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19 de novembro de 2010

pasmem.;...


DE VÍTIMA A VILÃO


            Há dois meses atrás fui ameaçado com uma arma por um aluno da rede pública municipal e em função do acontecido tive que ser submetido a tratamento psiquiátrico e psicológico e fiquei em licença médica , pois o fato era de grande gravidade e acabou abalando minhas condições de psicológicas e de vida. Ao voltar à Escola de origem fiquei sabendo pela diretora da Escola que o aluno que provocou o problema continuava a rondar a Escola e perguntava por mim para talvez fazer algo contra mim.
            Diante do acontecido e pelo fato de não poder garantir minha vida contra as ações do aluno em questão a diretora da Escola resolveu me devolver à Secretaria de Educação e ao Distrito de Educação da Regional III que prontamente deu o seu de acordo, pois afinal de contas tratava – se uma situação muito grave que poderia atentar contra minha vida e minha integridade. Ao chegar ao setor de lotação da Secretaria Municipal de Educação amarguei todo o tipo de dificuldade para uma nova lotação em outra Escola na mesma regional de origem o que me faz crer que eu seria o culpado por ter sido ameaçado e pelo fato da violência ocorrer na Escola como em tantas outras que é fato e sem providência  alguma por parte da prefeitura de Fortaleza.
            A pergunta que move minha revolta neste fato é a seguinte: Por que desde o momento do ocorrido não houve uma só providência por parte do Poder Público Municipal para defender minha integridade e dos demais professores visto que não fui o único a ser ameaçado por este aluno? O que poderia eu fazer diante da violência? Por que o setor de lotação promove tanta dificuldade em relação a uma nova lotação para um professor que foi ameaçado e que pertence a rede municipal de educação concursado e que merecia no mínimo um pouco de consideração?
            Não vejo motivos para tanta dificuldades em relação a uma nova lotação , pois sabemos que há vagas na minha regional de origem preenchida por professores temporários, por que não um professor efetivo? O certo é que aí fica provado cada vez mais que há um total desrespeito por parte da atual administração a seus professores que não tem nenhum tipo de segurança para desenvolver seu trabalho pedagógico diante da violência que hoje ronda as Escolas e que a prefeitura procura sempre varrer para debaixo do tapete. A Guarda Municipal e segurança contratada a peso de ouro pela Prefeitura poderiam ser aliados a  um processo de fim da violência nas Escolas, mas o que vemos é que a Prefeitura de Fortaleza , não que isso, quer que os professores continuem amargurados e desrespeitados e que sofram todos os tipos de humilhação provocados por gestões escolares que eles não tiveram prazer de escolher e por uma Administração que promovido todo tipo de perda aos educadores da rede municipal de Ensino. A dor que sinto neste momento é de ter sido transformado de vítima em vilão e sentir que para a Administração Municipal o que aconteceu comigo é invenção ou sensacionalismo.
            Diante do exposto solicito às pessoas de bom senso e que acreditam em gestão democrática e respeitosa aos profissionais de educação que enviem seu protesto à essa administração que despreza e desrespeita os professores no seu sagrado dever da docência para que tenhamos todos dignidade, condições e de trabalho e o mínimo de segurança que é privilégio de alguns e não de todos.
Em tempo: Gostaria de ressaltar que a situação de lotação é desorganizada e desrespeitosa sim, pois só depois de ter sido lotado em uma Escola bem longde de minha casa descobri por intermédio de professores da Escola Recamonde Capelo que lá havia carência definitiva de geografia. Como pode o setor de lotação não saber dessa vaga? Algumas vezes a assessoria de comunicação da SME confunde assessoria com defesa ardorosa da administração e acho que não é isso que preceitua o Código de Ética do Jornalista. Sugiro a tal órgão que dê uma leitura neste Código e aplique –  o com sinceridade e verdade.

FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA, PROFESSOR

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