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22 de julho de 2010

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Educação no Ceará

22/07/2010 02:00
Um índice único nunca responde aos objetivos de uma escola com a educação que oferece. Um índice deve ter limites de uso e um sistema de educação deve utilizar muitos índices. É possível, porém, elencar um conjunto de variáveis marcantes quando se fala em qualidade. Começando pela variável tempo de estudo considerado. O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) coloca o Brasil nos últimos lugares, muito longe da França, que tem regime de tempo integral de 7,3 horas/dia escolar enquanto o Brasil só tem quatro horas/dia. Nossa escola equivale, em tempo de estudo/dia, a 53% da escola francesa.

Apucarana, no Paraná, tem oito anos de tempo integral e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2022. Mas não posso comparar Eusébio com Apucarana, um município que, além da experiência, tem um nível econômico bem diferente do nosso. Não é só o desenvolvimento cognitivo que conta. Conta também o estágio socioeconômico em que se encontra a sociedade, que influi no desempenho escolar.


Então, qual seria o papel da Educação Básica? A Educação Básica deve formar o cidadão. Às vezes ela se desvia disso e quer preparar o aluno para a universidade. O aluno que fará Direito não terá tempo de ler os livros que precisará para assimilar a cultura de sua profissão.

Por que tudo isso? Porque o homem é o único animal que pensa. E ele pensa com palavras. É a comunicação que transmite as ideias de milhões de cabeças. E essas cabeças enriquecem a cultura. Se você não ler, você fica à margem.

É isto que se chama cultura. Em suma, depois do desenvolvimento da neurologia, a gente fica sabendo como é importante a memória que guarda cultura. Quem não tem linguagem tem dificuldade de aprender qualquer outra disciplina.

Edgar Linhares - Presidente do Conselho de Educação do Estado do Ceará

Publicado no Jornal o povo -  22/07/10

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