Odailson da Silva
Ser negro no Brasil!
Odailson da Silva
15 Mai 2010 - 04h08min
15 Mai 2010 - 04h08min
Ai que saudade do Cazuza. Tinha um dom profético! Aliás, que bobagem! todos os poetas o tem. Ouvindo: ``Eu vejo o futuro repetir o passado``, quedei-me a elucubrar a situação do negro no Brasil. É que, ao mesmo instante, lia a biografia de Joaquim Nabuco, o Príncipe do Absolutismo no Brasil, exemplo de nobreza e perseverança no combate à mancha de Caim _ a instituição do cativeiro _ mácula nefasta da sociedade brasileira. O Estado brasileiro tem uma enorme dívida social para com esta etnia, que é maioria em um país guetizado. É preciso entender de uma vez por todas, que ou pagamos-lhes o devido, ou continuarão a cobrar-nos com a mesma atroz violência com que o tratamos no passado.
São inúteis pedidos de perdão pela Igreja Católica, apenas um ator no jogo do poder, nem tampouco do presidente da República, que, ao nomear alguns negros para cargos estratégicos do governo, considerou-se quite com os mesmos, e muitos menos ainda a criação de um ``sistema de cotas`` que nem de longe resolve a dívida social acumulada com os negros desde a Colônia, uma vez que, em sua essência recrudesce e legitima o ``Apartheid Social`` brasileiro. Urge, sim, o quanto antes possível, nomear todos os negros para a ``Grande Casa`` brasileira.
Os ``Senhores`` da ``Casa Grande``, audaciosamente defendem que há um lugar pré-estabelecido, lá embaixo & uma nova Senzala, para os negros. Em linguagem clara, para aqueles que vivem abaixo da linha de pobreza (ou seja, percebem menos que meio salário mínimo). Em um país que, não obstante ter a segunda carga tributária do mundo, é detentor do inaceitável acúmulo de capitais, possuindo um índice de Gini, superior ao de vários países do dito primeiro mundo. E ainda se não bastasse, temos alguns que, inoculados pelo vírus da soberba, chegam ao desatino de afirmar que: ``aqui não há racismo`` (à moda sul-africana ou americana) ou preconceito, ou discriminação.
É óbvio, e não há como esconder, que há, sim, diferenças sociais e econômicas estruturais e seculares, para as quais nunca se buscou remédio. Trata-se, na realidade, de uma nova forma de apartheid à brasileira, somente modificada por meio da concretização da ainda utópica revolução educacional. Há de haver a integração factual do negro na sociedade brasileira, de modo que, num futuro próximo, ser negro no Brasil seja, também, ser plenamente brasileiro no Brasil.
São inúteis pedidos de perdão pela Igreja Católica, apenas um ator no jogo do poder, nem tampouco do presidente da República, que, ao nomear alguns negros para cargos estratégicos do governo, considerou-se quite com os mesmos, e muitos menos ainda a criação de um ``sistema de cotas`` que nem de longe resolve a dívida social acumulada com os negros desde a Colônia, uma vez que, em sua essência recrudesce e legitima o ``Apartheid Social`` brasileiro. Urge, sim, o quanto antes possível, nomear todos os negros para a ``Grande Casa`` brasileira.
Os ``Senhores`` da ``Casa Grande``, audaciosamente defendem que há um lugar pré-estabelecido, lá embaixo & uma nova Senzala, para os negros. Em linguagem clara, para aqueles que vivem abaixo da linha de pobreza (ou seja, percebem menos que meio salário mínimo). Em um país que, não obstante ter a segunda carga tributária do mundo, é detentor do inaceitável acúmulo de capitais, possuindo um índice de Gini, superior ao de vários países do dito primeiro mundo. E ainda se não bastasse, temos alguns que, inoculados pelo vírus da soberba, chegam ao desatino de afirmar que: ``aqui não há racismo`` (à moda sul-africana ou americana) ou preconceito, ou discriminação.
É óbvio, e não há como esconder, que há, sim, diferenças sociais e econômicas estruturais e seculares, para as quais nunca se buscou remédio. Trata-se, na realidade, de uma nova forma de apartheid à brasileira, somente modificada por meio da concretização da ainda utópica revolução educacional. Há de haver a integração factual do negro na sociedade brasileira, de modo que, num futuro próximo, ser negro no Brasil seja, também, ser plenamente brasileiro no Brasil.
Publicado originalmente no JORNAL DO LEITOR - O POVO
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