O fim está proximo?
As “profecias”, ou os diagnósticos dos efeitos da ação dos homens sobre a natureza, apontam que o abismo se aproxima. Pensadores participaram de encontro em Palmas (TO) para discutir a superação das crises e buscar caminhos para o futuro
Larissa Lima da Redação 04 Jul 2009 - 15h13min
“É tarde, é tarde”, temem assegurar os homens e, por isso, somente murmuram, avistando o abismo. Eles veem, através do espelho da ciência, um semiárido cada vez mais árido e menos produtivo, ecossistemas que não conhecem mais o equilíbrio, secas e enchentes mais extremas, temperaturas que não páram de subir e pessoas vivendo em sociedades ainda mais desiguais. Também já sabem: o Nordeste será a região mais afetada no país pelos efeitos do aquecimento do planeta.
Essas visões de futuro foram lançadas do Seminário Internacional Crise Civilizacional: Distintos Olhares, realizado em Palmas (TO) por estudiosos de vários pontos do globo. E não estão dissociadas das visões que guiaram a humanidade no passado, seja ele bem distante ou ainda presente na busca pelo crescimento econômico, despreocupada com os limites dos recursos naturais.
Também não estão isentas da esperança de que os homens ainda ergam os olhos para a Terra que se consome e escolham desviar o caminho. Os prognósticos desses pensadores, que pregam de forma unânime uma crise da civilização atual e um colapso do sistema terrestre, não levantam as mesmas dúvidas que as profecias da antiguidade: são baseados em estudos, modelos, cenários e projeções.
Consideram variáveis como os efeitos do aquecimento global, o colapso do sistema econômico, o acirramento das desigualdades sociais e a irracionalidade do hiperconsumo para traçar um diagnóstico da crise, ou das crises, que desafiam a humanidade.
Os profetas de um novo modelo de desenvolvimento questionam: como diminuir os efeitos do que já é inevitável? Como evitar o aprofundamento dessa crise sistêmica? A resposta começa com a afirmação de que é preciso mudar de rota. A utopia dos profetas da ciência é de que seja justamente a aproximação da crise o impulso para mudanças radicais no modo de vida, no modo de pensar. O abismo, creem eles, pode mostrar o caminho para o verdadeiro desenvolvimento humano.
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