RAYMUNDO DE LIMA*
Advogada: J. Calvin completou as tarefas necessárias que o habilitassem a obter média para passar de ano?Prof.Rosemberg: Calvin não merecia nota alguma porque raramente comparecia. Não tinha em que basear minha nota.Advogada: – Então porque o passou?Prof.Rosemberg: – Porque é a regra.
Professor Jurel: A escola aumenta seu conhecimento?Aluno: – Não.Professor Jurel: Por quê?”Aluno: [A escola] ensina besteiras como ‘quem foi Hiawatha?’ Ela não ensina o que queremos.Aluno: Acho que a escola ensina sermos pessoas melhores se aprendemos.Aluno: [que não sabe ler e nem escrever se expressa com um som característico de boca, fazendo chacota da resposta]
O filme “Teachers”, traduzido no Brasil como “Escola da Desordem” provoca duas observações iniciais:
a) o titulo original (Teachers) satiriza alguns estilos de ser professor: o professor autoritário, o sem-autoridade, o maluco-beleza, o professor “outsider”. O personagem principal do filme, Jurel (Nick Nolte), se situa fora do grupo convencional, pela sua irreverência e ousadia);
b) o filme enfoca uma escola em desordem, não só pelo ambiente tumultuado, barulhento, uma secretaria que parece uma delegacia de polícia, como também porque sustenta um diretor omisso, 10% de professores faltosos por dia e sem substitutos, uma psicóloga desequilibrada, enfim, a “Escola Pública JFK” que já foi uma ótima escola, perdeu o seu foco eminentemente ensinante.
Em vez de os professores, gestores e sindicalistas corrigirem a desordem desta escola, eles se preocupam com a possibilidade de ela virar má notícia na mídia. “O que acontece nessa escola não pode virar notícia”, alerta uma burocrata da secretaria de educação do governo responsável pelo monitoramento da escola.
A primeira vista parece que a escola tem uma secretária eficiente, mas por telefone ela autoriza um professor inabilitado ensinar. Também a suposta eficiência do diretor adjunto, Roger, termina revelando seu interesse mais político do que pedagógico. No final do filme, Roger revela mais ocupado com o jogo de interesses político e sindical. O aparente absurdo de um aluno processar judicialmente a escola porque ele se formou sem saber ler e escrever funciona como alerta para todas as escolas que efetivamente não ensinam.
Desde que foi lançado, no Brasil, em 1985, “Escola da desordem” passou a ser referência nas conversas e debates sobre os efeitos negativos da “progressão continuada” implantada no estado de São Paulo, por Rose Neubauer[1]. Esse sistema foi difundido na prática como “aprovação automática”, visto não funcionar como programa de recuperação dos alunos que não alcançaram grau de aprovação.
Embora o filme seja resultado do contexto sócio-cultural dos Estados Unidos da década de 1980, tem pontos em comum com o sistema educacional do Brasil. No início de 2010, causou constrangimento na Secretaria de Educação do Paraná a denuncia de um pai sobre a alteração da nota do filho pela escola; o fato gerou debates na TV Globo. Embora esta Secretária declarasse que no Paraná não existia “aprovação automática”, os professores denunciaram na internet que os Conselhos de Classe fazem o papel de aprovar alunos sem estarem prontos para freqüentar o ano seguinte. Portanto, o filme parece não estar tão distante da realidade concreta das escolas que perderam propósito eminentemente ensinante, e de professores sem comprometimento com a transmissão do conhecimento sistemático para a nova geração, ainda que alguns alunos “não estabeleçam relação com o saber/aprender” (CHARLOT, 2005).
