Desabafo
Valdísia P. Toscano Saraiva. Mulher do professor assaltado, quarta-feira, na Uece
21 Ago 2009 - 01h06min
Revolta, indignação, desespero, ira, decepção, medo... Impossível descrever a sensação de impotência diante um assalto. Agrava-se isso, quando este fato ocorre com um professor universitário, dentro do Campus da Uece - Itaperi, dentro de sala de aula, por volta das 18 horas. Filosofar os por quês é muito fácil, mas tomar atitudes cabíveis para prevenir tais ocorrências ainda se faz uma utopia.
Não se admite um campus universitário nas dimensões da Uece sem a menor segurança, sem a menor condição de trabalho, de higiene, de conforto e de tantas outras mais. Trabalhar e estudar em um local onde dentro de sala de aula têm acesso os pedintes, os cachorros com leishmaniose, os assaltantes; salas de aula precárias, sem conforto algum, iluminação de péssima qualidade, cadeiras danificadas, nenhum instrumento de trabalho oferecido, bebedouros sem controle higiênico-sanitário, banheiros imundos... E, se não bastasse, a inércia dos responsáveis pela integridade do campus, a começar do governador do estado do Ceará, Cid Gomes.
Ilustríssimo governador, já passou da hora de agir, de tomar atitudes. Não basta construir um bloco para o novo curso de medicina, a fim de impactar a entrada da Uece. A reforma deve ser mais ampla.
Mobilize-se, contrate seguranças, ofereça condições de trabalho aos professores que investem anos em crescimento profissional, que investem comprando, com recursos próprios, os instrumentos de trabalho, que se submetem ao regime de dedicação exclusiva e, qual a recompensa?
A humilhação de, ao encerrar uma aula, ser abordado por um assaltante o qual entra tranquilamente, coagindo a pessoa a entregar o notebook, datashow, celular, além de deixá-lo despido dentro da sala de aula escura... Revolta e impotência!
A comunidade dos universitários e docentes da Uece exige que os gestores assumam suas devidas atribuições. Invistam nesse local que tenta formar profissionais qualificados, uma vez que se faz uma instituição com professores altamente capacitados e dedicados e não, por que o Estado oferece dignas condições de trabalho.
Ressarcir os bens roubados é muito fácil, mas apagar o trauma, o medo, a indignação é impossível. Por mais justificativas que possam ser atribuídas ao ocorrido, vale ressaltar que a Uece foi e continua sendo esquecida pelo Estado sob todos os aspectos e sob todos os níveis de servidores. Quem tem consciência, que se faça entender esse comentário!
Encerro este artigo com toda a minha indignação e revolta diante do fato, e exigindo, como uma cearense graduada e pós-graduada na Uece e casada com o referido professor concursado pela Uece (ou seja, temos conhecimento da infeliz situação da Uece), que os gestores saiam da condição de absoluta inércia que se encontram atualmente.
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