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9 de fevereiro de 2009

A TRISTEZA DOS NÚMEROS

Mais um Censo revelador Ivonete Maia
09 Fev 2009 - 02h09min Divulgou-se na semana passada resultado do Censo da Educação Superior, relativo a 2007, do Ministério da Educação. Um fato chama a atenção, mesmo entre aquelas pessoas que não se dispõem a interpretar os pormenores imbutidos em números, percentagens, variações e projeções facilmente encontradas em estudos, pesquisas e levantamentos que se fazem a cada ano no âmbito da educação. O fato é, com manchete na Folha de São Paulo de 3 de fevereiro: “País forma cada vez menos professores”. A educação básica, portanto, continua perdendo, com o que se consolida a fragilidade constatada ao se medir a sua qualidade. É uma pena! A redução do número de graduados em cursos de formação para o magistério precisa sair do simples espanto e das lamentações corriqueiras e ser objeto de ações que mostrem, mesmo, a vontade de se tomar novos percursos. O MEC, as Universidades e os gestores precisam demonstrar o seu compromisso com a causa educacional, não mais com palavras e chavões já superados e repetitivos, mas com atos, iniciativas e gestos concretos e conseqüentes. Alega-se que o magistério não é mais profissão atraente. Baixos salários e desprestígio social são os motivos dessa fuga dos cursos que formam o professor. Será só isso mesmo? Qual o peso que tem nessa situação os programas e os conteúdos constantes dos currículos desses cursos? Penso que esta é uma indagação apropriada e a sua resposta exige, de saída, uma avaliação das instituições que os mantêm, sem mais delongas que a nada levam. A cada Censo, em 2005, 2006 e 2007, a situação vem se agravando. E a educação básica vai perdendo eficácia. E os que por ela passam vão perdendo sonhos e acumulando frustrações. Penso, e o leitor concordará, que muito tempo já se perdeu. Irrecuperável tempo, aliás. Há saídas possíveis, é só procurá-las.
Ivonete Maia - Jornalista ivonetemaia@hotmail.com

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