A MORTE DOS PROFESSORES
Depois de ler a notícia do assassinato de um professor em Belo Horizonte por um aluno e depois de constatar os fenômenos de violência cometidos aos professores em todos os lugares do país vemos que lentamente a figura do professor se esvai em meio a incompreensão dos cidadãos deste país e dos que comandam o poder , pois certamente o desrespeito aos educadores se inicia no ambiente familiar e se consolida na política salarial e nas séries de perdas que os trabalhadores em educação tem sofrido nos últimos anos. A prática já demonstrou que não há compromisso político com a educação por parte dos governos pois é mínima a aplicação da Lei do Piso Salarial Nacional dos Professores em todos os locais de nosso país o que denota completa ou total falta de respeito ao papel que os educadores desempenham em nossa sociedade.
Por outro lado temos um processo quase que total de falta de representatividade política em nome dos direitos dos educadores o que acaba promovendo uma ação sindical mais comprometida com interesses políticos partidários do que com a real necessidade de luta dos educadores e em sua formação político - ideológica. A representatividade de luta dos educadores é hoje tolhida pela cooptação política dos grupos que comandam as bases sindicais que escondem a situação de desprezo aos educadores por parte dos que estão no poder. As representações sindicais de hoje não investem na formação política nem no conhecimento ideológico da posição dos educadores na sociedade nem promove ações práticas de enfrentamento da violência dentro e fora da Escola. A situação que vimos de professores no último Profissão Repórter que abordava a violência e a indisciplina na Escola prova que os professores estão se tornando reféns do medo e da falta quase que total de uma ação mais efetiva no processo de reconquista do papel do professor na sociedade. Essa ação é assim em todas as Escolas sejam públicas ou privadas, pois na Escola Pública a suposta estabilidade no emprego rui por faltas de condições de trabalho e pela geração de uma clientela completamente afastada do verdadeiro sentido da educação.
O mundo que criamos para os educadores está doente, nossas escolas não mais transmitem valores e os professores são vítimas de um processo proposital de descaracterização da Escola e de desprezo por completo da Escola. Mesmo com tantas ações governamentais como Bolsa – Família vinculada à presença na Escola ou com medidas assistencialistas como Transporte Escolar, Livro Didático e Merenda Escolar nossas Escolas hoje não tem nessas medidas a complementação de uma ação de respeito ao caráter da descoberta, da pesquisa e da importância da formação para os jovens e os pais em sua maioria mandam seus filhos às Escolas apenas no interesse de garantir tais ações assistencialistas. As Escolas privadas em sua maioria não fazem educação , pois há uma completa responsabilidade em cima do professor no sucesso midiático das Instituições de Ensino e em caso de alguma falha desta função claro que sobrará para os professores que são demitidos como uma espécie de satisfação aos interesses econômicos em que se transformaram os ambientes de Ensino. A questão da educação é muito grave em nosso país exames nacionais e internacionais provam a falha do processo educativo e demonstram que muita coisa precisa ser feita para termos sucessos e crescimentos em atitudes de conhecimento e no desenvolvimento científico e tecnológico.
Publicado originalmente no site www.artigos.com
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