cARÊNCIA
Mães fazem fila por vaga em creche
04.02.2012
Trinta pessoas esperam em frente à instituição no Papicu. Muitas acampam lá desde a última quarta-feira
Mães acampam em frente a creches do município como forma de garantirem vaga para seus filhos. No Centro de Educação Infantil Menino Maluquinho, no Papicu, 30 pessoas fazem fila. Muitas estão lá desde a última quarta-feira (1).
A dona de casa Maria Milva Teixeira de Melo, 50 anos, é uma delas. Ela conta que reveza com sua filha os horários, caso contrário, perderá a vaga. "Estou aqui, pois, ano passado, não consegui colocar meu neto. Por conta disso, minha filha não pode trabalhar e viver só do Bolsa Família, não dá", desabafa.
Na creche Menino Maluquinho, foram disponibilizadas 21 vagas para crianças de 11 meses a dois anos, e outras quatro para os de quatro anos. Segundo o porteiro Francisco das Chagas, 55 anos, as senhas só serão distribuídas na segunda-feira (6).
A dona de casa Rejane Teixeira de Melo, 32 anos, disse que a carência de vagas para comunidade já foi comunicada várias vezes para Secretaria Executiva Regional (SER) II, porém, até o momento, nada foi feito para solucionar o problema.
Em outro estabelecimento de educação infantil, a Creche Darcy Ribeiro, também no Papicu, a situação é a mesma. Lá, a fila chega a mais de 30 pessoas.
Na Darcy Ribeiro, são ofertadas 15 vagas para crianças com até dois anos, e 16 vagas para as de três anos. Todas as mães que estão lá afirmam não ter conseguido vaga em 2011.
"A gente já comunicou a diretora, mas eles não fazem nada, dizem que não tem vaga em lugar nenhum e pronto. Só quem perde é a gente. Por isso, faça chuva ou faça sol, permaneceremos aqui até segunda-feira", explica a dona de casa Juscelina Gonçalves Marques, 34 anos.
Lista
Em ambos os acampamentos, já existe uma lista de presença, elaborada por todas que estão à espera de uma vaga. Quem faltar um dia perde a vez na fila.
"Isso, para mim, é uma humilhação. Se tivesse creche e vaga, eu não precisaria passar a noite aqui e dormir na chuva para garantir a vaga do meu menino", reclama a dona de casa Leene Lima Souza, 44 anos.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que essa atitude da população é desnecessária e que o órgão não orienta esse tipo ação. Sobre a carência de vagas, a assessoria adiantou que existe uma lista para fazer o remanejamento dos excedentes para outras creches, mas não informou quantas pessoas ficaram sem vagas
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE.
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