A deficiência na educação, associada ao desequilíbrio das famílias reflete-se diretamente na sociedade e todos acabam pagando o preço. Aqui não me refiro apenas ao desequilíbrio econômico, mas também psicológico e moral.
Imaginem um pai que é preso juntamente com o filho, menor de idade, praticando tráfico de drogas. E o pior, se utilizando do dinheiro do Bolsa Escola para comprar substância entorpecente. Quem garante que esta forma de uso do benefício, confessada pelo próprio adolescente, não se repete em outros municípios do Ceará e do Brasil?
O flagrante da polícia ao prender pai e filho, em Fortaleza, aconteceu no mesmo dia em que um estudante de Caucaia utilizou um estilete como arma para ameaçar a professora. A revolta do adolescente foi porque não queria fazer a tarefa de classe.
A situação dos professores não é boa. Os profissionais precisam convivem com o risco de morte dentro da sala de aula. Enquanto se esforçam para convencer os alunos que fiquem longe da violência, alguns dos estudantes são parceiros dos pais na prática de crimes.
Para completar o martírio, os educadores ainda precisam brigar para receber o salário que a lei determina. Chegam ao cúmulo de ter de invadir o Plenário da Câmara de Vereadores, como aconteceu em Fortaleza. A casa de leis disse, em nota oficial, que a ação foi antidemocrática. E onde está a democracia quando dezenas de políticos decidem ignorar a lei, prejudicando o direito de milhares de professores?
Edenir Gomes é jornalista da TV Jangadeiro
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