Nós podemos muito , nós podemos mais.
O POVO - EDUCAÇÃO- ARTIGO DE BERNADETE PORTO, DOUTORA EM EDUCAÇÃO
Já faz algum tempo, ouvi uma história desafiante em relação ao papel e importância da educação formal e da função dos professores no processo de ensino. É uma história simples e vem do oriente. Fala de um Samurai que sempre que lutava, ganhava. Ganhou tanto, que foi impedido de lutar, já que não havia desafio para seus adversários sempre cientes que perderiam e ele virou mestre. Ao assumir esse papel, pediram a socialização de ensinamentos, para que seus aprendizes pudessem adquirir o seu conhecimento e progredirem. O Samurai retrucou a ideia das grandes lições e espalhou o seu único segredo: nunca ensaio, sempre luto! O ensinamento ficou na minha cabeça e transformou-se em inquietação, mobilizando-me para entender o processo educativo formal e suas possibilidades de reconstrução do fazer humano, quando deduzi: ensaiamos demasiadamente na educação! E em todos os níveis: a criança, ao entrar na educação infantil, ensaia ser um aluno de verdade, do ensino fundamental. Os alunos deste nível ensaiam para o médio. No médio, preparam-se para o vestibular. Já no ensino superior, o vir-a-ser relaciona-se ao trabalho. Quando deixaremos de ensaiar? Quando o educador confrontar-se com a complexidade e a contradição da realidade em que atua, sendo “outros”: sendo outros, faço homens como borboletas. Que as asas da transformação possam pousar sobre nossas escolas. Sim, nós podemos muito, nós podemos mais..
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