POSTS RECENTES

6 de maio de 2010

O CRACK PREOCUPA - DEBATER NAS ESCOLAS.

Editorial

Frente contra o crack


06 Mai 2010 - 03h15min
A questão do avanço do crack começa a ganhar uma atenção mais cuidadosa das instituições do Estado brasileiro. É o caso do Congresso Nacional que criou a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack e foi responsável, ontem, por uma audiência pública para discutir propostas emergenciais que impeçam o crescimento do uso da droga no país.

O problema assola milhares de lares, no País, e se estende a uma velocidade impressionante. Um dos participantes do encontro foi o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que também contou com a presença de especialistas, como a pediatra Gabriela Cunha, pesquisadora dos efeitos do crack em filhos de usuárias no Rio Grande do Sul, o psiquiatra especialista em tratamento com dependentes químicos Pablo Roig, o vice-presidente do Grupo Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), que realiza a campanha ``Crack, Nem Pensar``, Tonet Camargo, além de representantes dos conselhos nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde.

Em Fortaleza, a Delegacia de Narcóticos (Dnarc) constata que cerca de 70% das apreensões de drogas pertencem a essa categoria. E nos poucos centros de atendimento a drogados, cerca de 90% dos usuários que ali comparecem em busca de ajuda são viciados em crack.

O crack é uma das mais devastadoras drogas que se conhece por comprometer de forma avassaladora o organismo humano, provocando-lhe danos no cérebro e no sistema nervoso e uma dependência química muito maior do que o das drogas convencionais, levando à vítima a uma degradação moral e física acelerada. A perda de controle sobre os próprios atos leva os usuários & principalmente os já vulnerabilizados do ponto de vista psíquico, e em virtude do ambiente de risco em que já vivem- a uma exacerbação da violência com o fito de realimentar o vício. Daí a intensificação dos crimes hediondos, deixando os cidadãos em polvorosa. A droga já se estende à classe média, e não apenas às camadas mais pobres da população.

O desespero das famílias é grande, pois a maioria não tem recursos financeiros para dar um tratamento adequado aos viciados. Estes terminam atuando como carrascos da própria família.

Cabe assim, ao Estado, desenvolver uma política pública voltada unicamente para os usuários do crack, criando centros de tratamento específicos, com todos os meios requeridos para esse combate. Assim, é muito bem vinda a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack e a audiência pública realizada, ontem, esperando-se que seus efeitos se façam sentir com a maior brevidade. A sociedade não pode mais ficar à mercê da ameaça que pesa hoje sobre seus lares, nem da progressão cada vez mais intensa da violência daí decorrente.

Nenhum comentário: