A escola pede paz
26/12/2010
Neste mundo conturbado em que vivemos, sempre é e será tempo de refletir sobre a paz. E, no dia que sucede ao Natal, quero comentar sobre a paz que está faltando no ambiente escolar, em nosso país. De fato, nos últimos anos têm se tornado comuns diversos fatos que atestam a decadência de valores como bom comportamento, respeito e disciplina na escola, seja ela pública ou privada. Vemos acontecimentos lamentáveis, como o caso do professor assassinado por um aluno, no início deste mês, em Minas Gerais, além de inúmeros outros problemas recentes que confirmam este permanente estado de beligerância e rebeldia em nossas escolas. Episódios graves já ocorreram também em Fortaleza e em outras importantes cidades, conforme alentado noticiário da imprensa. Esta tendência vertiginosa de piora da relação entre professores e alunos tem várias origens. Em princípio, o diálogo familiar simplesmente desmoronou, pois poucos são os pais que conversam com os filhos para saber de seus problemas e dar-lhes orientação adequada. Sem apoio, muitos destes jovens frustram-se e tornam-se presas fáceis para o consumo de drogas ou passam a sofrer de transtornos psíquicos graves. A situação acaba por desaguar num conflito permanente com seus próprios pais, estendendo-se até os educadores, hoje as maiores vítimas do problema.
Não é à toa que vemos tantos casos de agressão e desacato aos mestres, levando-os muitas vezes a pedir licença do trabalho para submeterem-se a tratamento médico ou, em casos mais sérios, até mesmo a abandonarem a profissão, por medo e desestímulo. Além disso, a relação entre os próprios alunos tem-se tornado também complexa, haja vista os contínuos casos de bullying noticiados na mídia. São agressões ou atitudes que humilham ou ridicularizam colegas de aula, atos que devem ser sumariamente repelidos num local que , em tese, deveria promover a integração e a sociabilidade entre os estudantes. São questões muito sérias e, diante disso, devemos pensar se este "campo de guerra" é a escola que almejamos para nossos filhos. Decerto não aceitamos essa situação.
GILSON BARBOSA
jornalista
JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
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