Jesus Cristo não é nenhuma propriedade privativa dessa ou daquela religião. Nenhum ícone exclusivo dessa ou daquela fé, porque Jesus é universal. É o enviado de Deus, que é Pai de todos os seres, independente do estado evolutivo, da cor, do credo e da posição social. Jesus veio para todos os homens, crentes e não crentes, pobres e ricos, bons e maus, justos e injustos. Veio sobretudo para os enfermos da alma, muitas vezes saudáveis de corpo. Ele mesmo define para quem veio: “Não são os são que precisam de médico, mas os doentes” (Mt, 9:12). E tanto a estes como a todos os demais ele se apresenta como “caminho, verdade e vida”, explicando: “Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo, 14:6).
Ser cristão, portanto, não é apenas proclamar-se como tal. Fazer uma profissão de fé ou condicionar-se a um sinal exterior qualquer. É seguir o Cristo e vivenciar os seus ensinos: “Se alguém quer vir após mim, que renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt,16:24). As cruzes do dever. Não é só rezar dessa ou daquela forma, balbuciar algumas palavras bonitas, fazer genuflexões ou penitências. Converter-se ao Cristo não é um ato declaratório nem litúrgico. Nem nenhuma manifestação verbal, nem de ritos. É ser bom, é fazer o bem incondicionalmente. “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo, 13:35). Qualquer pessoa que ame o seu próximo e perdoe o seu ofensor é do Cristo, independentemente da crença a que pertença.
Ele mesmo foi muito claro a respeito do motivo da sua vinda à Terra, do seu nascimento que chamamos Natal: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo, 10:10). Para que todos e não apenas para alguns que se julgam privilegiados, que se proclamam salvos porque usam o selo de uma crença, porque vão aos templos, jejuam e proferem algumas preces, mas não se reformam moralmente, nem mudam de conduta. Empenham-se mais na posse material, no consumo dos bens transitórios – que se materializam na figura de Papai Noel – do que no amor ao próximo, materialização de Jesus. “Todas as vezes que ajudastes ao mais pequenino dos meus irmãos, foi a mim que fizestes” (Mt, 25:40), disse ele.
Sou um admirador do Cristo e vejo o seu Natal como uma das maiores festas da humanidade, prova da sua natureza divina. Comemora-se no mundo inteiro, movimenta todos os segmentos da sociedade, reúne todos os homens os mais diversificados tipos de crentes e não crentes. É essa força da fraternidade que o evento traduz em si pela eliminação dos preconceitos. Não foi outro senão este o motivo do nascimento de Jesus. Tanto é verdade que ele nasceu numa manjedoura, símbolo do amor e da humildade, virtudes que se sobrepõem a todos os vícios. Natal significa o nascimento de todos esses bens eternos em nós. Por isso é que é uma festa geral, onde não pode haver discriminados nem excluídos, porque Jesus veio para incluir e não para excluir.
Fonte: BLOG DA JANGA - www.jangadeiroonline.com.br