Professores X Alunos
Desatacam nesse filme alguns estilos docentes: há o professor tradicional, hoje considerado autoritário, adota uma atitude distante afetiva e intelectualmente em relação aos alunos. O prof. Dito sente-se reforçado no seu estilo: faz um auto-elogio porque consegue manter os alunos disciplinados; há o professor anárquico(Rosemberg), que perdeu a autoridade docente, portanto, ele não comanda os alunos em sala de aula e não sabe como reagir ao falta de respeito de alguns alunos; há obom-professor, que além de sustentar uma certa paixão pela docência, sua aula é dinâmica e por isso mesmo desperta o interesse dos alunos para aprender. Existe ainda o professor-farsa (Sr. Gauer) e o professor transgressor da ética docente(porque engravida uma aluna). Depois da descoberta desta transgressão, a punição empreendida pelo grupo politicamente dominante da escola recai para o professor que leva a aluna fazer o aborto. Ainda que quase todos os professores sejam caricaturas da docência em ato, mais preocupados com a moral do que com a ética da escola (IMBERT, 2001), este filme instiga uma reflexão sobre os estilos de ser professor, seus efeitos e o resultado efetivo de cada um na aprendizagem. Por exemplo, o professor Rosemberg, além de revelar falta comando para com a turma, parece camuflar sua insegurança em sala de aula e falta de autenticidade na função de professor. Os efeitos dessa postura são: o estresse em si próprio, as reações de cochichos e chacotas dos alunos, a reação agressiva do aluno mais problemático. Provavelmente sua atitude ambivalente, camufla em conflito com o método de ensino convencional da escola cujo efeito nos alunos é não inspirar neles confiança, respeito, interesse e atenção para os conteúdos programáticos. Tal ambivalência do Prof. Rosemberg é rompida na reunião em que o advogado (Morgam Freeman) tenta fazê-lo dizer o combinado.
E a curiosa figura do Sr. Gauer? Recém saído do hospital psiquiátrico, o falso professor Gauer é autorizado ministrar aulas de História e diz se orgulhar de ser professor. Suas aulas histerizadas mobilizam o interesse dos alunos com dramatizações de fatos históricos, por exemplo, atira um livro pela janela, realiza um teatrinho de guerra com uma vaga finalidade didático-pedagógica, o professor se fantasia de personagem da história ou usa sua autoridade para exercer influência para além do pedagógico[2]. Provavelmente nossos alunos também gostariam de “assistir aulas-show”, divertidas, em vez de aulas chatas com professores de estilo tradicional, carregadas de conceitos e abstrações e sem ilustração.
Precisamos pensar: será que uma aula-show, divertida, realmente leva os alunos aprenderem os conteúdos? Qualquer conteúdo pode ser dramatizado com fins didático-pedagógicos? Todo professor/a pode ser versátil na didática?
Destaque especial para o professor Jurel (Nick Nolte), que constitui o personagem central do filme. Trata-se de um professor outsider, que é o escolhido para ser herói do filme hollywoodiano (FABRIS, 2004). Seu estilo outsider é porque Jurel não é um professor convencional dentro e fora da escola: é um solteiro convicto, parece que leva uma vida desregrada, vive modestamente com o baixo salário de professor, mas consegue sustentar a paixão pelo seu trabalho. Ele briga pelos seus direitos, mas forado movimento sindical. Enquanto que os demais professores revelam-se queixosos e vitimizados pelo sistema, por exemplo, demanda que o sindicato exija dos responsáveis seus salários em atraso, Jurel adota uma atitude crítica à esse movimento. Provavelmente porque Jurel não acredita na sinceridade e honestidade das bandeiras da política do sindicato dos professores, cujo discurso carregado slogans e palavras de ordens tem como meta principal a sua manutenção no poder e seus efeitos (o “lucro simbólico”de prestígio, reputação, autoridade política) e não a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
As aulas do professor Jurel parecem que despertam interesse dos alunos, sem precisar fazer uso de chantagens didáticas (showzinhos, dramatizações, distribuição de brindes para os alunos, levá-los para passear, formação de grupos narcísicos com fins de doutrinação, como acontece em outros filmes sobre escola), isto é, ele não faz de sua aula uma mera recreação[3]. Seu recurso didático é usar uma linguagem adequada para adolescentes e jogar o jogo deles, por exemplo, a cena em que cobra do aluno resistente para ou assistir sua aula ou a pesquisa. O aluno escolhe “a pesquisa” e ele diz “te vejo na minha aula”.
Jurel também parece encarnar a Lei-do-pai[4], tanto porque é escolhido compulsoriamente para substituir a psicóloga como é também escolhido pela aluna que lhe confia sua gravidez e a decisão dela abortar, que ele pagará caro no final do filme.
