência contra a sociedade. A população tem seus direitos e deve cobrá-los. Mas tem também deveres que precisam ser cumpridos, como o da preservação da higiene, do meio ambiente, para ajudar o poder público a proporcionar uma vida saudável.
Wanderley Pereira é jornalista 
fonte; BLOG DA JANGA - www.jangadeironline.com.br

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