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23 de dezembro de 2010

PARA REFLETIR

Analfabetismo tecnológico





Recentes pesquisas divulgadas pela mídia nacional sobre a qualidade do ensino cearense apontaram índices vergonhosos e preocupantes, não obstante o discurso político de ser a educação “plataforma política “ de candidatos, a cada ano eleitoral. A sociedade brasileira está consciente de que, para muitos governantes, o que importa em educação não é sua qualidade ou relevância para a cidadania das pessoas e desenvolvimento do País. A grande síntese, por vezes, é mais importante atender a um “clamor eleitoral e de mídia “ do que colocar recursos em projetos de longo prazo, que não geram dividendos políticos imediatos e grande visualização pública. O analfabetismo tecnológico das pessoas pontua índices inaceitáveis pela dignidade da pessoa humana. Temos uma população de 55 milhões de brasileiros, entre 15 e 64 anos, que são analfabetos funcionais, num universo de 130 milhões de brasileiros. Para o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada): o analfabetismo funcional, no Ceará, na faixa etária compreendida de 15 anos acima, possui 708,2 mil cidadãos nessa situação em 2009. No ano pesquisado de 2008, o Ceará possuia 1.224.391 pessoas nessa situação, representando 21,8% da sua população, enquanto, em 2009, esse percentual caiu para 18,6%, representando 1.158.695 cidadãos analfabetos. Se comparada a média do Estado com a do Brasil, que é de 9,7%, o nosso Estado permanece com uma taxa bem acima do nacional. Numa síntese conclusiva, o Ceará figura entre os sete unidades da federação, na qual mais da metade da sua população idosa é analfabeta. A exemplo de países de primeiro mundo, é imprescindível uma educação voltada para a capacitação tecnológica, alicerce maior do crescimento de qualquer país e exclusão social das camadas mais empobrecidas. Para o prof. da Unesco Jorge Wertheim : educação não é queima de dinheiro. É queima de ignorância. A educação dá frutos e dividendos sociais, mas, ao longo de muito tempo, redundando os países a sairem da pobreza, exclusão e desigualdades sociais”. Não obstante avanços educativos já alcançados, lamentável é que o maior freio apontado para esse desempenho globalizado é a falta de políticas eficientes para a educação, ciência e tecnologia, integradas entre si. O valor da educação, no mundo contemporâneo, marcado pela universalização do conhecimento e globalizacão da economia, requer pessoas com capacitação tecnológica suficiente para que façam jús à promoção humana, à inclusão social e à plena cidadania. 

João Gonçalves - Academia Limoeirense
Publicado originalmente no Jornal O Estado.

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