A década de 1980 ainda é efeito do movimento feminista, da crise da autoridade paterna, o modelo de família Doriana dá lugar as famílias cindidas cujos filhos sentem-se abandonados pelos pais sem vocação para serem pais. É a década em que se aprofunda a terceirização da educação dos filhos, em que é cobrado de a escola ser prótese dos pais. A cena da mãe com o advogado revela o quanto ela se sente desresponsabilizada pela educação do filho, daí cobrar que a escola faça esta parte. Portanto, o improvisado psicólogo Jurel sente-se pressionado para ser prótese da autoridade paternal para os alunos, principalmente para aqueles que convivem com este vazio. Como sabemos, a posição de autoridade legitima a obediência, facilita a coesão grupal, irradia um ar de respeito e consideração numa ambiência social etc. No nosso entendimento, tal como o posicionamento do psicanalista com seu paciente, o professor Jurel sustenta um ponto ‘x’ de esteio daquela escola, evitando assim que ela se transforme num ambiente de barbárie. Embora ele não assuma ser líder do movimento político dos professores, seu estilo outsider fica do lado do pedagógico e do psicológico nas relações humanas naquela escola. No fundo, o estilo outsider é importante porque denuncia que a política no estabelecimento de ensino tem duas faces: pode ser engajada com o pedagógico ou alienada com o pedagógico.
Concluindo
Diferente dos alunos incivilizados e delinqüentes representados nos filmes “Escritores da Liberdade”, “Mentes Perigosas”, “Meu mestre, minha vida”, “189: o código”, “Entre os muros da escola”, os alunos da “Escola da desordem” reproduzem as falhas de uma escola que perdeu o seu propósito de ensino-aprendizagem. Ou seja, o adolescente na década de 1980 já se autoriza comercializar e usar drogas na escola, formam gangues para cometer pequenos delitos, mas entendemos que tais transgressões nessa época “não existem má fé ou má intenção no gesto”[5].
Fabris (2004) observa que os filmes sobre escola até a década de 1980, eram comédias-satíricas, que representavam jovens espertos, criativos, alguns problemáticos e indisciplinados, mas não violentos, se compararmos com os que serão protagonistas nos filmes depois dos anos 1990. Também as trilhas sonoras utilizadas nos filmes dessa época (antes de 1980) são músicas convencionais, melodiosas[6]. Já as músicas dos filmes das décadas seguintes induzem tensão e suspense no telespectador. Assim, a trilha sonora de “Ao mestre com carinho”, lançado em 1966, é uma música pop romântica, emotiva, valoriza a função docente e o futuro é promissor, vai contrastar com o rap de “Escritores da liberdade”, de 2007, ou o rock de “Bang bang você morreu” (2001) cuja função é levar o telespectador ao suspense, à tensão, e até a angústia e revolta ao ver as cenas de bullying ou do ataque Amok na escola. Segundo essa autora, acima, o rap além de popular, retrata a vida das ruas, especialmente da etnia negra, é reconhecida como marca agressiva das classes marginalizadas contra o sistema capitalista excludente. Entendemos que essa observação da autora dirige-se à alguns filmes que contam histórias marcadas por cenas de violência física, tais como: “Bang bang você morreu”, “189: o código”, “Professor: profissão perigo”, “A onda” - versão alemã. Então, vale a pena comparar o fundo musical – e a temática – que acompanha os filmes ambientados em escolas, antes de 1990 (Ao mestre com carinho, Adeus Mr. Chips, Escola da desordem, Sociedade dos Poetas Mortos) e depois de 1990 (Oleana, Adorével Professor, Ao mestre com carinho II, Professor: profissão perigo, Bang bang, você morreu, O silêncio de Melinda, Verônica, Entre os muros da escola, etc).
Tal como os demais filmes sobre escola, “Escola da Desordem” é um interessante filme para admitirmos que a escola tem uma cultura própria, em crise, alunos difíceis e professores em estado de estresse ocupacional. Tal crise é agravada pelo excesso e rapidez de informação e de conhecimento produzidos e reproduzidos pela sociedade contemporânea, que a escola não sabe como operacionalizar nos seus conteúdos. Os professores sentem – e sofrem – com as resistências da nova geração em relação com o saber (CHARLOT, 2005). Alguns alunos do filme – e da nossa realidade – parecem desenvolver um estranho orgulho da própria ignorância (MRECH, 1999)[7], por exemplo, quando ignoram a leitura, escrever bem, ou resistem acompanhar o noticiário dos acontecimentos do mundo.
