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23 de abril de 2010

EDITORIAL DO DIÁRIO DO NORDESTE SOBRE ANALFABETISMO

EDITORIAL

Erradicar o analfabetismo


23/4/2010
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, têm proporcionado ao governo inúmeras medidas voltadas para a correção de questões sociais tidas como insolúveis. E ainda tem provocado surpresas agradáveis. A última delas aponta para a hipótese otimista de erradicação do analfabetismo, no País, nos próximos dez anos.

Essa meta foi tentada várias vezes. Vem da República Velha sem, no entanto, alcançar seu objetivo em virtude dos programas governamentais descontinuados. Aliás, aí reside uma das causas do fracasso dos planos de alfabetização de adulto e da descrença, principalmente entre as pessoas da terceira idade, na eliminação dessa chaga social. A rotatividade no poder provoca a interrupção na oferta do mínimo devido aos grupos privados da escolaridade: a sua alfabetização.

As estatísticas, como sempre, são defasadas e pouco confiáveis. Mesmo assim, os órgãos oficiais trabalham com a taxa de analfabeto de 10% entre a população com mais de 15 anos de idade, ou seja, na faixa etária de absorção pelo mercado de trabalho cada vez mais exigente, de modo especial, nos maiores centros urbanos. O que tem favorecido, em parte, o avanço desse esforço é a inatividade dos idosos.

O Brasil aderiu ao acordo multilateral, assinado na Conferência Mundial de Educação, realizada em Dacar, no ano 2000, prevendo àquela época, a redução da taxa de analfabetismo em 50% até 2015. A partir do patamar atual de 10%, o número de pessoas privadas do acesso à leitura e à escrita convencionais deverá situar-se em torno de 6,7% até 2015. Os planejadores educacionais preveem o fim da próxima década com esse problema equacionado.

Pelos padrões internacionais, um país é considerado sem analfabetos quando os grupos com idade superior a 15 anos, mesmo carentes da instrução formal, correspondem a 4% do conjunto da população. Esse é o indicador considerado como aceitável pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A erradicação se torna mais difícil entre a população idosa, disseminada pelas pequenas cidades e pelas áreas rurais.

O Brasil já empregou diversas receitas para a superação do problema. Desde os programas governamentais como a participação da iniciativa privada no financiamento de abertura de salas de aula nos próprios locais de trabalho, para acelerar a aprendizagem daqueles excluídos da escolar regular por razões as mais variadas possíveis. Entretanto, este desafio pode e deve ser superado, com a mobilização da sociedade para proporcionar novos horizontes de vida aos analfabetos.

O governo opera com o programa Brasil Alfabetizado, no qual estão frequentando salas de aula 1,6 milhão de jovens e adultos que interromperam a escolaridade regular. Tardiamente, o governo descobre uma das causas provocadoras do abandono da escola por esse contingente especial: 75% dos alunos apresentaram algum problema de visão. Essa realidade levará o Ministério da Saúde a fornecer consultas, tratamentos e óculos para os deficientes visuais.

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