O simples anúncio de que seria leiloado… vendido o chamado “campo do América” para que o assunto tomasse conta da Imprensa. Virou manchete, gerou entrevistas pelas rádios e televisão. “Todos” queriam ser ouvidos.Vistos defendendo o campo… do América. Sem exagero, houve até choro e ranger de dentes: “no campo ninguém mexe, ninguém toca, ninguém tira, ninguém vende, ninguém bota em leilão.”
“O campo do América é nosso”.
Este jornal abriu as baterias “A cidade vai perder este campo?”
Que campo é este, “única área de lazer da comunidade”? Lazer, que lazer? Areia solta, traves feitas pelos garotos, bola de pano … de borracha batida… murcha.
De repente todos se deram conta de que o INSS iria leiloar o campo do América. Não, impossível, no campo ninguém mete a mão. “As autoridades despertaram para o fato” . O governador e a prefeita foram lá ver, o senador agendou um encontro com o superintendente do INSS, vereadores e deputados usando a camisa :”Eu amo o Campo do América”, os jogadores do Ceará foram se solidarizar”… escreveu Sérgio Redes. Um show, só faltaram os fogos e a banda de música.
Por favor, me poupem.
De que consta o Campo do América, agora tão desesperadamente defendido? Areal, traves improvisadas, escuridão… A Prefeita declarou que ia “pechinchar” com o INSS : o preço está muito alto. Pechinchou?
Enquanto a coisa estava quente, projetos foram elaborados: “aqui ficará o vestuário …. ali as arquibancadas… mais além espaço para outros jogos, porque nem só de futebol vive a periferia. E uma escola? Escola de futuros atletas, digo, jogadores de futebol?
Outros assuntos foram chegando, tomando o espaço do campo do América.
Desapareceram as autoridades, os projetistas .Ficou o areal, como sempre, levantando poeira , invadindo as moradias…..
Afinal, todos tiveram seu dia de glória. Francamente, nós merecemos mais respeito…
Adísia Sá -Jornalista
adisia@secrel.com.br
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