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17 de julho de 2011

POLÍTICA É ASSIM?

Diário do Nordeste

Domingo - 17 de julho de 2011

Os fatos das últimas semanas, no Ceará, atestam o crescimento preocupante dos crimes dos chefes de executivo municipais contra o erário público, que estão a exigir medidas implacáveis contra o mau procedimento de quem deveria beneficiar a sociedade e não o seu próprio bolso. O Ministério Público, por várias vezes, tem denunciado esses larápios que, sem o menor pejo, se apoderaram indevidamente de recursos públicos, desviando-os para seus patrimônios pessoais e agredindo a consciência de cada cidadão que, convocado para manifestar sua preferência eleitoral, acreditou em suas promessas fantasiosas. Casos como os ocorridos em Nova Russas, Jardim, Santana do Acaraú e outros municípios cearenses têm se repetido com frequência, repercutindo, na esfera das pequenas cidades interioranas, os grandes escândalos nacionais em outras níveis do poder. Em Senador Pompeu, onde o prefeito esteve foragido da Justiça por vários dias e desapareceu com vários auxiliares, compondo uma verdadeira "caravana da ladroagem", o desvio de recursos atingiu proporções inimagináveis diante das necessidades do povo daquele município, enganado vergonhosamente. Não é de hoje que esses gatunos são mais hábeis ao usurpar o que é público em prol de seus próprios interesses. Há tempos os larápios corrompem a política nacional, notadamente em pequenas cidades onde encontram terreno fértil para burlar a confiança popular e praticar safadezas de toda ordem, em conluio com auxiliares da mesma laia. Diante da velha impunidade, investem com apetite pantagruélico contra os cofres públicos. Dessa repugnante avidez derivam os nós estruturais na educação e na saúde, para citarmos apenas os mais citados pela população. Mesmo quando sofrem alguma punição efetiva - coisa bastante rara -, tempos depois alguns até voltam ao poder, como se nada houvessem feito, e tornam a delinquir. Na verdade, deveriam ser presos e banidos da política, não sem antes restituírem ao erário tudo o que roubaram. Talvez, se assim fosse, um dia a sociedade passasse a acreditar em seus políticos. Mera utopia, neste confuso país!


GILSON BARBOSA
Jornalista

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