Resumindo, podemos levantar duas observações sobre este filme: a) somente um estilonovo ou um método inovador pode transformar o aluno em estudante; b) o bom resultado na aprendizagem dos alunos decorre do trabalho coletivo do professorado, isto é, não basta um/a professor/a ser apaixonado/a pelo seu trabalho docente, mas sim, todos os professores precisam estar sintonizados no trabalho pedagógico; c) tal como a ciência e a metodologia científica, o conceito de escola e de didática é produto da modernidade (séc.17); portanto, a escola nasce com problemas e desafios próprios desta fase do desenvolvimento da humanidade, então, a questão que se coloca hoje é: como reinventar a escola para dar conta dos novos e complexos problemas de nossa época?
Ficha técnica
Filme: Escola da Desordem
Título original: TeachersPaís: EUA.Gênero: Comédia.Classificação: 14 anos.
Duração: 106 min. Ano de lançamento: 1984. Direção: Arthur Hiller
Elenco: Nick Nolte, JoBeth Williams, Judd Hirsch, Ralph Macchio, Allen Garfield, Lee Grant, Richard Mulligan.
Título original: TeachersPaís: EUA.Gênero: Comédia.Classificação: 14 anos.
Duração: 106 min. Ano de lançamento: 1984. Direção: Arthur Hiller
Elenco: Nick Nolte, JoBeth Williams, Judd Hirsch, Ralph Macchio, Allen Garfield, Lee Grant, Richard Mulligan.
Sinopse: A Escola JFK pode ser fechada se comprovada denúncia de um ex-aluno, analfabeto, que recebeu diploma.Curiosidades: Morgan Freeman (mais de 80 filmes), que faz o papel de advogado no filme, será o diretor “Joe Clark” convidado para “salvar” uma escola da total decadência, em 1989, em Meu mestre, minha vida. Judd Hirsch, o diretor-adjunto, em 1981, representou o psicoterapeuta “Berger” em Gente como a gente, premiado com Globo de Ouro de melhor filme, e Oscar, em 1981. Nick Nolte (mais de 50 filmes), foi indicado ao Oscar por duas vezes, em 1991, por O príncipe das marés, e em 1999, por Temporada de caça. Antes do filme Escola da Desordem, cerca de 10 filmes já tinham sido realizados sobre os problemas da escola.Sugestão para análise e debate: A “progressão continuada” ou “aprovação automática”; os estilos de ser professor; a “ética docente”; a relação entre professor e aluno em tempos ‘líquidos’; os limites do Conselho de Classe, etc.
ReferênciasAQUINO, J. G. Indisciplina na escola. São Paulo: Summus, 1996.AGUINO, J. G. Autoridade e autonomia na escola…São Paulo, Summus, 1999.AGUINO, J. G. “A violência escolar e a crise da autoridade docente”. Cad. Cedes/ Unicamp, v.19, n.47, dez-1998. Disponível em:ARENDT, Hanna. “A crise na educação”. In: Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1972.BIGUN, C. & GREEN, B. “Alienígenas na sala de aula”. In: TADEU DA SILVA (org).Alienígenas na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1995, p.208-241.BOURDIEU, Pierre. Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.CHARLOT, B. Relação com o saber: formação dos professores e globalização. P. Alegre: Artmed, 2005.DALTON, Mary M. “O currículo de Hollywood: quem é o bom professor, que é a boa professora”. In: Educação &Realidade, Porto Alegre, v.21, n.1, p.97, jan./jun.1996.FABRIS, Elí Henn. “Hollywood e a produção de sentidos sobre o estudante”. In:Estudos culturais em educação. 2. ed. Porto Alegre, 2004, p. 257-286.__________. As marcas culturais da pedagogia do herói. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/24/T0859862556596.docHALL, Stuart. A identidade cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP & A, 1997.IMBERT, Francis. A questão da ética no campo educativo. Petrópolis: Vozes, 2001.LIMA, Raymundo. “O declínio da autoridade: efeitos na família e na escola”. In:Educação no século 21, múltiplos desafios. Maringá: Eduem, 2009.LIMA, Raymundo “Escola que não ensina?” Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/074/74lima.htm>;“Que é ser crítico?” <http://www.espacoacademico.com.br/084/84lima.htm>;“Sobre o cochicho nas” reuniões<http://www.espacoacademico.com.br/094/94lima.htm>“Violência na/da escola” <http://www.espacoacademico.com.br/078/78lima.htm>“Escola X violência”“O professor, “sua ética” e a política”<http://www.espacoacademico.com.br/066/66lima.htm> “A polidez e a cultura da escola em tempos sombrios”LIMA, Raymundo de. A educação no Brasil: o pensamento e a atuação de José Mário Pires Azanha. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), defendida em 15/dez/2005.MATTEI, Jean-François. A barbárie interior: ensaio sobre o i-mundo moderno.São Paulo: UNESP, 2002.MRECH, Leny. Psicanálise e educação: novos operadores de leitura. São Paulo: Pioneira, 1999.SILVA, Antonio Ozaí da. A influência do(a) professor(a). 2010. Disponível em:http://antoniozai.wordpress.com/2010/03/27/a-influencia-doa-professora/
* RAYMUNDO DE LIMA é Psicanalista, Doutor em Educação pela USP, Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) na área de Metodologia e Técnica de Pesquisa (METEP), Coordenador do Projeto Cinema, História e Educação em 2008, 2009, 2010, 2011. Coordenador Adjunto indicado pela Reitoria para o Cinuem.[1] Justificada histórica e pedagogicamente, a “progressão continuada” foi implantada, no Brasil, pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, na gestão da professora Rose Neubauer, e hoje é confundida, na prática, como “aprovação automática”. Consultar o histórico da “progressão continuada” em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v30n3/a02v30n3.pdf> Também:<http://www.centrorefeducacional.com.br/progrcont.htm.> e <http://www.inep.gov.br/imprensa/artigos/vitor_paro.htm> <http://www.espacoacademico.com.br/056/56jeffrey.htm>[2] Em Sociedade dos poetas mortos o professor também histeriza a aula exortando os alunos a suprimirem páginas do um livro, subir na carteira, etc. EmEscola da vida o professor faz de cada aula uma dramatização da guerra “x”, em O Triunfo e Escritores da liberdade os professores fornecem brindes aos alunos; em Primavera de uma solteirona, a professora fascista exerce forte influencia no grupo de alunas-discípulas, e assim por diante. (Sobre a influência do professor ler o ensaio de Ozai, 2010, disponível em: http://antoniozai.wordpress.com/2010/03/27/a-influencia-doa-professora/.[3] A crítica da escola recreativa, ver minha tese (LIMA, 2005).[4] Os estudos psicanalíticos e antropológicos apontam que o declínio da autoridade deve estar associado ao declínio do sistema patriarcal, ou da Lei-do-pai (LIMA, 2009).[5] O garoto que morre com uma arma na mão provavelmente não iria usá-la contra o professor ou colegas. E o aluno conhecido como comerciante de drogas na escola parece ser apenas um usuário hippie, isto é, ele ainda não é um representante da organização narcocapitalista, como acontece em filmes mais recentes ambientados na escola.[6] Ao mestre com carinho (To Sir, With Love/ 1966) é um exemplo de música melodiosa, cantado por Lulu, com conteúdo carinhoso e respeitoso dirigido ao professor no final do filme.
[7] “…esta posição pode ir se extremando a um tal ponto que os sujeitos adquiram uma verdadeira paixão pela ignorância, isto é, não só eles não querem saber, como acabam tendo raiva daqueles que querem saber. Com isso o sujeito é levado ao ponto mais baixo do saber(…). O que há por trás do saber levado ao seu mínimo? Há o gozo. O gozo enquanto uma satisfação pulsional e paradoxal que leva o sujeito a viver o pior, a manter um circuito de vida onde não haja mudança. Onde não haja investimento energético, onde haja apenas um cotidiano que continuamente se repete” (MRECH, 1999, p. 90-91). [grifo meu].
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