Falta uma pedagogia de férias para o período que transcorre
"O que se deve evitar nestes meios é a mera ociosidade, principalmente a mental"
02.07.2011| 15:00
Temporada de férias escolares é o período mais aguardado tanto pelos professores quanto, primordialmente, os alunos. É uma situação que contempla duas vezes mais os docentes quando pais de famílias. Entretanto, férias nem sempre deveriam significar só a ociosidade por parte dos discentes.
Por volta de 40 anos atrás, para os adolescentes e jovens da classe média a temporada era só de praia pela manhã, cinema à tarde e tertúlia à noite, muitas vezes num esquema roda-viva. Em 1974, foi aberto o primeiro shopping center importante na capital cearense. Daí surgiu a geração shopping, quando esse tipo de megaestabelecimento comercial é caracterizado também por absorver a sedentariedade de pessoas na faixa infanto-juvenil, ainda que de famílias com melhor poder aquisitivo.
Nesse ponto, aqueles provenientes de comunidades mais pobres contam com pouquíssimas opções. À exceção de quando existem nas vizinhanças os centros de cidadania com alternativas de lazer, educação e cultura. Até nas férias, a sociedade desigual se manifesta. Portanto, está faltando entre os especialistas o que se poderia definir de pedagogia de férias.
Houve uma época, também, na qual estudantes com baixo rendimento escolar no período letivo eram forçados por pais mais rigorosos a atualizar lições à época das férias. Está comprovado que essa decisão teve resultados nem sempre satisfatórios. Mas, neste período, por parte dos responsáveis, os alunos poderiam ter um incentivo mais cultural, podendo ser nas viagens, assim como na própria terra.
Viajar sempre deveria ser uma iniciativa proveitosa. Uma procura por cidades históricas do País, por exemplo, é uma das sugestões. O certo é que se poderá investir no futuro dos jovens até nas férias. O que se deve evitar nestes meios e nos finais de ano é a mera ociosidade, principalmente a mental. A folga pode conjugar o útil com o agradável, tal como propõem os organizadores das colônias
de férias.
EDITORIAL DO JORNAL O POVO
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